Hutu Power – Wikipédia, a enciclopédia livre

Hutu Power ou Poder Hutu é uma ideologia racista e etnossupremacista proposta pelos extremistas hutus em Ruanda que conduziu ao genocídio ruandês em 1994 contra os tutsis. Os partidos e movimentos políticos do Poder Hutu incluíam o Akazu, a Coalizão para a Defesa da República e sua milícia paramilitar Impuzamugambi, e o Movimento Republicano Nacional por Democracia e Desenvolvimento e sua milícia paramilitar Interahamwe. Jean-Pierre Chrétien associa o movimento ao fascismo tropical.[1]

Em 1990 Hassan Ngeze criou os Dez Mandamentos Hutus, um documento que serviu de base para a ideologia do Poder Hutu. [2] Os Mandamentos clamavam pela supremacia dos hutus em Ruanda, exigindo liderança hutu exclusiva sobre as instituições públicas e a vida pública ruandesa, a segregação completa dos hutus dos tutsis e a exclusão completa dos tutsis das instituições públicas e da vida pública. [3] A ideologia do Poder Hutu insultava os tutsis como forasteiros empenhados em restaurar a monarquia dominada pelos tutsis e idealizava a cultura hutu.

O Poder Hutu incitou o governo interino ruandês, formado nos dias que se seguiram ao atentado de 6 de abril de 1994 contra o presidente Juvénal Habyarimana. Este governo envolveu em uma ação de extermínio um grande número de camponeses, professores, médicos, acadêmicos, comerciantes, juízes, religiosos, burgomestres, prefeitos, graças a uma poderosa e eficaz campanha midiática lançada desde 1993, pela Radio Mille Collines, e a formação em 1992 de uma milícia juvenil, a Interahamwe.[4]

Referências

  1. Chrétien, Jean-Pierre (2000). Rwanda, les médias du génocide (em francês). [S.l.]: Karthala. 397 páginas. ISBN 978-2-86537-621-6 .
  2. Ethnicity and sociopolitcal change in Africa and other developing countries: a constructive discourse in state building. Lexington Books, 2008. Pp. 92.
  3. John A. Berry and Carol Pott Berry (eds.) (1999). Genocide in Rwanda: A Collective Memory (Washington, D.C.: Howard University Press) pp. 113–115.
  4. Jean-Paul Kimonyo. «Rwanda, un génocide populaire» .