Forte de São João Batista (Calheta) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Calheta, ilha de São Jorge: vista parcial.

O Forte de São João Baptista, também referido como Forte de São João e Forte da Ponta do Açougue, localizava-se na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os fortes de Santo António e do Espírito Santo.

Foi erguido em 1652, no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa (1640-1668).[1]

Pode ser uma das estruturas que, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), encontram-se referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[2]

Dele existe projeto de melhoramento, datado de 1725, embora se desconheça se o mesmo chegou a ser executado.[3]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.[4]

No Tombo de 1883 subsistiam apenas vestígios. Na planta que o ilustra encontra-se por lapso referido como "Forte de Santo António". Um aditamento ao mesmo, datado de 1885 indica que o seu espaço era utilizado como lavadouro público, aproveitando os restos de água de um chafariz que lhe ficava próximo.[3][5]

Em 1912 foi cedido à Câmara Municipal da Calheta.[3]

Em 1938 o imóvel foi entregue ao Ministério das Finanças.[3]

Atualmente subsistem apenas vestígios de sua estrutura, nas imediações do Museu de São Jorge.

Características

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Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta semi-circular. Montava uma a duas bocas de fogo que jogavam à barbeta.

Referências

  1. PEREIRA, 1987:128.
  2. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
  3. a b c d REZENDES, 2009. Consultado em 20 dez 2011.
  4. BASTOS, 1997:267.
  5. PEGO, 1998.
  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
  • NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Artur Teodoro de (coord.). "Documentação Sobre as Fortificações Dos Açores Existentes dos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
  • PEGO, Damião. "Tombos dos Fortes das Ilhas do Faial, São Jorge e Graciosa (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
  • PEREIRA, António dos Santos. A Ilha de São Jorge (séculos XV-XVIII): contribuição para o seu estudo. Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1987. 628p. mapas, tabelas, gráficos.
  • VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: Introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.
  • S. Jorge/Açores: Guia do Património Cultural. s.l.: Atlantic View - Actividades Turísticas, Lda, 2003. ISBN 972-96057-2-6 168p. fotos cor, mapas. p. 69.

Ligações externas

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