Deinococcota – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDeinococcus-Thermus

Classificação científica
Domínio: Bacteria
Reino: Monera
Filo: Deinococcus-Thermus
Classe: Deinococci
Margulis & Schwartz 1998
Ordens, Famílias e gêneros


¹Ordem Deinococcales
Família Deinococcaceae
Gênero Deinococcus

²OrdemThermales
Família Thermaceae
Gênero Thermus

Deinococcota (sin. Deinococcus-Thermus) é um filo de bactérias cocóides com uma única classe, Deinococci. O filo é altamente resistente às condições ambientais extremas. Possuem uma grossa parede celular que dão a elas uma coloração gram-positiva, porém são revestidas por uma segunda membrana que é semelhante a estrutura das bactérias gram-negativas. O gênero Deinoccocus, pertencente a este filo, inclui várias espécies resistentes à radiação; elas se tornaram conhecidas por sua capacidade de comer resíduos nucleares e outros materiais tóxicos, sobreviver no vácuo do espaço, e sobreviver a extremos de calor e frio.

Cavalier-Smith denominou este clado como Hadobacteria[1] (do grego: Hades, o submundo da mitologia).

Assinaturas moleculares

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Foram encontradas assinaturas moleculares na forma de assinaturas conservadas (CSIs) e proteínas (CSPs) que são compartilhadas de maneira única por todos os membros pertencentes ao filo Deinococcus-Thermus. Esses CSIs e CSPs são características distintivas que separam o filo de todos os outros organismos bacterianos, e sua distribuição exclusiva é paralela às diferenças observadas na fisiologia. CSIs e CSPs que sustentam as classificações taxonômicas a nível de ordens e famílias dentro do filo também foram encontrados. Acredita-se que alguns dos CSIs encontrados para suportar distinções de nível de ordem desempenham um papel nas respectivas características extremofílicas. Outrossim, alguns gêneros dentro deste grupo, incluindo Deinococcus, Thermus e Meiothermus, também possuem assinaturas moleculares que os demarcam como gêneros individuais, inclusive de suas respectivas espécies, fornecendo um meio de distingui-los do resto do grupo e de todas as outras bactérias.

Novas descobertas

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Em 2017,[2] foi detectada alta abundância da bactéria Deinococcota no intestino de crocodilo-lagarto selvagem na China,[2] enquanto os de cativeiros, que se encontram doentes não havia a mesma concentração. Além disso, nas amostras selvagens da Reserva Natural de Luokeng, a alta prevalência do filo Deinococcota no microbioma intestinal não foi encontrada em outros vertebrados. Deinococcota spp. são geralmente encontrados em ambientes extremos. O papel do Deinococcota no trato intestinal não é claro. No entanto, foi relatado que as bactérias Deinococcota apresentam notável resistência a uma série de estresses, como radiação ionizante e UV, agentes oxidantes e dessecação (Theodorakopoulos et al., 2013).[3] Portanto, a alta proporção de Deinococcota pode ajudar os crocodilo lagarto a se adaptarem ao ambiente selvagem na Reserva Natural de Luokeng.

Genomas sequenciados

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Atualmente existem 10 genomas sequenciados[4][5] de cepas neste filo:

  • Deinococcus radiodurans R1
  • Thermus thermophilus HB27
  • Thermus thermophilus HB8
  • Deinococcus geothermalis DSM 11300
  • Deinococcus deserti VCD115
  • Meiothermus ruber DSM 1279
  • Meiothermus Silas DSM 9946
  • Radiovictrix Truepera DSM 17093
  • Oceanithermus profunda ATCC 14977

Referências

  1. CAVALIER-SMITH, T. (2006). Rooting the tree of life by transition analyses. Biology Direct 1: 19p. doi:10.1186/1745-6150-1-19
  2. a b Jiang, Hai-Ying; Ma, Jing-E; Li, Juan; Zhang, Xiu-Juan; Li, Lin-Miao; He, Nan; Liu, Hai-Yang; Luo, Shu-Yi; Wu, Zheng-Jun (25 de outubro de 2017). «Diets Alter the Gut Microbiome of Crocodile Lizards». Frontiers in Microbiology. 8. ISSN 1664-302X. doi:10.3389/fmicb.2017.02073 
  3. Theodorakopoulos, Nicolas; Bachar, Dipankar; Christen, Richard; Alain, Karine; Chapon, Virginie (agosto de 2013). «Exploration of Deinococcus-Thermus molecular diversity by novel group-specific PCR primers». MicrobiologyOpen (em inglês): n/a–n/a. PMC 3831646Acessível livremente. PMID 23996915. doi:10.1002/mbo3.119. Consultado em 19 de julho de 2019 
  4. Gilbert, David (12 de março de 2009). «DOE Joint Genome Institute 2008 Progress Report» 
  5. «"A genomic encyclopedia of bacteria and archaea" talk by Jonathan Eisen». SciVee. 7 de setembro de 2008. Consultado em 19 de julho de 2019