Cinnamomum verum – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Caneleira-verdadeira
Folhagem de Cinnamomum verum.
Folhagem de Cinnamomum verum.
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Angiosperms
Clado: Magnoliids
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Laurales
Família: Lauraceae
Género: Cinnamomum
Espécie: C. verum
Nome binomial
Cinnamomum verum
J.Presl
Sinónimos
  • Cinnamomum zeylanicum
  • Múltiplos outros binomes — ver texto.
Cinnamomum verum (sin.: Cinnamomum zeylanicum numa gravura do Köhler's Medizinal-Pflanzen).
Folhagem e flores de Cinnamomum verum.
Folhagem de Cinnamomum verum.
Casca, canela em pó e flores secas de Cinnamomum verum.

Cinnamomum verum, conhecido pelo nome comum de caneleira-verdadeira e frequentemente designada pelo seu sinónimo taxonómico Cinnamomum zeylanicum, é uma espécie de pequenas árvores perenifólias da família Lauraceae,[1] nativa do Sri Lanka,[2] sendo uma das espécies de cuja casca se produz a canela.[3]

Cinnamomum verum é uma pequena árvore com 10–15 metros de altura, com folhas de forma ovado-oblonga, com 7–18 cm de comprimento. As flores, que ocorrem em inflorescências do tipo panículas, com coloração esverdeada e um odor distinto. O fruto é uma drupa com 1 cm de comprimento, de coloração púrpura quando madura, contendo uma única semente.

O antigo nome botânico da espécie, Cinnamomum zeylanicum, deriva de Ceilão, o antigo nome europeu do Sri Lanka.[4] O Sri Lanka continua a deter 80–90% da produção mundial de Cinnamomum verum, que é também comercialmente cultivado nas ilhas Seychelles e em Madagáscar.[5]

A canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco. É muito utilizada na culinária como condimento e aromatizante e na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Na medicina, empregada como os óleos destilados, é conhecida por 'curar' resfriados. O sabor e aroma intensos vêm do aldeído cinâmico ou cinamaldeído.

Etnobotânica e usos

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A canela é conhecida desde da Antiguidade Clássica e foi tão valorizada que era considerada um item a ser presenteado a monarcas e outros dignitários.

É mencionada em Êxodo 30:23, quando Deus ordenou a Moisés o uso da canela (em hebraico: קִנָּמוֹן qinnāmôn) e cássia, e em Provébios 7:17-18, quando é referido que o leito nupcial é perfumado com mirra, aloé e canela. Também se encontra mencionada por Heródoto e outros escritores clássicos europeus.

No início do século XVI era trazida por comerciantes portugueses directamente do Ceilão (atual Sri Lanka, no sul da Ásia), chegando um quilograma a valer dez gramas de ouro. O comércio português no Oriente foi perdido progressivamente para a Companhia das Índias Orientais, holandesa, que se assenhoreou dos entrepostos portugueses na região a partir de 1638. As margens da ilha estão repletas dessa planta, relatou um capitão holandês, e é a melhor de todo o Oriente: quando uma pessoa está no litoral, pode-se sentir o aroma a oito léguas de distância.

Sendo uma especiaria muito mais cara do que a cássia, nativa da China e da Birmânia, normalmente a substitui. A casca do tronco de ambas as especiarias é facilmente distinguível.

Estudos indicam que o uso de canela na quantidade de uma colher de chá diariamente reduz significativamente o açúcar no sangue e melhora a taxa de colesterol (LDL e triglicerídeos).[6][7] Os efeitos, que podem ser conseguidos ao utilizar canela em chás, beneficiam também diabéticos. Não se sabe ao certo se o consumo de canela é eficaz no combate à hipertensão arterial. Há três estudos em andamento avaliando a questão do efeito na pressão sanguínea.

Pesquisas realizadas por Saulo Capim, professor do Instituto Federal Baiano, descobriram que do óleo de canela se obtém uma substância analgésica, semelhante à morfina e sem efeitos colaterais, que serve para alívio da dor e diminuição de infecções em geral. Pesquisadores na UFBA e Universidade Federal de Santa Cruz também conseguiram sintetizar três substâncias analgésicas e anti-inflamatórias a partir daquele óleo.[8]

Existem diversos cultivares de Cinnamomum verum, pertencentes a tipos discerníveis pelo aroma e sabor da sua casca:[9]

  • Tipo 1 Sinhala: Pani Kurundu (පැණි කුරුඳු), Pat Kurundu (පත් කුරුඳු) or Mapat Kurundu (මාපත් කුරුඳු)
  • Tipo 2 Sinhala: Naga Kurundu (නාග කුරුඳු)
  • Tipo 3 Sinhala: Pani Miris Kurundu (පැණි මිරිස් කුරුඳු)
  • Tipo 4 Sinhala: Weli Kurundu (වැලි කුරුඳු)
  • Tipo 5 Sinhala: Sewala Kurundu (සෙවල කුරුඳු)
  • Tipo 6 Sinhala: Kahata Kurundu (කහට කුරුඳු)
  • Tipo 7 Sinhala: Pieris Kurundu (පීරිස් කුරුඳු)

A espécie apresenta uma vasta sinonímia, a qual inclui:[10]

Referências

  1. «NCBI - Cinnamomum verum». National Center for Biotechnology Information. Consultado em 4 de outubro de 2016 
  2. «Cinnamon». Encyclopædia Britannica. [S.l.: s.n.] 2008. (species Cinnamomum zeylanicum), bushy evergreen tree of the laurel family (Lauraceae) native to Bangladesh, Sri Lanka (Ceylon), the neighboring Malabar coast of India, and Myanmar (Burma), and also cultivated in South America and the West Indies for the spice consisting of its dried inner bark. The bark is widely used as a spice due to its distinct odor. 
  3. Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Cinnamon». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público) 
  4. «In pictures: Sri Lanka's spice of life». BBC News 
  5. Iqbal, Mohammed (1993). «International trade in non-wood forest products: An overview». FO: Misc/93/11 - Working Paper. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Consultado em 12 de novembro de 2012 
  6. Daniela Almeida. «Efeito da canela na glicemia pós-prandial, esvaziamento gástrico e saciedade em pessoas saudáveis». Sociedade Brasileira de Diabetes. Consultado em 21 de outubro de 2011 
  7. «Canela». Plantas Medicinais USP. Consultado em 21 de outubro de 2011. Arquivado do original em 13 de julho de 2015 
  8. «Baiano descobre que óleo de canela pode substituir a morfina.»  Acesso em 16/6/2016
  9. Tipos de cultivares de C. verum.
  10. The Plant List: C. verum.
  • Mathew, Sindhu; Abraham, Emilia (Março de 2006). «Studies on the antioxidant activities of cinnamon (Cinnamomum verum) bark extracts, through various in vitro models». Food Chemistry. 94 (4): 520. doi:10.1016/j.foodchem.2004.11.043 

Ligações externas

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