Baladas (poemas) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Baladas (do francês ballade) são poemas que, modernamente, têm origem na Alemanha, feitos para serem cantados e recitados de forma lenta e melodiosa. Sua origem data por volta do ano de 1792, tendo seu predecessor homônimo na França medieval.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Geralmente, é composto por 3 oitavas (estrofes contendo 8 versos) e uma quadra ou quarteto (estrofe de 4 versos) final ou uma quintilha (cinco versos) no lugar do quarteto. Esta última estrofe menor recebe o nome de oferenda ou ofertório (geralmente em dedicatória ou pedido). Uma balada contém, em todas as estrofes, um verso ligado ao tema que é repetido continuamente, funcionando como chave de ouro. Quanto à estrutura métrica, apresenta versos octossílabos e possui três rimas cruzadas, ou ainda, variáveis. Além disso, apresenta o que chamamos de paralelismo, ou seja, há a repetição de um mesmo conceito ou ideia ao fim de cada estrofe.
Não há apenas um tipo de balada. Há, por exemplo, a balada de forma fixa, as bailias ou bailadas trovadorescas, as cantigas de amigo, que se distinguem por serem compostas especialmente para a dança, tendo um ritmo característico e um refrão vocal. Na música, aliás, é termo encontradiço, significando melodia sem forma fixa para acompanhamento de bailado.
História
[editar | editar código-fonte]As baladas, sob aspecto narrativo, são antigos poemas medievais, cujo assunto se prende à vida cavalheiresca. São narrações versificadas de lendas populares, de pequena extensão e anônimas. Correspondem, nesse sentido, aos velhos poemas ibéricos. Modernamente, passaram a designar poemas narrativos em verso de acontecimentos romanescos ou lendários. Em relação a essas baladas de assuntos lendários ou fantásticos, podemos lembrar composições de vários poetas no âmbito da literatura universal.
Esse modelo fixo de balada vem da França, com os notáveis estilizadores poetas Froissart, Villon, Deschamps, Bainville e François Coppée. No Brasil, a balada teve grande prestígio na poesia parnasiana, que procurou reviver as formas fixas, que haviam sido abandonadas pelo romantismo.
Referências
- ↑ Ferreira, Aurélio (1986). Novo dicionário da língua portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 221