Conquista de Coimbra – Wikipédia, a enciclopédia livre

Segunda Reconquista de Coimbra 1064
Reconquista
Data 20 de Janeiro a 9 de Julho de 1064
Local Coimbra
Desfecho
  • Vitória cristã
Beligerantes
Reino de Leão
Condado Portucalense
Taifa de Badajoz
Comandantes
Fernando Magno de Leão Desconhecido
Forças
Desconhecida Desconhecida
Baixas
Desconhecidas Número de mortos desconhecido.
5000 cativos.[1]

A Conquista Definitiva de Coimbra ou Segunda Reconquista de Coimbra por forças cristãs deu-se em 1064, a 9 de Julho num sábado, quando o rei de Leão Fernando Magno tomou a cidade aos muçulmanos.[1]

A cidade de Coimbra havia sido reconquistada aos cristãos por Almançor em 987. A D. Fernando Magno fora-lhe sugerido tomar Coimbra por D. Sesnando Davides, senhor de Tentúgal e profundo conhecedor da política muçulmana e da debilidade dos pequenos reinos taifas que sucederam à desagregação do Califado de Córdova.[1][2] Começou a preparar a projectada expedição contra a cidade em Dezembro de 1063, após receber em Leão os restos mortais de São Isidoro de Sevilha.[1]

Antes de avançar para Coimbra fez uma peregrinação a Santiago de Compostela, tendo ali orado diante do túmulo do Apóstolo Santiago durante três dias, e feito várias doações à igreja compostelana.[1] Dali partiu acompanhado pela sua mulher D. Sancha, os seus filhos, o bispo Crescónio de Santiago, o bispo Vistruário de Lugo, o bispo Suário de Mondonhedo, o bispo Sesnando de Portugal, o abade Ariano de Cela Nova, o abade Pedro de Guimarães e também grande número de nobres. Avançaram por uma via costeira que ligava Iria Flavia a Braga, Porto e Coimbra.[1]

Alcançou as muralhas da cidade a 20 de Janeiro de 1064. A guarnição muçulmana resistiu com denodado esforço aos ataques cristãos.[1] A situação dos víveres e do abastecimento dos cristãos não era a melhor o que terá levado D. Fernando a ponderar levantar o cerco.[1] Ao fim de seis meses, logrou abrir uma brecha nas muralhas da cidade por via de aríetes, e os governantes muçulmanos procuraram render-se em troca das suas vidas, antes que se desse o ataque final, tendo o general muçulmano inclusive entregue-se a D. Fernando com a sua família.[1] O resto da população, porém, não aceitou render-se e continuou a resistir até que lhes faltaram os víveres e a cidade foi violentamente tomada por assalto, morrendo muitos e sido aprisionados 5000 mouros.[1] D. Fernando entrou na cidade a 9 de Julho de 1064.[1]

A cidade foi então entregue ao conde D. Sesnando Davides, que a governou até à sua morte em 1091. A cidade viria a tornar-se um polo de atracção de moçárabes vindos do sul, de terras ainda em mãos muçulmanas.[3]

  1. a b c d e f g h i j k Alfonso Sánchez Candeira: Castilla y León en el siglo XI: estudio del reinado de Fernando I, Real Academia de la Historia, 1999, pp. 180-183.
  2. a history of portugal (em inglês). [S.l.]: CUP Archive. 19 de janeiro de 1947 
  3. Maria Amélia Campos: Coimbras parochial network: aspects of its definition in the 12th century. Publicações do Cidehus, 2016, p.246.