Black is beautiful – Wikipédia, a enciclopédia livre
Black is beautiful (em português, Negro é lindo) é um movimento cultural iniciado nos Estados Unidos da América na década de 1960 por afro-americanos. Mais tarde, espalhou-se fora dos Estados Unidos, predominantemente nos escritos do Movimento de Consciência Negra de Steve Biko, na África do Sul.
Seu objetivo é eliminar a ideia presente em muitas culturas de que as características naturais aos negros - como a cor da pele, os traços faciais e o cabelo - são inerentemente feios.[1] John Rock (abolicionista) foi inicialmente considerado o primeiro a utilizar a expressão "negro é lindo"— durante um discurso em 1858 — mas registros históricos indicam que, na verdade, ele nunca usou essa frase específica nesse dia.[2] O movimento também encorajou homens e mulheres a pararem de tentar eliminar traços identificados como africanos por meio do alisamento de seus cabelos e de esforços para clarear ou embranquecer a pele.[3]
Este movimento começou como uma luta para contrariar a ideia prevalente na cultura americana de que as características típicas de pessoas negras eram menos atraentes ou desejáveis do que as das pessoas brancas. Pesquisas apontam que a ideia de "negritude" como algo "feio" é altamente prejudicial para o estado psíquico dos afro-americanos, manifestando-se como um racismo internalizado. [4] Essa ideia adentrou-se nas próprias comunidades negras[5] e levou a práticas como as chamadas "festas de sacola de papel" (do inglês paper bag parties), eventos sociais os quais discriminavam afro-americanos de pele escura e admitiam apenas indivíduos de pele mais clara.
História
[editar | editar código-fonte]Enquanto o movimento Negro é Lindo começava na década de 1960, a luta pela igualdade de direitos e por uma percepção positiva do corpo do afro-americano começou muito antes na história da América. A razão pela qual esse momento tomou forma foi porque a mídia e a sociedade como um todo tinham uma percepção negativa da imagem do indivíduo afro-americano como adequado apenas para o status de escravo.[6] O movimento "Negro é Lindo" foi baseado em torno de uma luta por uma percepção igualitária do corpo negro, para ajudar a desfazer todas as ideias negativas provocadas por uma história baseada na supremacia branca.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Some notes on the BLACK CULTURAL MOVEMENT Arquivado em dezembro 20, 2007, no Wayback Machine
- ↑ The Journal of Negro History, Association for the Study of Negro Life and History,Vol.54,No. 4 (Oct., 1969)pp. 405-406
- ↑ Jamaica Says Black Is Beautiful
- ↑ Key Issues in Postcolonial Feminism: A Western Perspective by Chris Weedon, Cardiff University
- ↑ "Black is Beautiful" and the Color Preferences of Afro-American Youth - Claud Anderson, Rue L. Cromwell, The Journal of Negro Education, Vol. 46, No. 1 (Winter, 1977), pp. 76-88 doi:10.2307/2966874
- ↑ Cassandra Jackson, Violence, Visual Culture, and the Black Male Body (2011)
- ↑ Stephanie M. H. Camp, "Black Is Beautiful: An American History." Journal of Southern History 81#3 (2015): 675+. online
Leitura complementar
[editar | editar código-fonte]- Blasius, Marc e Shane Phelan, eds. Estamos Por Todo Lado: Um Livro Sobre a História da Política Gay e Lésbica. (Routledge, 1997). ISBN 0415908590.
- Acampamento, Stephanie M. H. "Negro É Lindo: Uma História Americana." Jornal da História do Sul 81#3 (2015): 675+. online