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Deméter
Deusa da colheita, agricultura, natureza e estações do ano

Busto de Deméter
Cópia romana de original grego do século IV a.C.

Nome nativo Δημήτηρ
Morada Monte Olimpo
Símbolo Trigo
Foice
Sementes
Maçã
Genealogia
Pais Cronos e Reia
Irmão(s) Zeus, Posidão, Hades, Hera, Quiron e Héstia
Filho(s) Perséfone, Despina, Árion, Pluto e Filomelo.
Equivalentes
Romano Ceres

Deméter (em grego: Δημήτηρ, transl.: Dēmétēr) ou Demetra (em grego: Δήμητρα, transl.: Démētra), na mitologia grega, é a deusa da colheita e da agricultura, uma olímpica, filha de Cronos e Reia.[1] É também deusa da terra cultivada e das estações do ano. É propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Na qualidade de deusa da agricultura, fez várias e longas viagens com Dioniso ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantações.

Em Roma, onde se chamava Ceres, seu festival era chamado Cereália, sendo celebrado na primavera.

Sua primeira filha foi Perséfone, que teve com Zeus. Perséfone era a maior alegria da mãe! Quando Hades a sequestrou, Deméter fez as plantas pararem de crescer por todo o mundo, e disse que as plantas só voltariam a crescer quando sua amada filha voltasse. Depois de muito tempo, Hades e Deméter fizeram um acordo… Perséfone ficaria com a mãe 3/4 do ano e ficaria com Hades 1/4 do ano.

Deméter é descrita como "a loira Deméter" na "Ilíada" de Homero.[2]

Relacionamentos e filhos

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Com Zeus, seu irmão,[1] ela teve uma filha, Perséfone ("a de braços brancos").[3] Teve dois gémeos chamados Despina ("a deusa das sombras invernais") e Árion, com seu irmão Posidão. Abandonou a menina sem nome ao nascimento para procurar Perséfone quando raptada. Despina, que representa o inverno, é o oposto de sua irmã, Perséfone, que representa a primavera, e de sua mãe Deméter, deusa da agricultura. O filho chamado Árion era um cavalo de crinas azuis, que tinha o poder da fala e de ver o futuro. Foi o cavalo mais rápido de todos os tempos e ajudou bravamente muitos heróis em suas conquistas.

Deméter também é uma das deusas que tiveram filhos com mortais. Com o herói cretense Iasião, teve dois filhos gêmeos, Pluto e Filomelo,[4] e um terceiro filho, Coribas[5][6] Um fragmento do Catálogo de Mulheres, de Hesíodo, sugere que Deméter teve um outro amante mortal, Etião, que foi fulminado por um raio de Zeus.[7] Alguns estudiosos inferem que Iásio e Etião são a mesma pessoa.[8][9]

Rapto de Perséfone

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Deméter (Ceres), deusa dos campos dourados, que trabalhava incessantemente junto aos homens, ensinando-lhes o plantio e a colheita de trigo, tinha uma filha chamada Perséfone (Proserpína), uma jovem virgem adolescente com os cabelos dourados como os raios de Sol. Sua mãe, Deméter, a incumbia de colher ramos de trigo em um campo separado dos outros, preservando-a do contato com os homens. No mundo subterrâneo habitava um deus chamado Hades (Plutão), senhor dos infernos e do mundo dos mortos. Em uma de suas passagens pela superfície, Hades avista Perséfone nos campos de trigo e se apaixona imensamente por ela. Indo em sua direção, agarra-a pelos cabelos e a coloca em sua carruagem negra puxada por cavalos negros que soltavam chamas verdes das ventas. A terra se abre num terremoto e Hades rapta Perséfone, levando-a ao seu reino nas profundezas.

Quando Hades raptou Perséfone e a levou para seu reino subterrâneo, Deméter ficou desesperada, saiu como louca pelo mundo afora sem comer e nem descansar. Decidiu não voltar para o Olimpo enquanto sua filha não lhe fosse devolvida, e culpando a terra por ter aberto a passagem para Hades levar sua amada filha, ela disse:

– Ingrato solo, que tornei fértil e cobri de ervas e grãos nutritivos, não mais gozará de meus favores!

Durante o tempo em que Deméter ficou fora do Olimpo a terra tornou-se estéril, o gado morreu, o arado quebrou, os grãos não germinaram. Sem comida a população sofria de fome e doenças. A fonte Aretusa (em outras versões, a ninfa Ciana, metarmofoseada em um rio) então contou que a terra abriu-se de má vontade, obedecendo às ordens de Hades e que Perséfone estava no Érebo, triste mas com pose de rainha, como esposa do monarca do mundo dos mortos.

Com a situação caótica em que estava a terra estéril, Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone. Ele concordou, porém antes, fê-la comer um bago de romã e assim a prendeu para sempre aos infernos, pois quem comesse qualquer alimento nessa região ficava obrigado a retornar.

Com isso, ficou estabelecido que Perséfone passaria um período do ano com a mãe, e outro com Hades. O primeiro período corresponde à primavera, em que os grãos brotam, saindo da terra assim como Perséfone. Neste período Perséfone é chamada Core, a moça. O segundo é o da semeadura de outono, quando os grãos são enterrados, da mesma forma que Perséfone volta a ser Rainha do submundo no reino do seu marido. Durante o inverno, Despina mostra sua ira contra seus pais e sua irmã, congelando lagos e destruindo plantações e flores.

Árvore Genealógica

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Reia
Cronos
Zeus
Perséfone
Deméter
Poseidon
Despina
Árion
Iasião
Pluto
Filomelo
Coribas

Os Mistérios de Elêusis, celebrados no culto à deusa, na Grécia, interpretam essa lenda como um símbolo contínuo de morte e ressurreição. Deméter pode ser representada:

  • sentada, com tochas ou uma serpente. Seus atributos são a espiga e o narciso, seu pássaro é a grou.
  • tendo em uma das mãos uma foice e na outra um punhado de espigas e papoulas, trazendo na cabeça, uma coroa com esses mesmos elementos.

Ao final de sua jornada, Io se casou com Telégono, rei do Egito[10], e fez uma estátua a Deméter, que os egípcios chamavam de Ísis, e passaram também a chamar Io de Ísis.[10]


Referências

  1. a b Hesíodo, Teogonia, Filhos de Cronos, 453
  2. Lourenço, Frederico (23 de agosto de 2016). A Ilíada de Homero adaptada para jovens. [S.l.]: Claro Enigma 
  3. Hesíodo, Teogonia, Os Deuses Olímpicos, 913
  4. Hyginus, Astronomica 1
  5. Korybantes. Theoi Project.
  6. Hesíodo, Teogonia, Sobre Deusas e Homens, 969
  7. Hesíodo, Catálogo de Mulheres, Fragmento 102, Dardano, Etião, Ganimedes, Jacinto
  8. Iasion. Mythindex
  9. Theoi Project. Demeter loves: Iasion
  10. a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca 2.1.3
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