Lémavos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Localização aproximada do povo celta lémavos na província romana da Galécia

Os Lémavos (latim: Lemavi) eram um povo celta galaico, pertencente ao convento lucense, cujo território pode reduzir-se à atual comarca de Terra de Lemos, no sul da província de Lugo, Galiza.

O nome dos lemavi, tem-se posto em paralelo com dos lemovices galos, e, segundo Grohler e Holder, ambos estariam ligados a uma raiz céltica *limos / *lemos "ulmeiro".

Outros autores situam-no em relação à raiz indo-europeia Lim-, Lem-, Lym-, que teria que ver com zonas pantanosas ou lagoas[1]. É um topónimo étnico[nota 1]; Lemavi significariam portanto "os habitantes do lugar argiloso".[2]

Os lémavos pertenciam à conhecida como cultura castreja, cultura pré-romana com traços célticos, caracterizada entre outras coisas pela construção de núcleos chamados castros, por traços artísticos comuns, adoração aos fenómenos naturais e de deidades pan-célticas como o Deus Lugo.[2]

Recrutamento militar

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Os lémavos colaboraram com o exército romano, pois sabe-se que formaram a Ala I Lemavorum e a Cohors I Lemavorum civium romanorum (Coorte de Cidadãos romanos Lémavos), uma coorte que lutou ao serviço do exército romano.[2][3]

Fontes Primárias

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Os lémavos são citados por Plínio, em Naturalis Historia, IV.112, e por Cláudio Ptolomeu, Geographia, II.6.25, quem identificou Dactonium como a sua capital.

Dactonium é citado também como uma etapa nas Tábuas de barro de Astorga.

Certos textos mencionariam que Plínio, o Velho diria no seu Naturalis Historia, em III.28, "Dactonium, quod dicitur "Pinus"", que leva alguns historiadores a crer que talvez seja em Mosteiro de São Vicente do Pino, castelo dos condes de Lemos. No entanto, outros contextam esta tradução do texto como "corrompida".[2] Durante 2007, escavações no sopé do monte deixaram ao descoberto restos de um castro e vários vestígios pré-romanos, o que alguns declaram vir a reforçar a teoria que ali se situaria o assentamento dos lémavos.

Referências

  1. Os lemavi a través das fontes literarias e epigráficas, páx. 136.
  2. a b c d ESTEVES, Higino Martins (2008). As Tribos Calaicas - Proto-História da Galiza à Luz dos Dados Linguísticos (PDF). Barcelona: San Cugat del Vallès : Edições da Galiza. p. 82. 264 páginas. ISBN 978-84-936218-0-3 
  3. Spaul, John E. H.; Cichorius, Conrad (1994). ALA 2: the auxiliary cavalry units of the pre-diocletianic imperial Roman army. Andover: Nectoreca Press 
  1. Como por exemplo Valdeorras (que vem de Vale dos Gigurros), Trives (referente aos <Tíburos), Céltigos, Postmarcos (Prestamáricos), Tamagos (Tamaganos), e várias dúzias mais do Noroeste da península.