Brás do Amaral – Wikipédia, a enciclopédia livre

Brás do Amaral
Brás do Amaral
Nascimento 2 de novembro de 1861
Salvador
Morte 2 de fevereiro de 1949 (87 anos)
Salvador
Cidadania Brasil
Ocupação político, historiador, médico, professor
Empregador(a) Colégio Estadual da Bahia

Brás[1] Hermenegildo do Amaral (Salvador, 2 de novembro de 18612 de fevereiro de 1949) foi um médico, professor, político e historiador brasileiro.

Era filho homônimo de Brás Hermenegildo do Amaral, capitão de polícia, e de D. Josefina Virgínia do Amaral.

Seu pai fora combatente da Guerra do Paraguai, onde obteve medalhas e foi premiado com o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo. A despeito disso, grandes foram as dificuldades financeiras que enfrentava a família, de tal sorte que o jovem Brás teve, ainda novo, que trabalhar como professor particular, a fim de assegurar os próprios estudos.[2]

Foi com grande esforço que ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira do país. Ao largo dos estudos, leciona no Colégio da Bahia, sempre voltado para a História.

Na Faculdade veio a tornar-se professor, embora mantivesse grande interesse pela pesquisa e publicação de obras sobre a historiografia, especialmente do seu estado natal - a Bahia.

Lecionou "Elementos de Antropologia", no Instituto de Instrução Secundária de Salvador quando, em 1890, procurou a concretização de uma coleção de "objetos antropológicos". De seu trabalho derivou apoio de Nina Rodrigues, que se esforçava na tentativa de classificação racial do povo brasileiro.[3]

Integrou o Corpo Médico que acompanhou as tropas oficiais, na Guerra de Canudos.

Em 1905, quando do incêndio que parcialmente destruiu a Faculdade de Medicina da Bahia, capitaneou o pleito junto ao então Presidente, Rodrigues Alves, no sentido de viabilizar verbas para sua recuperação.[4]

Foi um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, junto ao dr. Tranquilino Torres, aí ocupando diversos cargos diretivos. Participou, com publicação, do Primeiro Congresso de História Nacional 1914.[5]

Na vida pública ocupou, ainda a legislatura federal, pelo Partido Republicano da Bahia, por três mandatos (1924-26, 1927-29 e 1930).[6][7]

Foi membro-fundador da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a Cadeira 4, cujo Patrono é Sebastião da Rocha Pita.

Foi autor de obra referente aos limites do Estado da Bahia, onde serve-se de farta documentação - refutada especialmente pelos sergipanos.

Brás do Amaral é nome de escolas na Bahia, além de nomear ruas, como no Bonfim, bairro da capital baiana, ou em Vitória da Conquista.

Brás do Amaral é um dos mais profícuos historiadores baianos do fim do século XIX e começo do XX. Dentre suas obras, destacam-se:

  • História da Bahia - do Império à República;
  • História da Independência na Bahia;
  • A Conspiração Baiana de 1798;
  • Ação da Bahia na Obra da Independência Nacional.

Referências

  1. Na grafia arcaica Braz
  2. Dicionário de Autores Baianos, Secretaria de Cultura do Governo da Bahia, Salvador, 2006 (ISBN 978-85-7505-151-1)
  3. Nesta "coleção" estava incluída a "reunião de esqueletos, chumaços de cabelo e recortes de pele dos índios do Estado"[1][ligação inativa].
  4. História da Medicina, na Bahia - sítio da Universidade Federal da Bahia
  5. Guimarães, Lucia Maria Paschoal (2005): Primeiro Congresso de História Nacional: breve balanço da atividade historiográfica no alvorecer do século XX.
  6. cpdoc.fgv.br - pdf
  7. «Biografia do(a) Deputado(a) Federal BRÁS DO AMARAL». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 

Para saber mais

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  • CASTRO, Renato Berbet de. Breviário da Academia de Letras da Bahia: 1917-1994, 2ª ed., Conselho Estadual de Cultura, Salvador, 1994.