Buprestidae – Wikipédia, a enciclopédia livre
Buprestidae | |||||||||||||||||
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Polybothris sumptuosa, vista superior (esquerda) e inferior (direita), encontrada em Madagáscar, na África.[1][2] | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Subfamílias | |||||||||||||||||
Buprestidae (denominados popularmente, em inglêsː splendour beetles, shinning woodborers[5], jewel beetles, metallic wood-boring beetles ou flat-head borers -pl.[3][14]; em portuguêsː bupreste[15], besouro-cai-cai ou besouro-manhoso -sing.; estas últimas denominações pelo fato de se jogarem ao solo e fingirem-se de mortos quando ameaçados,[16] em um procedimento conhecido como tanatose) é uma família de insetos da ordem Coleoptera e superfamília Buprestoidea, proposta por William Elford Leach no ano de 1815[3] e apresentando mais de 15.000 espécies de distribuição cosmopolita, sendo considerada pelos estudiosos um grupo homogêneo de insetos cujo corpo alongado, estreito e mais ou menos plano, forma um só bloco, perfeitamente rígido devido à forte junção do protórax com os élitros e o abdômen, afunilados em sua porção final, de maneira abrupta ou suavemente; apenas variando um pouco de formatos mais estreitos para mais arredondados. Suas dimensões podem variar de 1 milímetro até 9.5 centímetros de comprimento.[5][10][13][14][17]
Etimologia e significado
[editar | editar código-fonte]Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo buprest, provindo do grego, significa boûs = boi + préthô = queimar, inflamar ou inchar; definindo literalmente como "aquilo que queima os bois; inseto que os bois encontram nas forragens e que os faz inchar ou morrer".[15] Godinho Jr. (2011) cita o termo bous = boi + prestes = incendiando.[5]
Coloração e tegumento
[editar | editar código-fonte]Além das características descritas, os Buprestidae são besouros de coloração variada, em tons de verde, violeta, azul e castanho metálicos, mas também em cores não-metálicas de tonalidade vermelha, amarela, laranja ou apenas em negro homogêneo, tanto em sua face ventral quanto dorsal; podendo apresentar diversos desenhos sobre seus élitros, geralmente dotados de estrias longitudinais ou pequenas escavações, mesclando tais tonalidades.[16][10][17] Sua função é apossemática, graças à substâncias denominadas buprestins, que apresentam sabor desagradável (impalatabilidade) para os seus predadores.[18] Dentre tais substâncias, citam-se buprestin A e buprestin B, presentes na espécie australiana Stigmodera maculata.[19][20] O tegumento de algumas espécies, de gêneros como Julodis ou Acmaeoderella, apresenta cerdas sobre sua superfície; enquanto outras possuem uma pulverulência (uma poeira fina) parda ou amarelada, denominada induto céreo, a lhes recobrir o corpo.[5][21]
- Chrysochroa buqueti, um Buprestidae encontrado na Malásia Peninsular.[12]
- Calodema ribbei, um vistoso Buprestidae encontrado na Papua-Nova Guiné.[24]
- Chrysodema smaragdula, um Buprestidae encontrado em Irian Jaya, Indonésia.
- Chalcophora detrita, um Buprestidae encontrado na Grécia.
Descrição da larva
[editar | editar código-fonte]Besouros Buprestidae possuem larvas de forma alongada e subcilíndrica, de coloração branca ou em tons de creme, sem pernas ou providas de pernas extremamente pequenas, com suas extremidades anteriores dilatadas e achatadas; de acordo com Ângelo Moreira da Costa Lima, lembram a forma de uma palmatória. Suas cabeças são relativamente diminutas, parcialmente introduzidas no protorax.[10][13][14][26] Elas empupam e emergem, transformadas em adultos, através dos orifícios dos seus vegetais hospedeiros.[16]
- Larva de um Buprestidae da espécie Capnodis tenebrionis.
Alimentação
[editar | editar código-fonte]São besouros exclusivamente fitófagos[12]; encontrados, antes de sua pupação, em galerias nos troncos apodrecidos, vivos ou recém-cortados ou incendiados, podendo também fazer galerias em ramos ou produzir galhas[5][10]; ou seja, são brocas (também chamadas coleobrocas) de troncos e raízes de árvores sãs, doentes ou mortas, e também de caules e hastes de plantas herbáceas, com algumas espécies minadoras e galhadoras. Os adultos podem ser encontrados se alimentando de pólen e néctar de flores ou de cascas, galhos e folhas.[28] Por tais hábitos, algumas espécies desempenham certa importância econômica quando cavam suas galerias em plantas frutíferas ou em madeiras aproveitadas industrialmente.[17]
Subfamílias e tribos
[editar | editar código-fonte]- Subfamília Julodinae Lacordaire, 1857
- Subfamília Polycestinae Lacordaire, 1857
- Tribo Acmaeoderini Kerremans, 1893
- Tribo Astraeini Cobos, 1980
- Tribo Bulini Bellamy, 1995
- Tribo Haplostethini LeConte, 1861
- Tribo Paratracheini Cobos, 1980
- Tribo Perucolini Cobos, 1980
- Tribo Polycestini Lacordaire, 1857
- Tribo Polyctesini Cobos, 1955
- Tribo Prospherini Cobos, 1980
- Tribo Ptosimini Kerremans, 1903
- Tribo Thrincopygini LeConte, 1861
- Tribo Tyndaridini Cobos, 1955
- Tribo Xyroscelidini Cobos, 1955
- Subfamília Galbellinae Reitter, 1911
- Subfamília Chrysochroinae Laporte, 1835
- Tribo Chrysochroini Laporte, 1835
- Tribo Dicercini Gistel, 1848
- Tribo Evidini Tôyama, 1987
- Tribo Paraleptodemini Cobos, 1975
- Tribo Paratassini Bílý and Volkovitsh, 1996
- Tribo Poecilonotini Jakobson, 1913
- Tribo Sphenopterini Lacordaire, 1857
- Tribo Vadonaxiini Descarpentries, 1970
- Subfamília Buprestinae Leach, 1815
- Tribo Actenodini Gistel, 1848
- Tribo Anthaxiini Gory and Laporte, 1839
- Tribo Bubastini Obenberger, 1920
- Tribo Buprestini Leach, 1815
- Tribo Chrysobothrini Gory and Laporte, 1836
- Tribo Coomaniellini Bílý, 1974
- Tribo Curidini Holyński, 1988
- Tribo Epistomentini Levey, 1978
- Tribo Exagistini Tôyama, 1987
- Tribo Julodimorphini Kerremans, 1903
- Tribo Kisanthobiini Richter, 1949
- Tribo Maoraxiini Holyński, 1984
- Tribo Melanophilini Bedel, 1921
- Tribo Melobaseini Bílý, 2000
- Tribo Mendizabaliini Cobos, 1968
- Tribo Nascionini Holyński, 1988
- Tribo Phrixiini Cobos, 1975
- Tribo Pterobothrini Volkovitsh, 2001
- Tribo Stigmoderini Lacordaire, 1857
- Tribo Thomassetiini Bellamy, 1987
- Tribo Trigonogeniini Cobos, 1956
- Tribo Xenorhipidini Cobos, 1986
- Subfamília Agrilinae Laporte, 1835
- Tribo Agrilini Laporte, 1835
- Tribo Aphanisticini Jacquelin du Val, 1859
- Tribo Coraebini Bedel, 1921
- Tribo Tracheini Laporte, 1835
Galeria de imagens
[editar | editar código-fonte]- Castiarina cyanipes, vista superior (esquerda) e inferior (direita); espécime da Austrália Ocidental.
- Chrysochroa mniszechi, vista superior (esquerda) e inferior (direita); espécime de Chiang Mai, Tailândia.
- Castiarina macmillani, vista superior (esquerda) e inferior (direita); espécime da Austrália Ocidental.
- Polybothris subsilphoides, vista superior (esquerda) e inferior (direita); espécime de Madagáscar, África.
- Madecacesta gaudroni, vista superior (esquerda) e inferior (direita); espécime de Madagáscar, África.
Referências
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Conhecidos pelas suas cores metálicas exuberantes – que indicam a presença de buprestins, substâncias químicas de sabor desagradável –, os besouros dessa família se abrigam nos troncos de árvores em seu estado larval. Lá constroem uma rede de galerias que torna oco o tronco da planta.
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Ban Nong Khay, Viangchan, Laos.
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Indonesien, Ambon.
- ↑ Sale, Ben (5 de março de 2017). «Calodema ribbei» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 18 de maio de 2020.
Aseki Morobe Province - Papua New Guinea.
- ↑ Kavaliauskas, Eugenijus (20 de novembro de 2019). «Cyphogastra javanica» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 18 de maio de 2020.
Mamberamo Raya Regency, Papua, Indonesia.
- ↑ Larva de Buprestidae: Anthaxia aeneogaster (Gory & Laporte)
- ↑ Rahmé, Nikola (22 de dezembro de 2012). «Dicerca berolinensis (Herbst, 1779)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 18 de maio de 2020.
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- ↑ Bouchard, Patrice; Bousquet, Yves; Davies, Anthony E.; Alonso-Zarazaga, Miguel A.; Lawrence, John F.; Lyal, Chris H. C.; Newton, Alfred F.; Reid, Chris A. M.; Schmitt, Michael; Ślipiński, S. Adam; Smith, Andrew B. T. «Family-group names in Coleoptera (Insecta)» (em inglês). ZooKeys 88. pp. 1–972. Consultado em 18 de maio de 2020