Galpão – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o grupo teatral, veja Grupo Galpão.
Um galpão na cidade italiana de Prato, Toscana

Galpão (português brasileiro) ou barracão (português europeu) é um espaço amplo sob a mesma cobertura, geralmente utilizado como depósito de carros, materiais e outros produtos industriais.

Os galpões podem ter estrutura de madeira, metálica, concreto, cantaria, alvenaria etc. Na cobertura pode-se utilizar telhas (de barro, aço galvanizado, fibrocimento, alumínio, madeira, pedra, etc.) ou outros materiais como lonas, lajes de concreto etc. Sua modelagem pode ser em arco, com uma ou mais águas, shed, piramidal, umbrella etc. No fechamento lateral deve-se observar a finalidade do mesmo e ter atenção especial à ação de ventos internos que causam danos e o destacamento da cobertura, podendo-se utilizar alvenaria, placas pré-moldadas, entre outros, embora também existam galpões sem paredes.

Os galpões podem ter um mezanino para aumentar a área disponível, podendo ser alojados sobre este várias funções como escritórios, áreas de armazenagem, vestiários, banheiros etc. Atualmente o uso de mezanino é bastante apropriado para galpões principalmente para utilização da área administrativa, podendo ocupar até 100% da área do piso imediatamente inferior. Galpões de dois pisos são já muito comuns em todo o Brasil.

Galpão no Sul do Brasil

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Galpão, com as encilhas ao fundo

No Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, o galpão difere do modelo tradicional, tanto quanto a forma, quanto ao uso.

O galpão sulista é uma estrutura de tamanho bem menor que o galpão industrial. De construção rústica,[1] podendo ter um dos lados abertos. De paredes edificadas em madeira bruta e antigamente em barro, a cobertura pode ser tanto de palha como telhas de barro. O chão pode ser cimentado, mas tradicionalmente é de terra batida.

É um local que presta-se principalmente de abrigo para os peões das estâncias nas horas que antecedem o trabalho, além de guardarem objetos da lide rural, utensílios e materiais para montaria, combustíveis e remédios para gado. Difere de estábulo pois ali normalmente não pernoitam os animais. Além disso, o galpão é o local de convívio dos peões,[2] onde no começo da manhã e ao final do dia reúnem-se para a roda de chimarrão, em volta do fogo de chão. Não é incomum que o fogo de chão do galpão fique acesso o dia inteiro.[1] Serve também de alojamento a tropeiros de passagem, que necessitem de acolhida por algumas horas ou mesmo pernoitar.

Reprodução de galpão campeiro

O galpão campeiro é uma das referências culturais[3][4] da vida do pampa gaúcho e tornou-se símbolo da vida no campo.[5]

Nas festividades da Semana Farroupilha, ele é reproduzido em Porto Alegre (como na foto ao lado, de 2013) e em várias cidades do interior do Rio Grande do Sul e mesmo em outros estados[6] onde residam gaúchos.

Na mesma Semana Farroupilha, é costume levar a chamada Chama Crioula, do interior do Estado, até ao Palácio Piratini,[7] em Porto Alegre, conduzida por cavalheiros. Essa chama é buscada num galpão de uma estância em São Sepé, e a chama é mantida acesa o ano inteiro[8] no recinto, com o costume sendo mantido há duzentos[8] anos.

Referências

  1. a b CTG Tertúlia do Paraná (20 de setembro de 2016). «Dicionário Gaúcho». Consultado em 6 de agosto de 2017 
  2. Prefeitura Municipal de Porto Alegre (19 de setembro de 2008). «Projeto explica os significados dos símbolos gaúchos». Consultado em 6 de agosto de 2017 
  3. Portal G1 (13 de setembro de 2013). «Uruguaio ajuda a montar galpão 'doble chapa' em Livramento, RS». Consultado em 6 de agosto de 2017 
  4. Portal G1 (8 de setembro de 2015). «Veja programação do Acampamento Farroupilha de Porto Alegre». Consultado em 6 de agosto de 2017 
  5. Edson Castro (19 de setembro de 2015). «CTG Recanto do Quero-Quero mantém viva cultura do Rio Grande». ATMOSFERA on-line. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  6. Portal G1 (20 de setembro de 2016). «'Mantemos as tradições', diz fundador de Centro Gaúcho no Acre» 🔗. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  7. Portal G1 (14 de setembro de 2015). «A cavalo, tradicionalistas levam chama crioula até a sede do governo». Consultado em 6 de agosto de 2017 
  8. a b Portal G1 (15 de setembro de 2014). «Família mantém aceso fogo de chão em fazenda há 200 anos no RS». Consultado em 6 de agosto de 2017 
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