Aloysio de Carvalho – Wikipédia, a enciclopédia livre
Aloysio de Carvalho | |
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Aloysio de Carvalho, c. 1945 | |
Nome completo | Aloysio Lopes de Carvalho Filho |
Nascimento | 3 de março de 1901 Salvador |
Morte | 28 de fevereiro de 1970 (68 anos) Salvador |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Pai: Lulu Parola |
Alma mater | Faculdade de Direito da UFBA |
Ocupação | jurista, advogado, político, escritor |
Aluísio Lopes de Carvalho Filho, ou Aloysio Lopes de Carvalho Filho, mais conhecido como Aloysio de Carvalho (Salvador, 3 de março de 1901 — 28 de fevereiro de 1970), foi um jurista, professor, promotor público, escritor e político brasileiro que exerceu os mandatos de deputado federal e senador pelo Estado da Bahia.[1] [2]
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Filho de Aloysio de Carvalho (Lulu Parola) e de Elisa Kock de Carvalho. Seu pai foi jornalista e poeta, com o pseudônimo Lulu Parola.[2] [1]
Formou-se pela Faculdade de Direito da Bahia em 1921, especializando-se em Direito Penal. Ainda em 1921, tornou-se redator do Diário da Bahia.[2] [1]
Foi adjunto de promotor público e, mais tarde, promotor público interino de Salvador, em 1923 e 1924. Posteriormente, foi diretor da Repartição do Arquivo, Biblioteca e Imprensa Pública do Estado do Amazonas. Em 1926, foi aprovado em concurso público para livre docência em Direito Penal na Faculdade de Direito da Bahia.[2] [1]
Em 1928, foi nomeado oficial de gabinete do governador baiano Vital Soares. Em 1929, foi aprovado em concurso para a cátedra de Direito Penal da Faculdade de Direito da Bahia. Com a vitória do movimento revolucionário liderado por Getúlio Vargas em 1930, Vital Soares, que havia sido eleito vice-presidente da República na chapa de Júlio Prestes, foi deposto, levando Aloysio de Carvalho a deixar o cargo de oficial de gabinete. [2] [1]
Carreira política
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua atividade política em janeiro de 1932, participando do movimento de oposição ao governo provisório, ao lado das oligarquias insatisfeitas. Pleiteavam a nomeação de um interventor baiano e civil, obtendo a adesão de grande número de intelectuais, junto com o Partido Republicano Baiano (PRB) e integrantes do Partido Republicano Democrata (PRD), que anteriormente haviam apoiado o movimento. Mais tarde, prestaram solidariedade aos derrotados na Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo. [1]
Em dezembro de 1932, participou da fundação da Liga de Ação Social e Política (LASP) da Bahia, também chamada de Liga dos Amigos de São Paulo, em referência ao movimento de 1932. No ano seguinte, assumiu a presidência da LASP. No pleito de 1933, foi eleito deputado para a Assembleia Nacional Constituinte, sendo o único representante da LASP eleito para a Câmara dos Deputados. [1]
Como constituinte, defendeu ideias liberais, como o voto feminino, o divórcio e o ensino leigo. Em outubro de 1934, reelegeu-se deputado federal, na mesma legenda do governador Otávio Mangabeira, que unificou a oposição ao interventor Juraci Magalhães e seu partido, o Partido Social Democrático da Bahia (PSD). Permaneceu na Câmara dos Deputados até o advento do Estado Novo, quando os mandatos foram suprimidos. [1]
Durante o regime de exceção, ingressou no Ministério Público como subprocurador-geral do Estado junto ao Tribunal de Contas, em 1937, permanecendo no cargo até 1942, quando o tribunal foi extinto, deixando-o em disponibilidade. De 1939 a 1946, foi diretor da Faculdade de Direito da Bahia. [1]
Retomada da vida política
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 1945, com o fim do Estado Novo, elegeu-se senador pela Bahia, na legenda da União Democrática Nacional (UDN). Em 1947, votou contra a extinção dos mandatos dos congressistas comunistas, mas o projeto foi aprovado em ambas as casas e sancionado em 1948.[1]
Em 1954, apoiou junto com seu partido, a UDN, a apresentação de moção de impedimento a Vargas, defendendo sua renúncia, na crise que culminou no suicídio do presidente.[1]
Encerrou seu mandato em janeiro de 1955 e só retornou à política nas eleições de 1958, quando foi eleito suplente do senador Otávio Mangabeira. Com o falecimento deste, em 1960, assumiu sua cadeira no Senado. [1]
Adepto do parlamentarismo, foi participante ativo na crise que levou à renúncia de Jânio Quadros e na aprovação de emenda costitucional que instituiu o parlamentarismo no país. Com o Ato Institucional Número Dois, extinguindo os partidos, filiou-se à ARENA, apoiando o regime militar. Por essa legenda, reelegeu-se senador em novembro de 1966. [1]
Foi membro e presidente da Academia de Letras da Bahia e membro correspondente das academias de letras do Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. Pertenceu, também, à Associação Baiana de Imprensa.[1]
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]- Comentário ao Código Penal brasileiro. vol. 4, 4ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
- Coletânea de poetas baianos. Rio de Janeiro, 1951.
- Machado de Assis e o problema penal, 1959.
- Centenário de Aloysio de Carvalho (Lulu Parola), 1966.
- Coelho Neto e a Bahia, 1968.
- Um depoimento para a história, 1968.[3]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «CARVALHO FILHO, Aluísio de. Centro de Documentação da Fundação Getúlio Vargas –CPDOC- FVG». CPDOCFVG. Consultado em 14 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d e «CARVALHO FILHO, Aluísio de. Biografia - Página do Senado Federal». SENADO. Consultado em 14 de fevereiro de 2021
- ↑ «Most widely held works by Aloísio de Carvalho Filho». OCLC. Consultado em 14 de fevereiro de 2021
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ABREU, Alzira Alves de (coord.) Dicionário histórico-biográfico brasileiro pós-1930. Rio de Janeiro: Editora FGV, ed. rev. e atual., 2001.