Carlos Manga – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carlos Manga
Nascimento 6 de janeiro de 1928
Rio de Janeiro
Morte 17 de setembro de 2015 (87 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Filho(a)(s) Paula Manga
Ocupação diretor de cinema, roteirista
Distinções

José Carlos Aranha Manga (Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 1928 – Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2015) foi um montador, roteirista, diretor de cinema e televisão brasileiro. Manga inovou a comédia e a sátira no cinema brasileiro.[1]

Filho do advogado Américo Rodrigues Manga e de Maria Isabel Aranha, Manga nasceu em 6 de janeiro de 1928, no Rio de Janeiro.[2] Manga começou a ganhar a vida como bancário, mas gostava de cinema. Essa paixão o levou para a Atlântida Cinematográfica, através do ator Cyll Farney[3] que integrava o primeiro time da companhia. Começou como almoxarife, mas aos poucos foi aprendendo o ofício e galgando posições. De contra-regra, passou a assistente de montagem e de direção. Por volta de 1951, atuou como diretor musical em filmes da Atlântida, o que o qualificou para a sua primeira empreitada como diretor.[3] Carlos Manga fez sucesso na época das "chanchadas" da Atlântida, da qual foi um dos mais destacados diretores. Procurou acrescentar situações do cotidiano e até da política em seus filmes, como quando Oscarito imitava o então presidente Getúlio Vargas. Sob a direção de Manga, o ator espanhol fez uma dupla inesquecível com Grande Otelo, em filmes marcados pelo engenho e pela criatividade. Ambos atuaram com outros grandes atores e diretores da Atlântida, como J.B. Tanko, José Lewgoy, José Carlos Burle, Watson Macedo e o próprio Manga.

Carreira na televisão

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Entrou na televisão pelas mãos de Chico Anysio, que o convidou para trabalhar na TV Rio e dirigir Chico Anysio Show, o primeiro programa da TV brasileira a usar truques de video-tape. Até então os programas eram gravados "ao vivo" e reproduzidos. Após essa experiência ele foi para a TV Excelsior, onde chegou a ser diretor geral, na TV Record, de São Paulo, trabalhou com profissionais como Manoel Carlos e Jô Soares.[4] Foi publicitário e diretor artístico de minisséries da Rede Globo. Foi diretor de núcleo de novelas como a refilmagem de Anjo Mau (1997) Torre de Babel (1998) e Eterna Magia (2007), bem como das minisséries Agosto (minissérie) (1993), Memorial de Maria Moura (1994) e Um Só Coração (2004).[1] Também foi responsável pela direção dos seriados "Sandy & Junior" (1999) e "Sítio do Picapau Amarelo" (2001).[5]

Manga morreu no dia 17 de setembro de 2015, aos 87 anos, sua causa de morte não foi divulgada, em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.[4] Deixou três filhos: Paula Manga, Carlos Manga Jr. e Maria Eduarda Manga.[2]

Controvérsia

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Luana Piovani relatou que Carlos Manga a teria assediado durante as gravações do remake da novela Anjo Mau, da TV Globo. Ela revelou que se recusou a sentar no colo do diretor Carlos Manga. Segundo Luana: "A gente estava ali conversando, papo vai, papo vem, uma hora o Manga fez assim para mim: 'Vem aqui, senta aqui'. Ele tinha na base, mais ou menos, de uns 80 anos. Eu tinha na base, mais ou menos, de uns 21. Levantei e falei 'vou'. Fui levantando, sentei no braço da poltrona e falei: 'Só aqui, né?". A atriz lembra também que depois do ocorrido, ela teria sido afastada das gravações.[6]

Ano Título Cargo
1952 Carnaval Atlântida (direção das cenas musicais)
1952 Amei um Bicheiro (assistente de direção)
1953 A Dupla do Barulho (roteiro, direção e montagem)
1954 Matar ou Correr (direção e montagem)
1955 Nem Sansão nem Dalila (direção e montagem)
1955 Colégio de Brotos (diretor e montador)
1956 Guerra ao Samba (direção e montagem)
1956 Vamos com Calma (roteiro, direção e montagem)
1956 O Golpe (roteiro e direção)
1957 Garotas e Samba (roteiro e direção)
1957 Papai Fanfarrão (direção)
1957 De Vento em Popa (direção)
1958 É a Maior (direção)
1959 O Homem do Sputnik (direção)
1959 Esse Milhão É Meu (direção)
1960 Quanto Mais Samba Melhor (direção)
1960 O Palhaço o que É? (direção)
1960 O Cupim (direção)
1960 Pintando o Sete (direção)
1960 Cacareco Vem Aí (roteiro e direção)
1960 Os Dois Ladrões (direção)
1961 Entre Mulheres e Espiões (direção)
1962 As Sete Evas (direção)
1974 O Marginal (roteiro, produção e direção)
1975 Assim Era a Atlântida (roteiro e direção)
1986 Os Trapalhões e o Rei do Futebol (direção)[7][8]
Ano Título Cargo/Papel
1968 Quem tem medo da verdade? (direção e apresentação)
1969 Chico Anysio Show (direção)
1971 Editora Mayo, Bom Dia (direção geral)
1975 Chico City (direção)
1986 - 1987 Os Trapalhões (direção geral)
1990 A, E, I, O… Urca (roteiro)
1991 Vamp (produção)
1993 Agosto (produção)
1995 Decadência (direção)
1997 Anjo Mau (produção)
1998 Torre de Babel (produção)
2004 Um Só Coração (direção e montagem)[9]
2006 Sítio do Pica-Pau Amarelo (direção de 185 episódios)
2007 Eterna Magia (produção e direção)
2010 Afinal, o Que Querem as Mulheres? Don Carlo

Prêmios e indicações

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Em 1983 recebeu o um prêmio Kikito especial no Festival de Gramado e, em 1995, recebeu o Troféu Oscarito, no mesmo festival.[10][11]

Ano Categoria Indicação Resultado
1963 Melhor Produtor de TV[12] Carlos Manga Venceu

Referências

  1. a b «Carlos Manga, diretor de cinema e TV, morre aos 87 anos». O Globo. 17 de setembro de 2015. Consultado em 18 de setembro de 2015 
  2. a b «Carlos Manga morre aos 87 anos». G1. Consultado em 9 de abril de 2016 
  3. a b Meu cinema brasileiro
  4. a b «Diretor de TV e cinema Carlos Manga morre aos 87 anos». Uol. Consultado em 9 de abril de 2016 
  5. «Carlos Manga, diretor de cinema e TV, morre aos 87 anos». O Globo. Consultado em 9 de abril de 2016 
  6. «Assédio marca início de carreira de Luana Piovani; atriz relembra o episódio em podcast». R7. Consultado em 9 de abril de 2016 
  7. e-pipoca
  8. IMDb - Filmography
  9. Veja online - 4 de fevereiro de 2004
  10. Awards for Carlos Manga
  11. e-pipoca - Prêmios e indicações
  12. Folha de S.Paulo (26 de fevereiro de 1963). «Eles foram os melhores de 62!». Consultado em 13 de janeiro de 2018 

Ligações externas

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