Ação Realista Portuguesa – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Acção Realista Portuguesa, herdeira da Acção Tradicionalista Portugueza de 1921,[1] foi uma organização política monárquica de Portugal do final da Primeira República Portuguesa.

Ideologia e historial

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Conjugava as doutrinas tradicionalistas com o apoio ao deposto rei D. Manuel II de Portugal, que reinava segundo a Carta Constitucional, distinguindo-se assim dos integralistas lusitanos e dos miguelistas legitimistas que eram apoiantes do ramo "legítimo" de D. Miguel banido pela Convenção de Évora Monte.[2]

Este surge de uma cisão de Alfredo Pimenta e Caetano Beirão com o Integralismo Lusitano por este se ter desvinculado então da obediência a D. Manuel II, durante um período a que chamaram de «interregno», em que foram estabelecidas negociações com o Partido Legitimista, onde decidem passar a obedecer politicamente e a apoiar as pretensões ao trono de Duarte Nuno de Bragança[3] seu representante genealógico para a causa miguelista.

Sendo assim criada em 8 de Dezembro de 1923, a Acção Realista Portuguesa, independente da Causa Monárquica que estava subordinada ao lugar-tenente de D. Manuel II através de Aires de Ornelas.[4]

Doutrina realista

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No seu programa doutrinário monárquico era nacionalista e tradicionalista, onde o rei exercia efectiva autoridade política e governativa, apoiado numa aristocracia, no poder espiritual da Igreja Católica, e no povo que se governava a si mesmo em cada município, graças às prerrogativas existentes em cada carta de foral e que permitiam este auto-governo. Veiculava também as concepções orgânicas sobre a soberania e representação não parlamentar do tipo tradicional, colocando ao mesmo nível a monarquia constitucional e a república que se opunham.[5]

Liderado por Alfredo Pimenta e Caetano Beirão, assinaram também com eles o primeiro manifesto da nova organização, publicado no Correio da Manhã em 28 de Julho de 1921, Alberto Ramires dos Reis, Luís Rufino Chaves Lopes e Mateus de Oliveira Monteiro (o chamado Grupo dos Cinco).[1]

Depois juntaram a esse grupo António Cabral, ex-ministro da monarquia, João Ameal[6] e o referido Caetano Beirão, dissidente do Integralismo Lusitano,[7] Fernando Campos, Ernesto Gonçalves, Joaquim Guilherme Santos Silva e Alfredo de Freitas Branco[1] e Laertes de Figueiredo.[8][9]

Jornal e revista

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A partir de 10 de Dezembro de 1921 publicaram um jornal mensal intitulado Acção Realista[10] (cujo director era Ernesto Gonçalves), um semanário com o título de A Voz Nacional (dirigido por Luís Chaves). Em 1926, o primeiro passa a ser diário, à frente do qual esteve João Ameal.[1]

Notas

Fontes bibliográficas

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