Santa Maria Madalena (Rio de Janeiro) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Santa Maria Madalena
  Município do Brasil  
Vista parcial da cidade em 2008.
Vista parcial da cidade em 2008.
Vista parcial da cidade em 2008.
Símbolos
Bandeira de Santa Maria Madalena
Bandeira
Brasão de armas de Santa Maria Madalena
Brasão de armas
Hino
Lema Salus labor spes
"Esperança e firmeza no trabalho"
Gentílico madalenense
Localização
Localização de Santa Maria Madalena no Rio de Janeiro
Localização de Santa Maria Madalena no Rio de Janeiro
Localização de Santa Maria Madalena no Rio de Janeiro
Santa Maria Madalena está localizado em: Brasil
Santa Maria Madalena
Localização de Santa Maria Madalena no Brasil
Mapa
Mapa de Santa Maria Madalena
Coordenadas 21° 57′ 18″ S, 42° 00′ 28″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Campos dos Goytacazes, Conceição de Macabu, São Fidélis, São Sebastião do Alto, Trajano de Moraes
Distância até a capital 219 km
História
Fundação 8 de junho de 1862 (162 anos)
Administração
Prefeito(a) Nilson José Perdomo Costa[1] (UNIÃO, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 815,591 km²
População total (Estimativa IBGE/2013[3]) 10 282 hab.
Densidade 12,6 hab./km²
Clima Tropical de Altitude (Cwa)
Altitude 615 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [4]) 0,669 médio
 • Posição RJ: 79º
PIB (IBGE/2011[5]) R$ 129 767 mil
PIB per capita (IBGE/2011[5]) R$ 12 586,57
Sítio pmsmm.rj.gov.br (Prefeitura)

Santa Maria Madalena é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a 21º57'19" de latitude sul e 42º00'29" de longitude oeste, a uma altitude de 615 metros. A população aferida na estimativa de 2013 foi de 10 282 habitantes.[3]

O desbravamento da região hoje ocupada pelo município de Santa Maria Madalena data de 1840, quando por ali passou o português Manoel José Teixeira Portugal. Logo depois, se estabeleceu no local o mateiro José Vicente, que ali chegou em perseguição a negros fugitivos e armou um rancho no mesmo local do antecessor, onde hoje se localiza a Igreja Matriz de Santa Maria Madalena.[6]

Em 1850, José Vicente foi visitado pelo padre francês Francisco Xavier Frouthé, que seguia pela região à procura de nativos a quem pudesse passar suas mensagens religiosas. Diz-se que o mateiro interessou-se por uma espingarda que o padre trazia consigo, propondo ao mesmo a sua troca pelas terras. A partir de então, Frouthé foi responsável por coordenar a construção de uma capela dedicada à santa. Nos anos seguintes, a localidade foi elevada à condição de freguesia.

Em 8 de junho de 1862 ocorreu o seu desmembramento da cidade de Cantagalo, com o que Santa Maria Madalena tornou-se um município independente.

O Parque Estadual do Desengano é a última reserva de Mata Atlântica do norte fluminense e abrange os municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes, em uma área de aproximadamente 22 400 hectares

O clima é tropical de altitude, com temperatura variando entre 6º e 35º C.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes aos períodos de janeiro de 1961 a dezembro de 1979 e janeiro 1983 a maio de 2018, a menor temperatura registrada em Santa Maria Madalena foi de 2,3 °C em 14 de julho de 1988[7] e a maior atingiu 39,1 °C em 19 de janeiro de 1995.[8] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 173,1 milímetros (mm) em 13 de novembro de 2012. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 155,2 mm em 10 de dezembro de 2002, 146,8 mm em 26 de janeiro de 1961, 138 mm em 17 de novembro de 1977, 131 mm em 26 de fevereiro de 2010, 112,3 mm em 4 de março de 2005, 111,6 mm em 13 de novembro de 1976, 111,4 mm em 3 de janeiro de 2007 e 102,2 mm em 16 de abril de 2018.[9] Janeiro de 1961, com 646,5 mm, foi o mês de maior precipitação, seguido por janeiro de 2007 (573,3 mm).[10]

Dados climatológicos para Santa Maria Madalena
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 39,1 36,1 34,6 36,1 31,7 29,9 31,2 33,4 35,2 37,1 34,3 35,1 39,1
Temperatura máxima média (°C) 28,4 29,4 28,3 26,7 24,5 23,3 23,1 23,9 24,2 25,7 26,4 27,3 25,9
Temperatura mínima média (°C) 18,8 18,8 17,4 14,9 13,3 13,3 13 13,1 14,5 16 17,1 18,1 16,1
Temperatura mínima recorde (°C) 12,8 12,1 12,1 7,4 6,3 3,8 2,3 4,2 7,1 8,3 9,4 11,2 2,3
Precipitação (mm) 245,6 134,7 165,9 87,6 60 43,4 45,9 42,6 93,1 113,6 195 262,9 1 490,3
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 12 8 10 7 5 4 5 4 8 8 11 13 95
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[11]
recordes de temperatura: 01/01/1961 a 31/12/1979 e 01/01/1983 a 31/05/2018)[7][8]

O relevo do município é bastante acidentado e apresenta várias montanhas que, juntas, formam grandes serras, como as da Grama, de Triunfo, do Sossego, da Morumbeca, dos Pontes, da Fortaleza, do Macapá e do Fumal.

Outra parte do município é formada por planícies que podem ser encontradas nas regiões do Brinco, Triunfo, Sossego do Imbé e na Barra do Imbé, entre outras.

Santa Maria Madalena apresenta formações extensas de mata nativa, nas quais pode-se citar boa parte do Parque Estadual do Desengano, com 22.400 ha, que compreende também outros municípios, como Campos dos Goytacazes e São Fidélis.

Além desta área, o município apresenta vários fragmentos de formação secundária, formando “ilhas” com diferentes graus de degradação. Este fato deve-se, em parte, à formação de pastagens pelo predomínio da bovinocultura na região. A vegetação nas áreas planas é praticamente inexistente, sendo observada em pequenos fragmentos, quase sempre degradados.

Atualmente, a cobertura florestal da mata ciliar também se apresenta bastante degradada, quase nula nas regiões de baixada e bastante alterada em muitas áreas em declive.

O Município possui uma hidrografia diversa, em que se destacam três rios, o Grande, o Imbé e o Macabu.

  • Rio Imbé: nasce em Trajano de Moraes, atravessa as regiões montanhosas do município de Santa Maria Madalena, em linha diagonal de sudoeste para nordeste até a Barra do Imbé, formando na Água Limpa a sua maior queda d’água. Depois da Barra, segue em planície até desaguar na Lagoa de Cima, no município de Campos.
  • Rio Macabu: nasce na serra de Macaé, no município de Trajano de Moraes, a uma altitude próxima aos 1 480m. Seu desenvolvimento se dá no sentido sudoeste – leste, por uma extensão de aproximadamente 121 km até desaguar na Lagoa Feia, no limite entre os municípios de Campos e Quissamã.
  • Rio Grande: nasce em Nova Friburgo e desempenha a função de linha divisória entre os municípios de Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e São Fidélis. Desemboca na junção com o Rio Negro, onde forma o Dois Rios, que desemboca no rio Paraíba do Sul.

Ocupa uma área de 815,3 km²; distribuídos pelos seguintes distritos:

  • 1º distrito – Santa Maria Madalena, com 210,1 km² e 5.967 habitantes
  • 2º distrito – Triunfo, com 62,1 km² e 929 habitantes
  • 3º distrito – Santo Antônio do Imbé, com 292,7 km² e 1.697 habitantes
  • 4º distrito – Dr. Loreti, com 95,5 km² e 1.333 habitantes
  • 5º distrito – Renascença, com 51,2 km² e 202 habitantes
  • 6º distrito – Sossego do Imbé, com 103,7 km² e 193 habitantes

Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Cidade da Geologia

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O Governo do Estado do Rio de Janeiro idealizou a criação de cidades temáticas com o propósito de promover o desenvolvimento econômico e social dos municípios do interior do Estado. A cidade foi então lançada como a "Cidade da Geologia do Estado do Rio de Janeiro”.

Sediada numa região naturalmente exuberante, com afloramentos rochosos esculturais em abundância, Santa Maria Madalena foi eleita para receber tal título, pois apresenta todos os requisitos para ser o polo da discussão geológica fluminense. Preponderante para a escolha de Madalena é também o fato de que boa parte do Parque Estadual do Desengano localiza-se em território madalenense.

Além da paisagem, a cidade apresenta uma cultura relacionada ao artesanato mineral, num projeto pioneiro de qualificação técnica de adolescentes na arte de confeccionar peças artísticas a partir de minerais e rochas.[12]

Cidade das Estrelas

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Devido às especiais condições para observação do céu noturno, no dia 10 de janeiro de 2022 o governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Lei 9.543/2022, declarou o município de Santa Maria Madalena como “Cidade das Estrelas". De autoria da deputada Adriana Balthazar (Novo), além de conceder o título ao município da região serrana fluminense, a Lei autoriza o Poder Executivo a realizar campanhas para fomentar o turismo local pela qualidade do céu para observação dos corpos celestes.[13]

Patrimônio histórico

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Santa Maria Madalena foi um dos 173 municípios brasileiros incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas.[14] Em 2009, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou o processo de tombamento do centro histórico, a partir de um estudo realizado por professores e estudantes da Universidade Federal Fluminense.[15]

Em 2011, o Iphan emitiu um parecer favorável ao tombamento. Para que o local seja declarado patrimônio histórico brasileiro, o parecer ainda precisa ser aprovado pela presidência do órgão e pelo conselho consultivo.

Entre os prédios a serem tombados estão o da Antiga Estação Ferroviária (1890, atualmente sede da Casa da Cultura), o extinto Hotel Brasil (1894), a Igreja Matriz e o conjunto paisagístico formado por casas simples.[16]

Personalidades madalenenses

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Referências

  1. Nilson José, do DEM, é eleito prefeito em eleição suplementar de Santa Maria Madalena, RJ Portal G1 - acessado em 12 de setembro de 2021
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. a b «Estimativa Populacional 2013». IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2013. Consultado em 16 de junho de 2014 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 16 de junho de 2014. Consultado em 16 de junho de 2014 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2011». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 14 junho 2014 
  6. Design, F. B. «História da Cidade». www.pmsmm.rj.gov.br. Consultado em 1 de setembro de 2022 
  7. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Santa Maria Madalena». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 11 de julho de 2018 
  8. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Santa Maria Madalena». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 11 de julho de 2018 
  9. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Santa Maria Madalena». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 11 de julho de 2018 
  10. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Santa Maria Madalena». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 11 de julho de 2018 
  11. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 11 de julho de 2018 
  12. «Cidade da Geologia – Madalena RJ». Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  13. «Santa Maria Madalena se torna "Cidade das Estrelas"». Jornal A Voz da Serra. 11 de janeiro de 2022. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  14. IPHAN. PAC Cidades Históricas: Patrimônio, Desenvolvimento e Cidadania. Brasil, 2009
  15. RJ – Imóveis históricos de Santa Maria Madalena correm risco de serem demolidos ou terem suas características alteradas. Defender, 24 de março de 2011
  16. História e cultura nas ruas de Madalena. Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2011

Ligações externas

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