Amor de Perdição (1921) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Amor de Perdição
Amor de Perdição (prt)
Amor de Perdição (1921)
Cartaz original de Amor de Perdição
Em Portugal Amor de Perdição
Estados Unidos Love of Perdition
Portugal Portugal
1921 •  p&b •  184 min 
Género drama
Direção Georges Pallu
Produção executiva Alfredo Nunes de Mattos
Baseado em Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco
Elenco Pato Moniz
António Pinheiro
Brunilde Júdice
Música Armando Leça
Cinematografia André Lecointe
Diretor de fotografia Maurice Laumann
Direção de arte Henrique Alegria
Companhia(s) produtora(s) Invicta Film
Distribuição Castello Lopes
Lançamento 9 de Novembro de 1921 (Portugal)
Idioma mudo (intertítulos em português)
Orçamento 95 000 de escudos[1]
 Nota: Se procura outros significados, veja Amor de Perdição (desambiguação).

Amor de Perdição foi uma adaptação cinematográfica da obra homónima de Camilo Castelo Branco, realizada por Georges Pallu, em 1921.[1] Produzido pela Invicta Film e distribuído pela Castello Lopes, o filme mudo, com intertítulos, e a preto e branco, estreou a 9 de novembro de 1921 no Cinema Olympia, no Porto, e a 28 de novembro no Cinema Condes, em Lisboa.

Foi o primeiro filme português a ser distribuído comercialmente nos Estados Unidos,[2] em 1922, sob o nome Love of Perdition, como um filme de 4 partes, das 15 originais.[3]

Foi também a primeira vez que a obra literária Amor de Perdição foi adaptada ao cinema. Posteriormente foram realizados os filmes Amor de Perdição (1943), por António Lopes Ribeiro, e Amor de Perdição (1979), de Manoel de Oliveira, com base na mesma obra.

Simão Botelho, um jovem estudante de Coimbra, apaixona-se perdidamente por Teresa de Albuquerque, contudo os pais de ambos odeiam-se e opõem-se a tal união, havendo a intenção de casar Teresa com o seu primo Baltasar Coutinho. Recusando-se a aceitar o matrimónio, Teresa é enviada para o convento, enquanto Simão, sob a proteção do ferreiro João da Cruz, tenta engendrar um plano para a resgatar. Simultaneamente, Mariana da Cruz apaixona-se perdidamente por Simão e por ele aceita qualquer sacrifício.[4]

Naquela que foi a primeira adaptação cinematográfica da obra clássica de Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição foi adaptada para o cinema com argumento do jornalista Guedes de Oliveira.[1]

Com um orçamento de cerca de 95 contos de réis, o filme constituiu um esforço de produção, não só devido à precária dimensão da indústria cinematográfica portuguesa de então, como também aos cuidados postos pela Invicta Film, em manter fidelidade ao espírito romanesco do século XIX, com o realizador Georges Pallu a prodigalizar todas as qualidades de espectáculo e realismo da expressão por imagens.[1]

A rodagem do filme deu-se entre Março e Junho de 1921,[2] dividindo-se as filmagens das cenas exteriores entre os solares da Portela e dos Condes da Regaleira, a Casa do Engenho Novo em Porto Brandão, na Caparica, e na Universidade de Coimbra, respeitando a indumentária estudantil de então.[1]

Restauro e Re-exibição

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Para assinalar os cem anos da estreia do filme nos cinemas portugueses, Amor de Perdição foi exibido em formato de filme-concerto nos coliseus de Lisboa e do Porto, com a banda sonora original composta por Armando Leça, reconstruída e adaptada pelo pianista e compositor Nicholas McNair, com a colaboração dos musicólogos Manuel Deniz Silva e Bárbara Carvalho, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, numa iniciativa conjunta com a Cinemateca Portuguesa.[5][6][7]

Referências

  1. a b c d e «Cinema Português». cvc.instituto-camoes.pt. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  2. a b Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Amor de Perdição». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  3. «Love of Perdition (1921) - IMDb». Consultado em 5 de setembro de 2020 
  4. «Amor de Perdição - Filmes». cinemaportuguesmemoriale.pt. Consultado em 9 de setembro de 2023 
  5. Gaudêncio, Mário Lopes, Rui. «"Amor de Perdição", 1921: a história de um filme e sua banda-sonora». PÚBLICO. Consultado em 26 de março de 2022 
  6. Arte351, Equipa (13 de novembro de 2021). «AMOR DE PERDIÇÃO faz cem anos e regressa ao ecrã com música ao vivo». Arte351 - Art Magazine Portugal. Consultado em 26 de março de 2022 
  7. «Cem anos de ″Amor de perdição″ no Coliseu». www.jn.pt. Consultado em 26 de março de 2022 

Ligações externas

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