Katie King – Wikipédia, a enciclopédia livre

Katie King é o nome atribuído a um espírito que se notabilizou pelos trabalhos de pesquisa do cientista inglês Sir William Crookes.

Katie King materializada, segundo pesquisas de Sir William Crookes.

Teria se manifestado pela primeira vez em 1871 em sessões espíritas através da mediunidade de Florence Cook em Londres e, posteriormente, em 1874-1875, em sessões com os médiuns Jennie Holmes e seu esposo Nelson Holmes, em Nova York.

Afirmava-se que Katie King fora a filha de John King, um espírito de controle que se manifestou entre 1850 e 1870 em muitas sessões mediúnicas. Um espírito de controle é um espírito que se comunica inicialmente e que organiza a manifestação de outros espíritos em sessões mediúnicas. John King afirmou ser o espírito de Henry Morgan.

As sessões com Florence Cook

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Miss Florence Cook (depois de casada, Mrs. Elgie Corner).

Entre 1871 e 1874, o físico e químico inglês Sir William Crookes lançou-se à investigação dos fenômenos produzidos por médiuns europeus e norte-americanos. Ele assim descreveu as condições às quais submeteu os médiuns para suas investigações: "Eles devem estar na minha casa, em frente do grupo de pessoas que eu selecionarei, sob minhas condições."[1]

Florence Cook, que à época tinha apenas 15 anos de idade, sozinha na casa de Crookes e com a família e amigos dele como testemunhas, materializou o espírito de Katie King, que caminhou na casa, conversou, permitiu ser pesada e medida, e ainda segurou em seus braços o bebê da família.[2] As sessões eram feitas no escuro, pois assim as materializações apresentavam-se melhor, apesar de ocasionalmente ter sido usada luz vermelha para obtenção de fotografias.

Como frequentemente constatado em fenômenos desta natureza, o peso e a altura do espírito materializado, variavam. Entretanto, Katie sempre era mais alta que Florence Cook, com um rosto mais largo e diferentes tipos de cabelo e pele. De acordo com testemunhas, ambas eram visíveis no mesmo momento, assim Florence não poderia ter assumido o papel do espírito.[3]

O relatório de Crookes, publicado em 1874, afirmava que Florence Cook, bem como os médiums Kate Fox e Daniel Dunglas Home, produziam genuínos fenômenos espirituais.[4] A publicação deste causou grande alvoroço, e o seu testemunho sobre Katie King foi considerado o ponto mais polêmico no relatório. Crookes quase perdeu a sua posição de membro da Royal Society, não mais se envolvendo em investigações espíritas.[5]

As sessões com Jennie e Nelson Holmes

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Uma das fotos de Crookes com Katie King alegadamente materializada. (1874)

Tendo as materializações de Katie King sido amplamente divulgadas à época, os médiuns estadunidenses Jennie e Nelson Holmes também declararam tê-la materializado. Robert Owen, político e espiritualista declarado, presenciou a materialização e escreveu um artigo sobre o fato para o periódico Atlantic Monthly, em janeiro de 1875.

Quando o artigo estava indo para publicação, uma mulher chamada Eliza White declarou ter se mascarado como Katie King. O seu rosto parecia-se com o de Katie King, publicado em fotografias vendidas pelos Holmes e seus agentes. Ambos, o Atlantic Monthly e Owen, admitiram à época, em público, haverem sido enganados. Arthur Conan Doyle mantendo a sua "exposição" prejudicou mais o movimento espiritualista no período do que qualquer outro ataque.[6]

Investigações conduzidas por conhecidos espiritualistas como Henry Steel Olcott em 1875 estabeleceram novamente a credulidade dos Holmes. A história, aceita pelos espiritualistas, é a de que Eliza White foi contratada para posar como Katie King em uma fotografia para ser vendida ao público. Os Holmes não queriam fotografar a verdadeira Katie King, uma vez que a forte luz do flash arruinaria a materialização. Uma vez envolvida, Eliza White primeiro recebeu dinheiro dos Holmes, e depois vendeu a história para a imprensa.[6]

Referências

  1. Doyle, 1926 (vol. I), p. 177.
  2. Doyle, 1926 (vol. I), p. 241.
  3. Doyle, 1926 (vol. I), p. 235-240.
  4. Crookes, 1874.
  5. Doyle, 1926 (vol. I), p. 169.
  6. a b Doyle, 1926 (vol. I), p. 269-277.


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