Dercy Gonçalves – Wikipédia, a enciclopédia livre
Dercy Gonçalves | |
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Dercy em 2004 | |
Nome completo | Dolores Gonçalves Costa |
Nascimento | 23 de junho de 1907[a] Santa Maria Madalena, RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Morte | 19 de julho de 2008 (101 anos)[1] Rio de Janeiro, RJ |
Ocupação |
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Atividade | c. 1922–2008[2] |
Outros prêmios | |
Lista |
Dolores Gonçalves Costa, mais conhecida como Dercy Gonçalves (Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907[3] [a] – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2008), foi uma atriz, humorista e cantora brasileira. Oriunda dos espetáculos circenses, tornou-se uma das maiores estrelas do auge do teatro de revista na década de 1930 e da produção cinematográfica brasileira a partir da década de 1940.[6] Foi reconhecida pelo Guinness Book como a atriz com maior tempo de carreira na história mundial, totalizando 86 anos.[7]
Celebrada por suas entrevistas irreverentes, bom humor e emprego constante de "palavrões", foi uma das maiores expoentes do teatro de improviso no Brasil.[8]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Primeiros anos: infância
[editar | editar código-fonte]Dercy veio de uma família miscigenada: a avó era negra africana, de Dacar,[9] e o avô, português de Coimbra.[10] Uma outra avó era “quase índia”.[11] Originária de família pobre, nasceu no interior do estado do Rio de Janeiro. Sua irmã Cecília, segundo o registro, difere de seis meses do seu nascimento. Na época era muito comum registrar os filhos mais tarde, pela falta de acesso a cartórios e informações da importância de um registro civil.
Era filha de um alfaiate, chamado Manuel Gonçalves Costa e de uma lavadeira, chamada Margarida Gonçalves Costa. Sua mãe abandonou o lar e os sete filhos ao descobrir a infidelidade do marido. Dercy, abandonada pela mãe ainda pequena, foi criada pelo pai alcoólatra. A menina, que foi crescendo, teve que conviver com um pai bêbado e violento em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, que foi embora para o Rio de Janeiro para trabalhar como empregada doméstica e que anos mais tarde faleceu durante a Gripe espanhola.[12][13][14]
Sofria preconceitos na infância, sendo constantemente chamada de "negrinha", por ser neta de uma negra.
Para ajudar nas despesas de casa junto com os irmãos, Dercy foi trabalhar em uma bilheteria de cinema, no Cinema Ideal. Vendo os filmes nas horas de expediente do serviço, aprendeu a se maquiar e atuar como as artistas da época Pola Negri e Theda Bara. Seu grande sonho era seguir carreira artística. Mesmo não sendo ainda atriz profissional, apresentava-se em teatros improvisados para hóspedes dos hotéis em sua cidade natal.
Estreia no teatro circense
[editar | editar código-fonte]Aos dezessete anos fugiu de casa para Macaé embaixo do vagão de um trem, pois queria se juntar à uma trupe de teatro mambembe que lá estava, diversos atores de circo experientes no qual ela poderia trabalhar, a Companhia de Maria Castro.[2]
Após um tempo morando em Macaé e trabalhando no teatro circense, o circo teve que partir para se fixar em outra cidade e fazer apresentações novas. Então, ela foi junto com a Companhia de Circo para Minas Gerais, onde estreou, em Leopoldina, integrando o elenco da Companhia Maria Castro.
Fazendo teatro itinerante, formou dupla com Eugênio Pascoal em 1930, com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "Os Pascoalinos",[8] exibindo-se em circos ou integrando temporariamente outras companhias ambulantes, como as de João Rios e de Silva Filho dentre outras. No final de 1931, Pascoal deixa Dercy sozinha na capital, indo para Atibaia tratar de tuberculose. Considerada sua inexperiência, esta não teve êxito. Para sobreviver, foi cantora de números românticos e regionais na Companhia de Genésio Arruda.[15]
Em 1932 Os Pascoalinos chegaram a "Casa de Caboclo", na Praça Tiradentes no Rio de Janeiro, aonde foi o maior sucesso de Dercy, que chegou a ter seu nome escrito nas portas, juntou se a Jararaca & Ratinho que eram estrelas máximas da casa e outros; com um repertório musical cantava "A Casinha aonde eu nasci", "Malandrinha", " A Serra da Mantiqueira". Num desses espetáculos, substituindo a atriz Durvalina Duarte que apresentava o número principal, atendendo ao telefone, depois anunciando a entrada de Jararaca e Ratinho, a cantora se descobriu como atriz cômica.[16]
Dercy se apaixonou por Eugênio Pascoal, que foi seu primeiro namorado, aos 23 anos, no papel, e 25 na vida real. Dercy dissera uma vez em entrevista que, fora enganada por seu primeiro namorado, Pascoal, que a violentou sexualmente. Dercy conta que na noite em que perdeu a virgindade, usava uma camisola feita de saco de arroz: "Tinha escrito no peito: Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira", contou. Anos depois, a atriz disse que, inocente na época, não sabia o que estava acontecendo e não entendeu por que estava sangrando. Ela foi convencida a fazer sexo e não sabia que esse convencimento, mediante ameaça de término do namoro, configura-se como estupro. Após alguns anos convivendo juntos, Eugênio ficou tuberculoso e foi internado em um sanatório, vindo a falecer.
Enquanto excursionava com a trupe pelo interior de Minas Gerais, Dercy descobriu estar com tuberculose, que contraíra de seu parceiro, tendo que se afastar do trabalho, sendo internada em Santos Dumont. Um exportador de café mineiro chamado Ademar Martins Senra a conheceu quando passava próximo à tenda do circo e se encantou por ela, apesar de ter ficado com pena da pobre moça doente. De bom coração, pagou todas as contas do sanatório para a internação da atriz, que não tinha dinheiro suficiente para custear o tratamento. Em 1936, já curada de uma tuberculose, com uma filha pequena e com dificuldades financeiras, começou a fabricar perfumes e vender na Praça Tiradentes.[15]
Em 1941, Dercy já estava trabalhando na Companhia de Revista Paradise, de Jardel Jércolis, trabalhando ainda na Companhia de Variedades do pai de Walter Pinto e na Companhia de Chianca de Garcia.[16] Em 1947 monta sua própria Companhia.
Especializando-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1930 e anos 1940|1940, estrelando algumas delas, como "Rei Momo na Guerra", em 1943, de autoria de Freire Júnior e Assis Valente, na companhia do empresário Walter Pinto.
Início na Televisão
[editar | editar código-fonte]Na década de 1960 iniciou sua carreira solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquistavam um público cheio de moralismo. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.
Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo, convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark.
De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5. Em 22 de Setembro de 1969, o programa foi suspenso pela Censura Federal por 15 dias.[17]
Anos 1970: Problemas com a Censura
[editar | editar código-fonte]Em 1970 se apresenta com a "A Dama das Camélias" em Lisboa, Portugal, sob a direção de Flávio Rangel.[18]
Em 1971 comandou o programa Dercy em Família, semelhante ao que apresentava anteriormente na TV Globo, mas sem a equipe de apoio com que a emissora lhe dava, durou pouco. No mesmo ano faz uma participação no documentário Cômicos e mais Cômicos de Jurandir Passos de Noronha.
Permanece quase toda a década de 1970 afastada da televisão, só retorna em 1977 em uma participação em A Praça da Alegria.[12]
Anos 1980
[editar | editar código-fonte]Em 1980, interpretou a vedete Dulcinéia, protagonista da novela Cavalo Amarelo, levada ao ar pela Rede Bandeirantes, revive a personagem na continuação Dulcinéa Vai à Guerra. Em 1980, é entrevistada pelo programa Canal Livre, cuja fita é apreendida pela censura. Recebe em 1981, o Troféu Imprensa de melhor atriz de 1980, empatando com Dina Sfat. Ainda por volta de 1981, grava um piloto de um programa para o SBT, chamado A Família Maluca, projeto que não teve continuação.[19]
Em 1981 estava de volta a TV Record, graças a sua boa amizade com Paulo Machado de Carvalho, assumiu a apresentação do Dercy Sempre aos domingos, escrito e dirigido por Chico de Assis. O nome do programa parodiava uma antiga e bem cotada atração da TV Excelsior, o Bibi Sempre aos Domingos, apresentado no final da década de 1960 por Bibi Ferreira. No entanto, mesmo quinze anos depois, a referência ao programa da Excelsior, uma emissora que já nem mais existia, incomodou e o nome do programa teve que ser trocado para Dercy Povão. Com problemas financeiros, a emissora que em 1982 deixou de pertencer da família Machado de Carvalho, despediu Dercy.[12]
Permanece a primeira metade da década de 1980 afastada da televisão, exibindo se apenas em Os Astros na TV Educativa e no especial Dercy de Peito Aberto, gravado no Canecão.
No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberdade na programação, Dercy passou a integrar bancadas de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Silvio Santos. Voltou a TV Globo, onde fez até aparições em telenovelas. No SBT possuía contrato vitalício.[20]
Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.
Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.
Em 1989, faz uma participação especial na novela Que Rei Sou Eu?, vivendo a Baronesa Lenilda Eknésia, mãe da Rainha Valentine.
Anos 1990
[editar | editar código-fonte]Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.
Em 1992 participou da novela Deus Nos Acuda, de Silvio de Abreu, em um dos papéis centrais, o Anjo Celestina.[21]
Sua biografia, Dercy de Cabo a Rabo (1994), foi escrita por Maria Adelaide Amaral. Dercy de Verdade foi o título dado à minissérie sobre a vida da atriz, que também foi escrita por Maria Adelaide Amaral e direção de Jorge Fernando. A minissérie estreou no dia 10 de janeiro de 2012 e teve quatro capítulos.
Em 1997, volta aos palcos com a peça Dercy, Uma Lição de Vida, sob direção de Paulo José. Foi a última peça que a atriz fez de longa temporada.
Década de 2000: Últimos anos
[editar | editar código-fonte]Foi contratada pelo SBT, onde possuía contrato vitalício[20] e voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.[22] Posteriormente Dercy atuou na A Praça É Nossa com um quadro fixo junto a Carlos Alberto de Nóbrega.
Em 4 de setembro de 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores desta capital.
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Foi casada com o jornalista Danilo Bastos, de 1942 até se desquitar em 1959.[23]
Ainda na adolescência foi noiva de Luís Pontes, mas o casamento não pode ser realizado por oposição da família do noivo.[24]
Em 1934 depois de curada da tuberculose, tendo largado o circo, teve um romance com o exportador de café mineiro Ademar Martins, mesmo ele sendo casado. Desse relacionamento de dois anos, nasceu sua única filha, em 1934, Maria Dercimar Gonçalves Senra,[25][26][27] Maria Dercimar faleceu em novembro de 2023, aos 88 anos de idade.
O nome Dercimar é uma mistura do apelido de Dolores, Dercy, com o nome do pai dela, Ademar. Ademar descobriu que Dercy engravidou e, mesmo casado, decidiu assumir o filho fora do casamento e colocou Dercy em uma casa decente para se viver e ficou a ajudando nas despesas. Quando o bebê nasceu, Ademar registrou a criança e às vezes ia visitar Dercy e a neném. No entanto, não podiam morar juntos pelo fato de ele ser casado e o romance deles ser secreto. Um dia, porém, não apareceu mais, o que fez Dercy sofrer muito, além de ter que criar a filha sozinha. Ela, então, voltou a trabalhar em teatro.
Teve um relacionamento com o apresentador Ari Soares.[28]
Centenário
[editar | editar código-fonte]No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou cem anos com uma festa na Praça Coronel Braz, no centro do município de Santa Maria Madalena (sua cidade natal), na região serrana do Rio de Janeiro. Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade.[29]
Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral Pout-PourRir (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiperlotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. À noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada por uma personagem interpretada pelo ator Luís Lobianco, ainda deixou para a história duas frases memoráveis. É perguntado à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha".
Morte
[editar | editar código-fonte]Dercy Gonçalves morreu no dia 19 de julho de 2008, aos 101 anos de idade,[nota 1][1] no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Ela foi internada durante a madrugada. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária grave que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória.[30] O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz.[31] Ela foi sepultada de pé em uma pirâmide de cristal projetada pela atriz, no cemitério de Santa Maria Madalena,[32] sua terra natal. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestaram, em cena, uma última homenagem a Dercy.
Filmografia
[editar | editar código-fonte]Cinema
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Personagem | Notas |
---|---|---|---|
1943 | Samba em Berlim | Empregada | |
1944 | Abacaxi Azul | Interiorana[33] | |
Romance Proibido | Dercy | ||
1946 | Caídos do Céu | Rita Naftalina | |
1948 | Folias Cariocas | — | |
1956 | Depois Eu Conto | Ofélia | |
1957 | A Baronesa Transviada | Gonçalina / Baronesa | |
Absolutamente Certo | Dona Bela[34] | ||
Feitiço do Amazonas | — | ||
1958 | Uma certa Lucrécia | Lucrécia | |
A Grande Vedete | Jeanette | ||
1959 | Cala a Boca, Etelvina | Etelvina | |
Entrei de Gaiato | Anastácia da Emancipação | ||
Minervina Vem Aí | Minervina | ||
1960 | A Viúva Valentina | Valentina | |
Dona Violante Miranda | Violante Miranda | ||
Só Naquela Base | Ernestina | ||
1961 | Com Minha Sogra em Paquetá | Dona Faustina Tibúrcio [35] | |
1963 | Sonhando com Milhões | Agripina | |
1970 | Se Meu Dólar Falasse | Bisisica | |
1971 | Cômicos e + Cômicos | Atriz | Documentário |
1980 | Bububu no Bobobó | Ex-vedete | |
1983 | O Menino Arco-Íris | Maria Marcha-à-Ré[36] | |
1993 | Oceano Atlantis | Mulher na gruta | |
2000 | Célia & Rosita | Ela Mesma | Curta-metragem |
2008 | Nossa Vida Não Cabe Num Opala | Vovó no opala |
Televisão
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Personagem | Notas |
---|---|---|---|
1963–64 | Vovo Deville | Vários personagens | |
1964–65 | Dercy Beaucoup | Apresentador | |
1964 | My Fair Show | Vários personagens | |
1965 | Noites Cariocas | ||
1966–67 | Dercy Espetacular | Apresentadora[37] | |
1967 | Dercy Comédias | Vários personagens | |
1967–70 | Dercy de Verdade[38] | Apresentadora | |
1971 | Família Trapo | Gigi | Episódio: "A Namorada do Bronco" |
1971–72 | Dercy em Família | Apresentadora | |
1972 | Programa Flávio Cavalcanti | Jurada | |
1972 | Band Teleteatro | Silvana | Episódio: "Uma Viúva Psicodélica" |
1980 | Cavalo Amarelo | Dulcinéa Amorim | |
Dulcinéa Vai à Guerra | |||
1981–82 | Dercy Sempre aos Domingos | Apresentadora | |
1982 | Dercy Povão | ||
1984 | Humor Livre | Vários personagens | |
1985 | Aventura Musical | Drª. Neme Lufar[39] | Episódio:" As Mil e Uma Noites de Pompeu Loredo" |
Rita e Roberto | Repórter [40] | Especial de fim de ano | |
1988 | Cocó, My Darling | Coco Baisos | |
1989 | Que Rei Sou Eu? | Baronesa Lenilda Eknésia | |
1989–93 | Domingão do Faustão | Ela mesma | Quadro: "Jogo da Velha"[41] |
1990 | La Mamma | Dona Rosária (Mamma) | |
1991 | Dercy Gonçalves: Bravo, Bravíssimo | Ela mesma | Especial TV Globo[42] |
1992 | Deus nos Acuda | Celestina | |
1994 | Brasil Especial | Dona Anita | Episódio: "Feliz Aniversário Dona Anita"[43] |
1996 | Caça Talentos | Miss Dayse | Episódio: "TV Galera" |
Sai de Baixo | Leopoldina Mathias | Episódio: "A Estátua da Libertinagem" | |
2000 | Fala Dercy | Apresentadora | |
2001–04 | A Praça é Nossa | Ela mesma | |
2002 | SBT Palace Hotel | Avó de Laraiah | Especial de final de ano |
2002–05 | Teleton | Apresentadora | [44] |
2003 | Maria Gazogênio | Maria Gazogênio | Especial de fim de ano |
2004 | Meu Cunhado | Loira Sexy | Episódio: "Bronco Connection" |
2008 | Nada Além da Verdade | Participante / Vencedora | Episódio: "24 de fevereiro" |
Teatro
[editar | editar código-fonte]Como atriz
[editar | editar código-fonte]Ano | Título[45] | Cidade |
---|---|---|
1924–1930 | Espetáculos circenses com a Companhia Maria Castro | Várias localidades |
1930–1932 | Espetáculos circenses na dupla Os Pascoalinos | |
1932 | Quequé Qué | Rio de Janeiro RJ |
1932 | Gente de Fora | |
1932 | Viva as Muié | |
1933 | Carnaval do Sertão | |
1933 | Coisas de caboclo | |
1933 | Promessa | |
1934 | Coisinha Boa | |
1934 | Foi seu Cabral | |
1941 | Filhas de Eva | |
1941 | Do que Elas Gostam | |
1942 | Rumo a Berlim | |
1942 | Passo de Ganso | |
1943 | Rei Momo na Guerra | |
1944 | A Barca da Cantareira | |
1944 | Momo na Fila | |
1945 | Canta Brasil | |
1945 | Bonde da Laite | |
1946 | Fogo no Pandeiro | |
1946 | Jogo Franco | |
1947 | Sinhô do Bonfim | |
1947 | Deixa Falar | |
1947 | Que Medo Ó! | |
1948 | É com Esse que Eu Vou! | |
1948 | Tem Gato na Tuba | |
1948 | Manda Quem Pode | |
1949 | Quero Ver Isso de Perto | |
1949 | Pro Cacete Vou a Pé | |
1950 | Nega Maluca | |
1950 | Catuca por Baixo | |
1951 | Zum, Zum! | |
1951 | Ó do Penacho! | |
1952 | Sou Tarada! | |
1952 | Mulheres de Todo o Mundo | |
1953 | Bomba da Paz | |
1953 | Túnica de Vênus | |
1954 | Uma Certa Viúva | São Paulo SP |
1955 | Um Marido Pelo amor de Deus | Rio de Janeiro RJ |
1956 | A Dama das Camélias | São Paulo SP |
1956 | Escândalos Romanos | |
1957 | A Sempre Viúva | |
1958 | Vinde Ensaboar Vossos Pecados | |
1958 | Dona Violante Miranda | |
1959 | La Mama | |
1962 | Escândalos Romanos | |
1963 | Senhora Presidenta | |
1963 | Siamo Tutti Tarados | |
1968 | A Virgem Psicodélica | Rio de Janeiro RJ |
1969 | A Viúva Recauchutada | |
1970 | Sepulcro para Casal | |
1970 | A Dama das Camélias | Lisboa (Portugal) |
1970 | A Gatatarada | Rio de Janeiro RJ |
1971 | A Difa... Amada | |
1972 | Os Marginalizados | |
1974 | A Dama do Camarote | |
1974 | Tudo na Cama | São Paulo SP |
1977 | Dercy Biônica | |
1978 | Dercy Biônica | Rio de Janeiro RJ |
1979 | Dercy Beaucoup | São Paulo SP |
1982 | Dercy Vem Aí | Rio de Janeiro RJ |
1983 | Dercy de Cabo a Rabo | |
1984 | Dercy de Peito Aberto | |
1987 | Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos | |
1989 | A Grande Revista | |
1990 | Burlesque | São Paulo SP |
1991 | Bravíssimo | Rio de Janeiro RJ |
1997 | Dercy, uma Lição de Vida | |
2007 | Pout-PourRir |
Como diretora
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Cidade |
---|---|---|
1953 | Bomba da Paz | Rio de Janeiro RJ |
1955 | Um Marido Pelo amor de Deus | |
1963 | Siamo Tutti Tarados | São Paulo SP |
1966 | Cocó My Darling | |
1968 | A Virgem Psicodélica | Rio de Janeiro RJ |
1970 | A Gatatarada | |
1970 | Sepulcro para Casal | |
1971 | A Difa... Amada | |
1974 | A Dama do Camarote | |
1977 | Dercy Biônica | São Paulo SP |
1978 | Dercy Biônica | Rio de Janeiro RJ |
1979 | Dercy Beaucoup | São Paulo SP |
1982 | Dercy Vem Aí | Rio de Janeiro RJ |
1983 | Dercy de Cabo a Rabo | |
1984 | Dercy de Peito Aberto | |
1987 | Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos | |
1990 | Burlesque | São Paulo SP |
1991 | Bravíssimo | Rio de Janeiro RJ |
Como autora
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Cidade |
---|---|---|
1982 | Dercy Vem Aí | Rio de Janeiro RJ |
1983 | Dercy de Cabo a Rabo | |
1984 | Dercy de Peito Aberto | |
1987 | Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos | |
1991 | Bravíssimo |
Como produtora
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Cidade |
---|---|---|
1958 | A Valsa dos Toreadores | São Paulo SP |
1958 | Vinde Ensaboar Vossos Pecados | |
1958 | Society em Baby Doll |
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Prêmio | Indicação | Nomeações | Resultado |
---|---|---|---|---|
1980 | Prêmio APCA de Televisão | Melhor Atriz | Cavalo Amarelo | Venceu |
1981 | Troféu Imprensa | Melhor Atriz | Venceu | |
1989 | Melhor Humorista Feminina | — | Indicada | |
1991 | Indicada | |||
1993 | Festival de Brasília[46] | Troféu Candango de Melhor Atriz Coadjuvante | Oceano Atlantis | Venceu |
1998 | Prêmio Shell Especial[47] | Conjunto da Obra | — | Venceu |
2005 | Grande Prêmio do Cinema Brasileiro | Troféu Honorário (Conjunto da Obra) | Venceu | |
2008 | Guinness World Records | Carreira Mais Longa como Atriz (86 anos) | Honrada |
Frases célebres
[editar | editar código-fonte]- "Quem me criou foi o tempo, foi o ar. Ninguém me criou. Aprendi como as galinhas, ciscando, o que não me fazia sofrer eu achava bom."
- "Tudo que passou, acabou. Eu sobrevivi."
- "O ontem acabou. Não tenho mágoa de nada e nem saudade de nada. Vivo o hoje. Tenho alegria de viver, adoro a vida."
- "Eu já fui acusada de tudo. Eu era "negrinha" [a avó era negra], menina de rua, mas nada disso me atingiu porque eu não sabia o que era o mundo. Não tinha nem amigos. Passeava na rua e era perseguida com 7, 10 anos, porque o negro é perseguido há séculos."[48]
- "Não podia levantar o braço na passarela. Arriei e fui dançando e cantando. Tinha os seios lindos naquela ocasião. Mostrei. Houve gritaria, escândalo, mas por quê? Os seios são a coisa mais linda na mulher."
Notas
- ↑ De acordo com o registro de nascimento
- ↑ a b Conforme a própria Dercy em fevereiro de 2008, quando questionada a respeito de sua idade, ela afirmou que, devido às condições econômicas e culturais de sua família, teve seu registro feito apenas dois anos depois de seu nascimento. Dessa forma, nasceu em 1905, porém, foi registrada apenas em 1907.[4][5]
Referências
- ↑ a b «Biografia de Dercy Gonçalves.». FUNARTE, 2006. Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ a b «Morre Dercy Gonçalves aos 101 anos». Portal G1. 19 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008
- ↑ http://www.funarte.gov.br, Funarte-. «Biografia de Dercy Gonçalves | Brasil Memória das Artes». Consultado em 13 de agosto de 2024
- ↑ Programa Silvio Santos. 24 de fevereiro de 2008 https://www.youtube.com/watch?v=5BI0KXXRr2I. Consultado em 27 de julho de 2024 – via YouTube Texto " Programa Silvio Santos (24/02/2008)" ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido
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(ajuda) - ↑ «Dercy Gonçalves - Biografia». UOL. Educação. Consultado em 27 de julho de 2024
- ↑ Abril.com. «Dercy Gonçalves será enterrada em pé». Consultado em 17 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 7 de julho de 2015
- ↑ Folha.com. «Dercy Gonçalves está no 'Guinness 2012'». Consultado em 16 de novembro de 2011
- ↑ a b «Gonçalves, Dercy (1907)». Enciclopédia Itaú Cultural - Teatro. Itaú Cultural. 11 de outubro de 2007. Consultado em 20 de julho de 2008. Arquivado do original em 18 de abril de 2009
- ↑ DERCY GONÇALVES CONTANDO COMO FOI A SUA EXPULSÃO DO BAILE EM MADALENA. Youtube. Em cena em dur: 02.24. Consultado em 24 de janeiro de 2022
- ↑ Lima, Renata Moreira. «Última Entrevista de Dercy Gonçalves, aos 102 anos». 50 e mais. Arquivado do original em 3 de julho de 2017
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Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Biografia de Dercy Gonçalves.». Enciclopédia Itaú Cultural, 2008. Consultado em 13 de setembro de 2012
- «Biografia de Dercy Gonçalves.». FUNARTE, 2006. Consultado em 13 de setembro de 2012
- «Dercy Gonçalves Turns 100» (em inglês). Alt Film Guide & Andre Soares, 2007. Consultado em 13 de setembro de 2012
- Longest career as an actress Guinness World Records