Igreja Católica em Portugal – Wikipédia, a enciclopédia livre

IgrejaCatólica

Portugal
Igreja Católica em Portugal
Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Santo padroeiro Imaculada Conceição
São Jorge
Nossa Senhora de Fátima
Ano 2010
População total 10 000 000
Católicos 8 700 000
Paróquias 4380
Presbíteros 2825
Seminaristas 444
Diáconos permanentes 212
Religiosos 1284
Religiosas 5695
Presidente da Conferência Episcopal D. José Ornelas Carvalho
Núncio apostólico D. Ivo Scapolo
Códice PT
O Santuário Nacional de Cristo Rei, em Almada.
O Mosteiro dos Jerónimos.
Igreja-Santuário do Divino Coração (Bom Pastor), em Ermesinde.

A Igreja Católica em Portugal, segundo os Censos efetuados no ano de 2001, 7.353.548 de pessoas, ou seja, cerca de 90% da população portuguesa, identificaram-se como católicos.[1] Mas, segundo um estudo da própria Igreja Católica (também de 2001), dentro destes 7,3 milhões de fiéis, somente 1 933 677 de católicos (19% da população total) realizam a prática dominical católica, vulgarmente designada por missa dominical, enquanto que o número de comungantes fixa-se nos 1 065 036 de católicos praticantes (10% da população total)[2].

Nos três recenseamentos mais recentes realizados em 1981, 1991 e 2001 registaram-se as seguintes percentagens de população seguidora da Igreja Católica, em 1981 registaram-se 81,1%, em 1991 registaram-se 77,9% e em 2001 registaram-se 84,5%.[3][4][5]

Ligeiramente menos de metade dos casamentos realizados são casamentos católicos (47.3% segundo o INE[6]), os quais produzem automaticamente efeitos civis. Note-se que em alguns casos há situações em que por opção dos nubentes se realiza primeiro o casamento civil e, mais tarde, o casamento católico, não sendo este, portanto incluído nas estatísticas oficiais. O divórcio é permitido quer em casamentos civis quer em casamentos religiosos conforme estabelecido no Código Civil Português, por mútuo consentimento ou por requerimento no tribunal por um dos cônjuges, apesar de o Direito Matrimonial Canónico não prever esta figura.

Existem um Ordinariato Militar e 20 dioceses em Portugal, sendo as últimas agrupadas em três províncias eclesiásticas presididas pelo Patriarcado de Lisboa e pelas arquidioceses de Braga e de Évora.

Embora a Igreja Católica, anteriormente a religião oficial e oficiosa de Portugal, e o Estado estivessem já separados por uma lei promulgada durante a Primeira República Portuguesa (1910 - 1926),[7] esta Igreja, principalmente pelo grande número de católicos portugueses e por força do legado histórico e da tradição católica, continua a ter um peso relativo na sociedade e na cultura portuguesas, embora não tanto como outrora. Como por exemplo, muitos feriados públicos, festividades e costumes portugueses têm uma origem e/ou conotação religiosa católica. A Igreja Católica mantém também em funcionamento uma rede apreciável de assistência social, de saúde pública e de educação, não necessariamente de educação religiosa. É ainda comum que em muitas cerimónias oficiais públicas, como inaugurações de edifícios ou eventos oficiais de Estado, haver a presença de um representante da Igreja Católica e da prática de actos religiosos católicos, como bênçãos ou missas. Em termos legais, a Igreja Católica tem ainda alguns antigos benefícios e privilégios específicos (que outras religiões não têm), consagrados actualmente na Concordata de 2004.

Mas só que, este peso e influência na vida social diminuíram-se drasticamente ao longo destas últimas décadas. Este facto preocupante para a Igreja Católica exprime-se, como por exemplo, na diminuição do número de católicos que assistem à missa dominical e que comungam (revelando perda de religiosidade no seio da sociedade) e também na legalização do aborto a pedido da mulher até as 10 semanas de gestação, apesar da forte oposição da Igreja. Apesar do declínio da religiosidade entre as camadas mais jovens e urbanas, a religiosidade católica continua ainda a marcar profundamente a tradição e a cultura portuguesas. Não raras vezes, esta religiosidade é exprimida em práticas populares e não oficiais da Igreja Católica, como por exemplo, a devoção popular aos Santos e aos diferentes nomes de Maria (em especial, a partir de 1917, à famosa Nossa Senhora de Fátima). Esta devoção popular exprime-se, além das orações, em procissões, romarias e peregrinações. Muitos destes actos religiosos são acompanhados por animadas festas e feiras populares tradicionais. Os crentes esperam, com esta sua devoção, que os Santos e a Virgem Maria intercedem a favor deles junto de Deus.

Estudos e estatísticas

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Nossa Senhora de Fátima, cujo santuário atrai anualmente muitos milhares de peregrinos.
  • 1981 - Os censos mostram que 81,1% dos portugueses são católicos.[8]
  • 1991 - Nova edição dos censos, em que 77,9% responderam ser católicos.[8]
  • 1999 - Estudo da Universidade Católica conduzido somente em Portugal Continental mostra que 86,9% são católicos.[9]
  • 2001 - Nos censos de 2001 os católicos eram 84,5% dos portugueses.[8]
  • 2001 - No Recenseamento da Prática Dominical eram 1,933,677 praticantes no pais.[10][2]
  • 2004 - O site Catholic Hierarchy aponta para 90,4% de católicos em Portugal.[11]
  • 2006 - Dados da própria Igreja Católica mostram que 89,8% dos portugueses seguem o Catolicismo.[12]
  • 2007 - Um estudo divulgado pela revista Tabu do jornal Sol mostra que 85,1% dos portugueses são católicos.[13]
  • 2008 - O Vaticano aponta para que em Portugal 88,3% adiram à Igreja Católica.[14]
  • 2010 - Um estudo revelou os dados do Cristianismo no Mundo em 2010, mostrando que 92,3% dos portugueses são católicos.[15]
  • 2011 - Nova edição dos censos, em que 81,0% responderam ser católicos.[16]
  • 2011 - Um novo estudo de Novembro de 2011 da Universidade Católica, que excluiu os Açores e a Madeira, mostra que em Portugal Continental há 79,5% de católicos.[17]
  • 2012 - Uma sondagem levada a cabo pela Comissão Europeia mostrou que 88% da população portuguesa é católica.[18]

Notas e Referências

  1. «Sobre a religião em Portugal». Consultado em 6 de Outubro de 2008 
  2. a b https://web.archive.org/web/20020711232529/http://www.ecclesia.pt/rpd/totais.htm
  3. «Instituto Nacional de Estatistica, Censos 2011». censos.ine.pt 
  4. «Instituto Nacional de Estatistica, Censos 2011». censos.ine.pt 
  5. «Instituto Nacional de Estatistica, Censos 2011». censos.ine.pt 
  6. «INE - Estatísticas Demográficas 2007» 
  7. Mas, durante o período do Estado Novo (1933 - 1974), as relações entre o Estado e a Igreja, apesar de continuarem a estar separados, estreitaram-se, dando privilégios que a Igreja perdeu durante a 1ª República anticlerical.
  8. a b c «Statistics Portugal». www.ine.pt 
  9. «Cópia arquivada». Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 26 de junho de 2012 
  10. https://web.archive.org/web/20040226194756/http://www.ecclesia.pt/rpd/r_provisorios.htm
  11. Cheney, David M. «Portugal, Statistics by Diocese, by Percentage Catholic [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org 
  12. «Cópia arquivada». Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 14 de junho de 2013 
  13. Revista Tabu, nº 34 de 05/05/2007
  14. Paroquias.org. «Vaticano divulga números oficiais da Igreja Católica em Portugal :: Paroquias.org - Notícias». www.paroquias.org 
  15. «Global Christianity». 1 de dezembro de 2014 
  16. http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_indicador&contexto=ind&indOcorrCod=0006396
  17. «Cópia arquivada». Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 28 de novembro de 2012 
  18. http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_393_en.pdf

Ligações externas

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