Ecologia política – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ecologia política é um termo polissêmico que denomina um campo de teorias e práticas que desenvolvem alternativas explícitas à ecologia apolítica hegemônica, enfatizando as implicações da ecologia com a economia, o Estado e demais instituições, os movimentos sociais, e a cultura. Surge da crítica dos paradigmas dominantes da escassez e da modernização, buscando explicar, alternativamente, os problemas ecológicos contemporâneos como partes de processos políticos.[1] A ecologia política possui uma abordagem distintamente interdisciplinar - mobilizando pesquisas da geografia, ecologia, filosofia, antropologia, ciências sociais e ciências naturais.[2]
As raizes da ecologia política podem ser remontadas à crítica do determinismo geográfico e ambiental dominante nos primórdios da geografia e da antropologia moderna. Nesse contexto, a ciência demonstrava um alto grau de envolvimento com o domínio colonial, produzindo teses justificadoras da hierarquização racial e da tutela de certos povos, com uma fraca metodologia empírica.[3] Um dos mais notáveis dissidentes nesse período, autor de um obra considerada precursora da ecologia política, foi o geógrafo anarquista Piotr Kropotkin, tanto por sua crítica das ideias socio-ecológicas do darwinismo social, quanto por produzir uma explícita intersecção entre pensamento político e a dimensão ecológica, sintetizada na sua tese do mutualismo.[4] Outros precursores relevantes de uma abordagem ambiental crítica são Alexander von Humboldt, Elisée Reclus, Alfred Russel Wallace e Mary Somerville - todos notáveis por suas elaborações contrárias ao determinismo geográfico e a racionalidade colonial.[5]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Robbins 2019, p. 20, 21.
- ↑ Robbins 2019, p. 24.
- ↑ Robbins 2019, p. 26, 27.
- ↑ Robbins 2019, p. 28.
- ↑ Robbins 2019, p. 31.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Alier, Joan Martínez (2007). O ecologismo dos pobres. [S.l.]: Contexto. ISBN 8572443584
- Robbins, Paul (2019). Political ecology: A critical introduction (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons
- Whiteside, Kerry H. (2002). Divided Natures - French Contributions to Political Ecology (em inglês). [S.l.]: The MIT Press. ISBN 0-262-73147-9
- Perreault, Tom; Bridge, Gavin; McCarthy, James, eds. (2015). Routledge handbook of political ecology (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-138-79433-7
- Alimonda, Héctor; Pérez, Catalina Toro; Martín, Facundo, eds. (2017). ECOLOGÍA POLÍTICA LATINOAMERICANA - PENSAMIENTO CRÍTICO, DIFERENCIA LATINOAMERICANA Y REARTICULACIÓN EPISTÉMICA (em inglês). [S.l.]: CLACSO. ISBN 978-987-722-274-6
- Peet, Richard; Robbins, Paul; Watts, Michael, eds. (2011). Global political ecology (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 0-203-84224-3
- Goldman, Mara J.; Nadasdy, Paul; Turner, Matthew D., eds. (2011). Knowing nature: conversations at the intersection of political ecology and science studies (em inglês). [S.l.]: The University of Chicago Press
- Chenavier, Robert (2020). André Gorz. Fonder l'écologie politique (em inglês). [S.l.]: le bien commun. ISBN 9782347017118
- Leff, Enrique (2021). Political Ecology - Deconstructing Capital and Territorializing Life (em inglês). [S.l.]: Palgrave Macmillan. ISBN 978-3-030-63325-7
- Forsyth, Tim (2004). Critical political ecology: the politics of environmental science (em inglês). [S.l.]: Routledge
- Benjaminsen, Tor A.; Svarstad, Hanne (2021). Political ecology: A critical engagement with global environmental issues (em inglês). [S.l.]: Springer Nature
- Stott, Philip; Sullivan, Sian (2000). Political Ecology - Science, Myth and Power (em inglês). [S.l.]: Arnold