Interface gráfica do utilizador – Wikipédia, a enciclopédia livre

Esquema das camadas da interface gráfica
O interface gráfica depende de dispositivo de entrada
Exemplo de GUI em sistemas GNU/Linux

Em informática, interface gráfica do utilizador (português europeu) ou usuário (português brasileiro) (abreviadamente, o acrônimo GUI, do inglês graphical user interface) é um tipo de interface do utilizador que permite a interação com dispositivos digitais por meio de elementos gráficos como ícones e outros indicadores visuais, em contraste a interface de linha de comando. Foi criada pela Xerox mas somente se tornou um produto com a Apple.[1]

A interação é feita geralmente com um mouse ou um teclado, com os quais o usuário é capaz de selecionar símbolos e manipulá-los de forma a obter algum resultado prático. Esses símbolos são designados de widgets e são agrupados em kits.

Ambiente gráfico é um software feito para facilitar e tornar prática a utilização do computador por meio de representações visuais do sistema operacional.

Para Windows temos apenas o ambiente gráfico padrão, nas versões Windows Vista e Windows 7 temos a chamada Windows Aero. Para GNU/Linux temos vários ambientes gráficos, entre eles, o KDE, Gnome, BlackBox, Xfce, LXDE, etc.. Há também a opção de não precisar usar ambientes gráficos. Para prover a funcionalidade do ambiente gráfico existem programas como X.org, XFree86.

O precursor das interfaces gráficas do utilizador foi inventado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Stanford, liderados por Douglas Engelbart. Durante a década de 1960, eles desenvolveram o uso de hiperligações de texto manipuladas com um rato para o NLS. Ivan Sutherland desenvolveu um sistema baseado em ponteiros chamado Sketchpad em 1963, que usava uma caneta de luz para guiar a criação e manipulação de objetos em desenhos de engenharia. Durante a década de 1970, o conceito de hiperligações foi posteriormente refinado e estendido por pesquisadores da Xerox PARC, que foram além da interface de texto, usando uma interface gráfica como a principal interface do computador Xerox Alto, que influenciou a maioria das interfaces gráficas modernas desde então.

A Interface do Utilizador da PARC consiste de widgets gráficos com janelas, menus, caixas de opção, caixas de seleção e ícones. Ela usa um dispositivo de ponteiro em adição ao teclado. Seguido desse sistema PARC, o primeiro modelo baseado somente em interface gráfica foi o Xerox 8010 Star Information System, de 1981.[2]

Década de 1980

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Macintosh 128K de 1984.

A partir de 1979, iniciado por Steve Jobs e liderado por Jef Raskin, os times de desenvolvimento do Lisa e do Macintosh na Apple Computer continuaram a desenvolver as ideias da Xerox. O Macintosh foi lançado em 1984, e representou o primeiro produto de sucesso a usar uma interface gráfica. Ele utilizava uma metáfora em que os arquivos pareciam folhas de papel, e os diretórios pareciam pastas de arquivo. Havia também um conjunto de utilitários como calculadora, bloco de notas, despertador e lixeira de arquivos..

A Digital Research (DRI) criou o Graphics Environment Manager, desenvolvido para trabalhar com sistemas operacionais já existentes como CP/M e MS-DOS. A similaridade com Macintosh resultou numa ação judicial da Apple Computer. O GEM foi bastante usado no mercado a partir de 1985, quando tornou-se a interface padrão do TOS, sistema operacional da linha de computadores Atari ST. Mas acabou caindo em desuso com a saída do Atari ST do mercado em 1992 e com a popularidade do Microsoft Windows 3.0.

O Amiga foi lançado pela Commodore em 1985 com uma interface gráfica chamada Workbench. Como praticamente todos os sistemas da época, o sistema do Amiga também seguia o modelo da Xerox, mas também era fornecia uma interface de linha de comando para estender a funcionalidade do sistema.

Na linha 16 bit da Microsoft, o Windows 1.0 foi uma interface gráfica para o MS-DOS, usada na linha PC e compatíveis desde 1981. O sistema foi seguido pelo Windows 2.0, mas foi somente a partir de 1990, com o Windows 3.0, que a popularidade do sistema cresceu. Baseada no Common User Access, a interface se manteve estável desde então. A linha 16 bit do Windows foi descontinuada com a introdução do Windows 95 e do Windows NT durante a década de 1990.

Seguindo mais ações legais, a Apple processou a Microsoft em 1988 por violação de direito autoral da interface gráfica do Lisa e do Macintosh.

O sistema de janelas do padrão do Unix é o X Window System, lançado em meados da década de 1980, cujo precursor foi o W Window System, de 1983. Desde então, o sistema é a base de todos os sistemas Unix e derivados, como o Linux.

Década de 1990

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A adoção em massa da plataforma PC popularizou os computadores entre pessoas sem treinamento formal do equipamento. Isso criou um grande mercado, que podia explorar a oportunidade de interfaces de uso fácil. Também, o desenvolvimento de tecnologias gráficas como mais bits de cor por pixel e placas de vídeos mais rápidas favoreceram o aparecimento de sistemas mais sofisticados.

Após o Windows 3.11, a Microsoft começou a desenvolver o Windows 95, com uma versão melhorada do MS-DOS e uma interface gráfica remodelada. Na mesma época houve a guerra dos navegadores, quando a World Wide Web começou a ganhar grande atenção na cultura popular. Entretanto, o Windows 95 possuía somente um serviço online próprio da Microsoft, o The Microsoft Network, sem acesso à Internet. Com o lançamento de navegadores como Netscape Navigator e Internet Explorer, o Windows passou a suportar esse novo paradigma. A interface gráfica do Windows 95 seguiu com Windows 98, Windows ME, Windows 2000 e Windows XP, sendo descontinuada a partir do Windows Vista.

Já na Apple Inc., houve atualizações da interface gráfica com o System 7 e com o Mac OS X.

Interface gráfica do sistema operacional Ubuntu Touch.

Uma interface gráfica do utilizador usa uma combinação de tecnologias e dispositivos para fornecer uma plataforma com a qual o utilizador pode interagir.

Em computadores pessoais, a combinação mais conhecida é o WIMP, que consiste de janelas, ícones, menus e ponteiros. Nesse sistema, utiliza-se um dispositivo de ponteiro como o rato para controlar a posição dum cursor e apresentar informação organizada em janelas e representada por meio de ícones. Os comandos disponíveis são compilados por menus e acionados mediante dispositivo de ponteiro. Um gerenciador de janela facilita a interação entre janelas, aplicações e o sistema de janelas, este, responsável por lidar com os dispositivos de hardware como o dispositivo de ponteiro e o hardware gráfico.

A simulação proporcionada pelos gerenciadores de janelas, incluindo a interação entre janelas e outros elementos gráficos, produz um ambiente de desktop.

Dispositivos móveis como PDAs e smartphones também usam elementos do WIMP mas com outros tipos de metáforas, devido às limitações de recurso do próprio dispositivo.

Referências

  1. «Os 12 mitos da gestão da inovação». Brasil Econômico. 18 de novembro de 2011. Consultado em 18 de novembro de 2011. A Xerox desenvolveu a interface gráfica e o mouse mas foi a Apple que transformou em resultado. [ligação inativa]
  2. The first GUIs