Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste – Wikipédia, a enciclopédia livre
South Eastern of Portugal Railway | |
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Sociedade | |
Atividade | Transporte ferroviário |
Fundação | 1860 |
Fundador(es) | Charles Mangles, John Chapman, George Townsend e John Valentine |
Destino | Extinção e nacionalização pelo Estado Português |
Encerramento | 11 de junho de 1869 |
Área(s) servida(s) | Distritos de Évora e Beja |
Locais | Vendas Novas, Évora, Beja |
Sucessora(s) | Caminhos de Ferro do Estado |
A South Eastern of Portugal Railway, mais conhecida como Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, Companhia dos Ingleses, Companhia dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste ou Companhia do Sueste, foi uma empresa portuguesa, que construiu e explorou os troços entre Vendas Novas, Beja e Évora das Linhas do Alentejo e Évora, em Portugal.
História
[editar | editar código-fonte]Formação da Companhia
[editar | editar código-fonte]Em 3 de Janeiro de 1860, o governo autorizou a construção e a concessão de uma ligação ferroviária entre Vendas Novas, Beja e Évora, a uma sociedade composta pelos empresários ingleses Charles Mangles, John Chapman e George Townsend e representada por John Valentine, que formaram a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste.[1] As vias deveriam ter uma bitola de 1,67 m, e seria atribuído um subsídio de 16.000 réis por quilómetro.[2] Este contrato foi oficializado por uma carta de lei em 29 de Maio do mesmo ano.[3] Esta concessão teria a duração de 99 anos, podendo o governo resgatá-la ao fim de quinze anos, se tal fosse necessário; para apoiar este projecto, o governo isentou a Companhia de impostos alfandegários sobre os materiais de construção durante a duração das obras, e sobre o material circulante até dois anos após as obras.[3] O contrato também estipulou que, caso estas ligações não se encontrassem concluídas no prazo de três anos, o estado tomaria posse da Companhia.[3] Em 19 de Janeiro, a empresa pediu que o prazo de resgate foi alargado de quinze para trinta anos, o que foi aceite pelo parlamento e decretado numa lei de 29 de Maio.[1]
Extinção da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo
[editar | editar código-fonte]Em 23 de Janeiro de 1861, a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, que estava incumbida do troço entre o Barreiro e Vendas Novas do Caminho de Ferro do Sul, completou as obras até Vendas Novas, na bitola de 1,44 m.[1] No entanto, a Companhia do Sueste já tinha iniciado as obras a partir deste ponto, utilizando, conforme acordado com o estado no ano anterior, uma bitola de 1,67 m.[4] Consciente dos problemas de transbordo resultantes desta diferença de bitola, o governo resolveu rescindir a concessão à Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo em Setembro desse ano, passando a exploração das antigas ligações desta Companhia a pertencer ao estado.[4] Em 23 de Julho de 1863, são publicados os estatutos da Companhia do Sueste.[5]
Ligação ferroviária a Évora e Beja
[editar | editar código-fonte]Em 14 de Setembro de 1863 e 15 de Fevereiro de 1864, a Companhia do Sueste conclui, respectivamente, as linhas férreas até Évora e Beja; em 21 de Abril deste último ano, o governo concedeu-lhe provisoriamente a exploração das antigas linhas da Companhia ao Sul do Tejo, por um valor de 1.008.000$000, e ordenou que lhes fosse alterada a bitola para 1,67 metros.[1][2][5] Autorizou igualmente a construção, com um subsídio de 18.000$000 por quilómetro, de uma ligação entre Évora até à Linha do Leste, e da continuação da linha férrea de Beja até ao litoral algarvio[5] e até Espanha, na direcção de Sevilha. Este contrato foi aprovado pelas cortes em 30 de Abril do ano seguinte, regulado por uma lei publicada em 23 de Maio, e oficializado em 11 de Junho.[1] Concretizada a união, a Companhia começou a alterar a bitola, e iniciaram-se as obras até Estremoz, à fronteira Espanhola e ao Algarve.[1]
Extinção
[editar | editar código-fonte]O estado nacionalizou a Companhia em 1869, tomando a seu cargo a gestão das linhas.[6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1683). Lisboa: Gazeta dos Caminhos de Ferro. p. 76-78. Consultado em 7 de Fevereiro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b «Os Caminhos de ferro do Sul e a Agricultura» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (342). Lisboa. 16 de Março de 1902. p. 81-82. Consultado em 10 de Dezembro de 2024 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b c SANTOS, 1995:110-111
- ↑ a b SANTOS, 1995:109
- ↑ a b c «Cronologia: 1844/1874 - Desde o Projecto até ao Fim do 3º Quartel do Séc. XIX». Comboios de Portugal. Consultado em 28 de Novembro de 2010. Arquivado do original em 10 de Dezembro de 2024
- ↑ REIS et al, 2006:12, 26
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
- SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal de Faro. 213 páginas