Dermatite de contato – Wikipédia, a enciclopédia livre
Dermatite de contato | |
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Dermatite de contato | |
Especialidade | dermatologia, alergologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | L25.9 |
CID-9 | 692.9 |
DiseasesDB | 4466 |
MedlinePlus | 000869 |
eMedicine | 911711, 1049216 |
MeSH | D003877 |
Leia o aviso médico |
A dermatite de contato (português brasileiro) ou dermatite de contacto (português europeu) é uma reação inflamatória da pele induzida pelo contato com um agente químico, físico ou biológico. A epiderme é lesionada por irritações físicas e químicas repetidas.[1] Também conhecida como dermatite venenata, é uma condição inflamatória, que com frequência apresenta eczemas e é causada por uma reação cutânea a diversos tipos de alérgenos.
A dermatite de contato é uma reação de hipersensibilidade retardada do tipo IV. A sensibilidade cutânea desenvolve-se após períodos breves ou prolongados de exposição e as manifestações clínicas podem surgir horas ou semanas depois que a pele sensibilizada foi exposta.
Classificação
[editar | editar código-fonte]- Dermatite de contato irritativa: reação não alérgica que resulta da exposição à substância irritativa.
- Dermatite de contato alérgica: decorrente da exposição de pessoas sensibilizadas aos alérgenos de contato. A reação imunológica desencadeada é do hipersensibilidade tipo IV.
- Dermatite de contato fototóxica: É desencadeado por substâncias que se transformam em elementos fototóxicos pela ação da radiação UVA, levando a uma reação eczematosa. A formação da reação imunológica do tipo IV necessita da presença concomitante da radiação apropriada e do fotoalérgeno. Após a absorção da energia da luz, a substância é convertida em molécula em estado ativado. Neste processo, a molécula se une a carregador protéico para formar um antígeno completo.
Causas
[editar | editar código-fonte]As causas mais comuns de dermatite de contato alérgica na América são plantas do gêneroToxicodendron: Toxicodendron radicans, Toxicodendron diversilobum e sumac. Milhões de casos ocorrem a cada ano na América do Norte apenas.[2]
O alquil resorcinol da Grevillea banksii e da Grevillea Robyn Gordon são responsáveis por dermatite de contato.[3] Bilobol, outro alquil resorcinol encontrado no fruto da Gingko biloba é um forte irritante da pele humana.[4]
Outras causas comuns de dermatite de contato irritativa são fatores ambientais, tais como frio, a sobre-exposição à água ou produtos químicos, tais como ácidos, bases, solventes e produtos de limpeza.[5]
Sintomas
[editar | editar código-fonte]A dermatite de contato é uma erupção cutânea localizada ou irritação da pele causada pelo contato com uma substância estranha. Apenas as regiões superficiais da pele são afetadas na dermatite de contato. A inflamação do tecido afectado está na epiderme (a camada mais externa da pele) e na derme exterior (a camada abaixo da epiderme).[6] Ao contrário da urticária de contato, em que a erupção aparece em poucos minutos após a exposição e desaparece dentro de alguns minutos ou horas, dermatite de contato leva dias para desaparecer. Mesmo assim, a dermatite de contato desaparece apenas se a pele já não entra em contato com o alérgeno ou irritante.[7] A dermatite de contato resulta em áreas de erupções cutâneas com sensação de queimação e coceira, que podem levar de vários dias ou semanas para curar. A dermatite de contato crônica pode se desenvolver quando a remoção do agente agressor não mais fornece o alívio esperado.
Os sintomas englobam prurido(coceira), queimação, eritema, edema e formação de vesículas no ponto de contato. Progride para a transudação, formação de crosta, ressecamento, fissuração culminando no desprendimento da pele.
Liquenificação (espessamento da pele) e alterações pigmentares podem ocorrer em reações repetidas.
Diferenças
[editar | editar código-fonte]São 3 os tipos básicos de dermatite de contato:
- Alérgica: Causada pelo contato da pele com substância alergênica. Clinicamente apresenta vasodilatação e infiltrados perivasculares na derme além de edema.
- Irritativa: Causada pelo contato da pele com substância que lesiona a pele química ou fisicamente. Clinicamente apresenta ressecamento que pode durar dias a meses, vesiculações, fissuras e arranhaduras.
- Fototóxico: Causada pelo sol em combinação com uma substância química que lesiona a epiderme. Clinicamente similar à dermatite irritativa.
Diagnóstico
[editar | editar código-fonte]O diagnóstico de dermatite de contacto alérgica é essencialmente baseado no exame físico e história clínica. No caso de um único episódio de dermatite de contato alérgica, o exame clínico é suficiente. Só em casos crônicos ou intermitentes que não são facilmente explicados pela história e exame físico, os exames de laboratório são necessários.
Um teste de hipersensibilidade é comumente usado exame para determinar a causa exata de uma dermatite de contacto alérgica, sendo o patch test o padrão-ouro para identificar a causa da alergia de contato alérgica.[8]
Tratamento
[editar | editar código-fonte]Ao perceber a inflamação da pele deve-se lavar o local com água e sabão até remover os vestígios do alérgeno ou substância irritante. Identificar a causa e evitar contato com a substância que desencadeou a reação é essencial para prevenir recorrências.
Dependendo da gravidade da reação alérgica esteroides tópicos ou orais podem ser utilizados, no caso dos orais estes, geralmente, são utilizados em doses decrescentes para fornecer o efeito anti-inflamatório máximo sem supressão da supra-renal.
Antipruriginosos (anti-histamínicos tópicos ou sistêmicos e/ou preparações tópicas podem ser necessários. Em alguns casos, como contato com a hera venenosa, uma loção de calamina e aveia e banhos podem aliviar a coceira. Psoraleno e Fototerapia com luz ultravioleta A (PUVA) também pode ser útil na dermatite de contato alérgica.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- Específicas
- ↑ BRUNNER e SUDDARTH, p.1772, 2005
- ↑ Gladman, A. C. (2006). Toxicodendron dermatitis: poison ivy, oak, and sumac. Wilderness & Environmental Medicine 17(2), 120.
- ↑ Menz, J.,; et al. (1986). «Contact dermatitis from Grevillea 'Robyn Gordon'». Contact Dermatitis. 15 (3): 126–31. PMID 2946534
- ↑ Matsumoto, K.,; et al. (1990). «Comparison of the effects of bilobol and 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate on skin, and test of tumor promoting potential of bilobol in CD-1 mice». The Journal of Toxicological Sciences. 15 (1): 39–46. PMID 2110595. doi:10.2131/jts.15.39
- ↑ Irritant Contact Dermatitis. DermNetNZ.org
- ↑ European Society of Contact Dermatitis. «What is contact dermatitis»
- ↑ «DermNet NZ: Contact Dermatitis». Consultado em 14 de agosto de 2006
- ↑ Mayo Clinic - Contact dermatitis tests and diagnosis
- ↑ http://www.emedicinehealth.com/contact_dermatitis/page7_em.htm#Self-Care%20at%20Home
- Gerais
- NETTINA, Sandra M. Brunner: prática de enfermagem. Volume II. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
- SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Volume III. 9ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.