Eleições estaduais no Piauí em 1966 – Wikipédia, a enciclopédia livre

1962 Brasil 1970
Eleições estaduais no  Piauí em 1966
3 de setembro de 1966
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1966
(Eleição direta)


Candidato Helvídio Nunes


Partido ARENA


Natural de Picos, PI


Vice João Clímaco d'Almeida
Votos 31
Porcentagem 77,50%

As eleições estaduais no Piauí em 1966 aconteceram em duas fases como parte das eleições gerais em 22 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Em 3 de setembro houve a eleição indireta do governador Helvídio Nunes e do vice-governador João Clímaco d'Almeida e em 15 de novembro a ARENA repetiu o ocorrido na etapa anterior elegendo Petrônio Portela para senador e fez as maiores bancadas entre os oito deputados federais e quarenta e dois estaduais eleitos.[1][2][nota 1]

Após a vitória de adversários do Regime Militar de 1964 na Guanabara e Minas Gerais em 1965, o governo federal baixou o Ato Institucional Número Três em 5 de fevereiro de 1966 que impunha a eleição indireta de doze governadores[nota 2] e assim os piauienses viram seu governador subir ao poder indiretamente pela primeira vez desde o interventor Valdir Gonçalves em 1947.[nota 3] Quando da eleição indireta do governador e do vice-governador o Executivo estava às mãos de José Odon Maia Alencar, presidente da Assembleia Legislativa, pois os titulares renunciaram para concorrer ao pleito e assim a ARENA levou Helvídio Nunes e João Clímaco d'Almeida ao Palácio de Karnak e eles assumiram em 12 de setembro de 1966.[3][nota 4][nota 5]

Advogado formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helvídio Nunes pertencia à UDN sendo eleito prefeito de Picos em 1954 e deputado estadual em 1958 e 1962.[4] Licenciado para compor a equipe de Petrônio Portela como secretário de Viação e Obras Públicas, seguiu o referido líder ao optar pela ARENA, sendo eleito governador do Piauí por via indireta em 1966. Sobre o vice-governador João Clímaco d'Almeida ele nasceu em Teresina sendo eleito vereador pelo PSD em 1948 e deputado estadual em 1950, 1954 e 1958 antes de ser eleito vice-governador de Petrônio Portela em 1962, cargo ao qual renunciou pouco antes de ser reconduzido a ele por via indireta.[nota 6]

Em 15 de novembro de 1966, Petrônio Portela venceu o padre Solon Correia de Aragão e foi eleito senador formando bancada com José Cândido Ferraz e Sigefredo Pacheco, cujos mandatos vigiam. Outrora membro da UDN e agora filiado à ARENA, o advogado Petrônio Portela nasceu em Valença do Piauí e é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.[5] Genro de Pedro Freitas, o novo representante piauiense foi eleito deputado estadual em 1954, prefeito de Teresina em 1958, governador do Piauí em 1962 e senador em 1966 ao suceder Joaquim Parente, que abdicou da reeleição e obteve uma vaga na Câmara dos Deputados.

Resultado da eleição para governador

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No dia do pleito, o deputado Helvídio Nunes preferiu abster-se e recebeu 31 votos da ARENA, sendo registradas duas ausências.

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Helvídio Nunes
ARENA
João Clímaco d'Almeida
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
31
77,50%
Fontes:[6]
  Eleito

Resultado da eleição para senador

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Segundo o Tribunal Regional Eleitoral houve 19.047 votos em branco (7,95%) e 10.238 votos nulos (4,28), calculados sobre o comparecimento dos eleitores.[2]

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Petrônio Portela
ARENA
Benoni Leal
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
136.054
64,75%
Solon Aragão
MDB
Pedro Borges Filho
MDB
-
MDB (sem coligação)
74.065
35,25%
Fontes:[1]
  Eleito

Deputados federais eleitos

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São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.

Representação eleita

  ARENA: 7
  MDB: 1

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Fausto Castelo Branco ARENA 27.046 11,58% Teresina  Piauí
Heitor Cavalcanti ARENA 23.092 9,89% Paulistana  Piauí
Milton Brandão ARENA 22.447 9,61% Pedro II  Piauí
Chagas Rodrigues[nota 7] MDB 17.742 7,60% Parnaíba  Piauí
Paulo Ferraz ARENA 17.492 7,49% Teresina  Piauí
Joaquim Parente ARENA 17.146 7,34% Bom Jesus  Piauí
Ezequias Costa ARENA 14.993 6,42% Barras  Piauí
Manoel Santos ARENA 14.123 6,05% Bom Jesus  Piauí
Fontes:[1][2][7][8][nota 8]

Deputados estaduais eleitos

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No quinquênio 1966-1971 o vice-governador João Clímaco d'Almeida presidiu a Assembleia Legislativa sendo vice-presidentes Aluísio Soares Ribeiro (1966-1970) e Djalma Veloso (1970-1971). O placar das bancadas apontava ARENA 34 x 08 MDB, ou seja, o governo detinha mais de 80% das vagas.[2]

Representação eleita

  ARENA: 34
  MDB: 8

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Ribeiro Magalhães ARENA 5.623 2,40% Piracuruca  Piauí
Jesus Tajra ARENA 5.126 2,19% Teresina  Piauí
Severo Eulálio MDB 4.883 2,09% Picos  Piauí
Sebastião Leal ARENA 4.685 2,00% Uruçuí  Piauí
Wilson Parente ARENA 4.381 1,87% Cristino Castro  Piauí
Filadelfo de Castro MDB 4.355 1,86% Nova Iorque  Maranhão
Humberto Silveira ARENA 4.145 1,77% Jaicós  Piauí
Alfredo Nunes ARENA 4.131 1,77% Regeneração  Piauí
Waldemar Macedo ARENA 4.080 1,74% São Raimundo Nonato  Piauí
Djalma Veloso ARENA 4.075 1,74% Valença do Piauí  Piauí
José de Castro ARENA 3.961 1,69% São Raimundo Nonato  Piauí
Isaac Carvalho ARENA 3.957 1,69%
Antônio Gaioso ARENA 3.799 1,62% Teresina  Piauí
Deusdedit Cavalcanti ARENA 3.757 1,61%
João Lobo ARENA 3.750 1,60% Floriano  Piauí
Carvalho e Silva ARENA 3.714 1,59% Teresina  Piauí
Afrânio Nunes ARENA 3.711 1,59% Amarante  Piauí
Wilson Brandão ARENA 3.655 1,56% Pedro II  Piauí
Edson Martins ARENA 3.647 1,56% Jerumenha  Piauí
Edison Ferreira MDB 3.521 1,51%
Bona Medeiros ARENA 3.504 1,50% União  Piauí
Solon Brandão ARENA 3.490 1,49% Pedro II  Piauí
Nogueira Filho MDB 3.478 1,49% Pedro II  Piauí
José Francisco da Paz MDB 3.470 1,48%
Roberto Raulino ARENA 3.446 1,47% Altos  Piauí
Caio Damasceno ARENA 3.418 1,46% Paulistana  Piauí
Constantino Pereira MDB 3.349 1,43% São João do Piauí  Piauí
Vaz da Costa ARENA 3.260 1,39%
Nazareno Araújo ARENA 3.231 1,38% Floriano  Piauí
Aluísio Ribeiro ARENA 3.228 1,38%
Wenceslau Sampaio ARENA 3.129 1,34%
Odilon Freitas ARENA 3.114 1,33%
José Ferreira de Alencar Mota ARENA 3.105 1,33%
Raimundo Urtiga MDB 3.073 1,31% Sousa  Paraíba
Antônio Monteiro Alves ARENA 3.020 1,29% Pedro II  Piauí
Juarez Tapety ARENA 2.990 1,28% Oeiras  Piauí
José Barbosa ARENA 2.942 1,26% Altos  Piauí
Pedro Portela ARENA 2.941 1,26% Barras  Piauí
Alberto Monteiro ARENA 2.920 1,25% Picos  Piauí
Joaquim Bezerra ARENA 2.881 1,23% Pio IX  Piauí
Raimundo Holanda ARENA 2.877 1,23% Ipueiras  Ceará
Abdon Nunes MDB 2.546 1,09% Valença do Piauí  Piauí
Fontes:[1][2][9][nota 9]

Eleições municipais no Piauí

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Por ocasião das eleições, 113 municípios do Piauí escolheram prefeitos, vice-prefeitos e vereadores enquanto em Teresina, graças ao Ato Institucional Número Três, foram eleitos apenas vereadores.

Durante o governo Helvídio Nunes a cidade de Teresina foi administrada por Jofre Castelo Branco e Bona Medeiros. Nos demais municípios a ARENA fez cento e sete prefeitos contra seis do MDB.[2]

Notas

  1. Os territórios federais citados acima elegeram apenas deputados federais.
  2. O candidato mais votado em Alagoas não obteve a maioria dos votos válidos conforme previa a Emenda Constitucional Número Treze de 8 de abril de 1965, daí após nomear um interventor o poder militar designou o novo governador.
  3. Governou o estado entre 17 de março e 28 de abril daquele ano quando entregou o cargo a José da Rocha Furtado, eleito diretamente em 19 de janeiro.
  4. Além da Guanabara e Minas Gerais houve eleição direta para governador em 1965 nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
  5. Em 1966 houve eleição indireta para governador no Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
  6. Graças a um ardil da legislação retornou ao cargo que exercera no governo Petrônio Portela após vencer as eleições de 1962, sendo premiado, na prática, com uma reeleição.
  7. Cassado por força do Ato Institucional Número Cinco em 29 de abril de 1969, sendo proibida a efetivação de João Mendes Olímpio de Melo.
  8. A página oficial da Câmara dos Deputados informa que o suplente Dirno Pires foi convocado durante a legislatura, embora não informe em lugar de quem.
  9. O deputado estadual Alfredo Nunes e os suplentes Alberto Bessa Luz e Antônio Ribeiro Dias foram cassados pelo Ato Institucional Número Cinco num decreto assinado pelo presidente Costa e Silva em 13 de março de 1969.

Referências

  1. a b c d BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1966». Consultado em 7 de janeiro de 2024 
  2. a b c d e f BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. «Eleições Anteriores». Consultado em 7 de janeiro de 2024 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 7 de janeiro de 2024 
  4. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Helvídio Nunes». Consultado em 13 de maio de 2017 
  5. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Petrônio Portela». Consultado em 13 de maio de 2017 
  6. Redação (4 de setembro de 1966). «Helvídio ganha bem no Piauí. Primeiro Caderno – p. 16». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 7 de janeiro de 2024 
  7. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 13 de maio de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  8. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 13 de maio de 2017 
  9. Redação (14 de março de 1969). «Governo cassa 92 deputados estaduais e três federais. Política e Governo – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 23 de junho de 2023 
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