Joaquim Sertório – Wikipédia, a enciclopédia livre
Joaquim Sertório | |
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Nascimento | século XIX São Paulo |
Morte | 5 de dezembro de 1905 São Paulo |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | terratenente |
Causa da morte | broncopneumonia |
O coronel Joaquim Sertório foi um rico proprietário de terras brasileiro, comerciante, de ascendência italiana.[1] Sua relevância se dá graças àquilo que veio a se constituir no Museu Sertório, uma coleção particular que se tornou primeiro núcleo do acervo do Museu Paulista.[1]
Faleceu em 1905, com 78 anos de idade, viúvo e sem filhos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Joaquim Sertório nasceu na cidade de São Paulo na primeira metade do século XIX.[1]
Em 1855, fazia parte da Guarda Nacional, uma instituição distinta do Exército, porém com o objetivo de manter a ordem e segurança interna. Em 1868, o então capitão Joaquim Sertório passou a ser tenente-coronel.
Também participava de eventos culturais, foi diretor da Sociedade Carnavalesca, que era um clube recreativo que promovia desfiles e bailes de máscaras durante o carnaval, uma forma de as elites se afastarem de manifestações populares que ocorriam nas ruas. Também participou da comissão da Festa de Nossa Senhora da Penha e foi sócio da Sociedade Sete de Setembro, sociedade beneficente particular com o objetivo de educar meninas órfãs e prepará-las para o magistério e casamento. Também tem-se registros em periódicos da época de sua doação para ajudar viúvas e órfãos dinamarquesas. Estes dados mostram que Joaquim Sertório fazia parte da elite paulistana.[1]
Em 1869, já na cidade de Limeira, fazia parte da vida política local no partido conservador, sendo um dos escolhidos pelos membros do partido para concorrer às eleições daquele ano, contabilizando 139 votos.[1] Naquele município, ele viveu em uma fazenda, onde possuía escravos, passando a inspecionar parte da construção das estradas de ferro da localidade, no que se envolveu em uma polêmica constitucional sobre a legalidade ou não da concessão de um privilégio para a construção de uma estrada de ferro ligando Limeira até as margens do Rio Mojiguaçu.[1] Tornando-se cada vez mais impopular em Limeira, retorna a capital paulista em 1880, continuando sua vida política, sendo vereador de 1881 a 1882.
Após deixar a vida política, dedica-se integralmente ao seu museu, fruto de sua paixão pelo colecionismo.[1] De suas viagens, formou uma vasta coleção de espécimes de História Natural, como bichos empalhados, amostra de minerais, vestimentas indígenas, armas, vestimentas de personagens históricos, entre outros. Também continha relíquias históricas como a armadura de Martim Afonso de Souza e sua espada, além de livros, moedas e papel-moedas.[2] Recebia visitas em sua casa para apresentar a coleção e assim ficou conhecido como Museu Sertório. Ficou famoso sendo recomendado por visitantes ilustres como Henrique Raffard e Carl von Roseritz[2], apesar das críticas na organização da coleção.
Em 1883, contrata o sueco Alberto Loefgren para organizar a sua coleção.
Em 1890, vende sua residência à Francisco de Paula Mayrink e na negociação ingressa também o Museu Sertório[2]
Patentes militares
[editar | editar código-fonte]Graças a matérias da imprensa foi possível obter algumas informações sobre a trajetória do coronel que ainda permaneciam desconhecidas dos historiadores.[1] As primeiras notícias tratam Joaquim Sertório pela alcunha de "senhor" e um anúncio publicado no Correio Paulistano de 1854 informa estar à venda uma "negra de 38 anos, mais ou menos, sabe lavar, cozinhar, e é muito fiel; não tem vício algum.[1] Quem a pretender dirija-se à casa de Joaquim Sertório, para tratar".[1] Pode-se assumir que, a exemplo de seu pai, Joaquim Sertório também possuía escravos.[1] Uma notícia de 1855 fala de sua patente, mostrando que Joaquim Sertório, assim como seu meio-irmão, o Major Domingos Sertório, na época era capitão da Guarda Nacional. Confirmando a opinião de certos autores, alguns informes são indicativos de sua atuação como comerciante, caso dos anúncios de classificados que indicam a existência de uma "loja de Joaquim Sertório" situada na ladeira Dr. Falcão (atual rua Dr. Falcão Filho, que se encontra com a rua Líbero Badaró na praça do Patriarca).[1]
Parentesco
[editar | editar código-fonte]De acordo com a documentação relativa aos testamentos dos parentes do coronel Joaquim Sertório, sabe-se que: o italiano João Sertório (Giovani Sartorio) era seu pai e Maria Jacintha Gomes, sua mãe. Apesar de João Sertório declarar-se solteiro, reconhece ter nove filhos naturais, os quais herdam sete imóveis e uma chácara com "seus pertences": escravos e dívidas.
Além de quatro irmãos diretos: Anna Eufrozina Sertório, Joanna Baptista Sertório (mais tarde Joanna Baptista Sertório Leite), Maria do Carmo Sertório (mais tarde Maria do Carmo Sertório Raposo) e José Sertório (este se tornaria coronel em Mogi Mirim) tinha quatro meios-irmãos: João Sertório Junior (futuro Barão de Sertório), Domingos Sertório (este se tornaria major), Henrique Sertório e Galdina Sertório, filhos de Joaquina Justiniana Albertim. Sabe-se igualmente que o coronel foi casado com Maria Ribas Sertório, falecida a 15 de maio de 1901, com quem não teve filhos.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Carvalho, Paula; Carvalho, Paula (Dezembro de 2015). «De uma "cientificidade difusa": o coronel e as práticas colecionistas do Museu Sertório na São Paulo em fins do século XIX». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 23 (2): 189–210. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672015v23n0207
- ↑ a b c «Resultados da pesquisa por "sertório"». São Paulo Passado. Consultado em 9 de junho de 2020