Língua guató – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guató
Falado(a) em:  Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
Total de falantes: 5 (2011)
Família: Língua isolada
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: gta

O guató é uma língua indígena brasileira falada pelos índios guatós em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É uma língua isolada.[1]

Wikcionário
Wikcionário

Flora e fauna

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Nomes de algumas animais e plantas em guató (Postigo 2009):[2]

Português Guató
1. abacaxi bìgʷádʒìkɨ̃́
3. abóbora (moranga) ítɛ̀
5. acuri ídʒì
14. aracuã ìkã́nà
15. arara amarela tògà
16. arara azul tàhá
17. arara papo branco ìtó
18. arara vermelha ʃágà
19. ararinha údáhù / déɾì / ɾìtú̃
22. ariranha évɛ̀
33. bagre (peixe) ìɾɛ́
34. baguari (pássaro) ùgá
44. beija-flor ìvɛ́
45. bem-te-vi mévɨ́
47. bezerro (dim-boi) ódìvàká
50. biguá áẽ̀
52. boca de sapo (cobra) òtʃádá
53. bocaiúva gwédʒì
62. bugio ókʷẽ́
67. cachorro
69. caiá, cajá àtʃú̃
70. caju ótò gòpa ́tʃìádá
74. canário (pássaro) àɾòbìkɨ́
76. capim/mato dʒágɨ̀̃
77. capivara kɨ̀
78. cará àdʒá
80. caramujo
81. carauaçu ìbɔ́tʃì
82. carcará ákɨ̀
83. careca tɨ́gwì
87. cavalo (aum-onça) ótòdʒɛ́pàgò
88. caxinguelê àɾédʒì
99. cobra òtʃádʒá
100. coco da bahia ótògwédʒì
123. dourado (peixe) àkùdʒà
125. ema átṹ
143. folha de acuri àkúdʒì
144. folha de árvore àku ádà
145. folha de banana àkúgwádʒá
147. formiga ódìdʒɛ́pàgò
148. fruta tʃíadá
149. fruto ìdʒé
152. galinha/frango gáɾìdʒájɛ́
155. garça ìkó
158. gavião ótò-dʒ-àjɛ́
159. gavião tòdjáé
160. goiaba ágɨ́dʒá
161. guarda-chuva tópɨ́
166. jacaré ìkó
167. jacutinga gwàj̀ká̃nà
168. jaguatirica/gato áɾótʃà
169. japuira gònṹ
170. jararacuçu ádá
171. jatobá ókù
172. jenipapo tɔ́
173. joão pinto útàbì
174. joão-de-barro (pássaro) ìpábà
176. juriti ábɔ́
178. lagarto amarelo ɾátʃɔ̀dìbúkù
179. lagarto pintado òtótáhù
180. lagarto vermelho ìbúkù / táhù
183. lambari ùtá̃nà
185. laranja tʃíádá
186. laranja (para doce) tòtʃíádá
190. lobinho ùkʷà
191. lobo guará úgútɨ́
192. lontra míù
194. macaco ákwò
195. macaco pequeno amarelo (mico leão) ɾɛ́ ìdí
196. macaco pequeno branco (mico) òdɛ́ ìdɛ́j̀
197. macaco pequeno um pouco amarelo kʷàtí gìɾí
204. mandioca
205. manga úkʷɔ̀pɛ̀tʃìàdá
211. mel págwá
212. mel mandaguari págwa gɨ́ɾɨ̀
213. melancia gwàdʒékã̀
216. milho dʒéɾù
217. minhoca
219. morcego pɔ́
220. mosca jɛ́
221. mosquiteiro àtʃébà
222. mosquito
223. muçum ùhé
226. mutum òkánà
240. onça ɛ́pàgò
241. onça brava gɛṕ àgò ògíkíɾɔ́
242. onça parda àʃákɨ́
243. onça parda àtʃákó
248. pacu gʷákʷà
249. pacu (peixe) gwákwá
250. pacupeba (peixe) òpá
256. papagaio ìkɨ́
257. pássaro amarelo bɨ̀dɨ̀
258. pato úbɔ́
273. pintado (peixe) àpɨ́
274. piolho ibɛ́ú
275. piranha ótɨ̀
276. porco
281. quati òhàdʒáhɨ̃̀
283. quero-quero íɾódʒí
284. quero-quero (pássaro) ìɾódʒí
291. sapo ìtɨ̀hú
292. sardinha ùgwàpɛ́
297. socó (pássaro) íkò
298. socozinho (pássaro) àtʃɔ́
300. sucuri ìkʷáɾì
301. tamanduá bandeira òpígá
302. tamanduá mirim ògʷɨ́pígá
303. tarimba íkó
304. tarumã (fruta) àdɔ́
305. tatu épí
306. tatu canastra ótò dʒípí
311. traíra (peixe) àpí
313. tronco de árvore ìdé
314. tucum branco àgwétò
315. tucum preto mìtɔ́dʒàkɨ́
316. tucum vermelho ùgwágwédʒì
317. tuiuiú hɨ̀
318. tuvira àtʃògá
321. urubu ógú
322. urubu ùgù
323. urutau ɨ́báhá
328. verdinha (pássaro) ìtàdá
330. zagaia dʒú

Os numerais (Postigo 2009):[2]

Português Guató
um tʃénè
dois dúnì
três tʃúmù
quatro ɾékâj
cinco tóhèɾá
seis tʃénè kàékà ìɾá
sete dúnì kàékà ìɾá
oito tʃúmù kàékà ìɾá
nove ɾékâj kàékà ìɾá
dez kí̃nù ìɾá
onze tʃénè ìbɔ̀
doze dúnì ìbɔ̀
treze tʃúmù ìbɔ̀
catorze ɾékâj ìbɔ̀
quinze kávì̃bɔ̀
dezesseis tʃénè dètʃúà
dezessete dúnì dètʃúà
dezoito tʃúmù dètʃúà
dezenove ɾékâj dètʃúà
vinte kwávĩ̀bɔ̀
trinta dúnì kɛ̀dakwá ìbɔ̀ tʃúmùjá kàéka ìɾá
quarenta dítʃèɾòkwá tʃúmùjá kàéka ìɾá
cem tʃénè gwátèhè
duzentos dúnì gwátèhè
trezentos tʃúmù gwátèhè
quatrocentos ɾékâj gwátèhè

Comparações lexicais

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Alguns paralelos lexicais entre o Guató e o Proto-Bororo (Jolkesky 2016):[3]

Português Guató Proto-Bororo Bororo
animal/porco-do-mato óku ‘porco-do-mato’ aku ‘animal’
barba kʷabo okʷabu
beber ókɨ *ku
chuva ve boe
mão ra *era
orelha vi bia
abɔ abore
raiz/batata-doce óka ‘batata-doce’ uka ‘raiz’
raposa ùkwà *oka/*okwa
rio pɔ-ɡɨ́̃ ‘riacho’ (ɡɨ̀̃ ‘água’) *po

Referências

  1. Martins, Andérbio Márcio Silva. 2011. Uma avaliação da hipótese de relações genéticas entre o Guató e o tronco Macro-Jê. Brasília: Universidade de Brasília.
  2. a b Postigo, Adriana Viana. 2009. Fonologia da língua Guató. Dissertação de mestrado. Três Lagoas: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
  3. Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília.
  • Schmidt, Max; Gustavo Godoy e Kristina Balykova (prefácio); Kristina Balykova (tradução). Guató: A língua. Cadernos de Etnolingüística. Série Monografias, 5, Maio/2018.

Ligações externas

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  • Vocabulário guató - RONDON, Frederico. Na Rondônia ocidental. Reeditado como Livro III de Pelos sertões e fronteiras do Brasil. Rio de Janeiro: Reper Editora, 1969. p. 316-8.
  • Portal Japiim (Dicionários das Línguas Indígenas do Brasil)