Tabuladora – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tabuladora.

A máquina tabuladora é uma das primeiras máquinas de aplicativo em informática (dispositivo computacional).

Em 1890, Herman Hollerith (1860-1929) tinha desenvolvido um sistema de cartões perfurados eléctricas e baseado na lógica de Boole, aplicando a uma máquina tabuladora de sua invenção. A máquina de Hollerith usou-se para tabular o censo daquele ano nos Estados Unidos, em um processo total que não durou mais de dois anos e meio. A máquina tinha um leitor de cartões, um contador, um classificador e uma tabulação. Em 1896, Hollerith cria a Tabulating Machine Company, com a que pretendia comercializar a sua máquina. A fusão desta empresa com outras três (International Time Recording Company, a Computing Scale Corporation, e a Bundy Manufacturing Company), deu lugar, em 1924, à International Business Machines Corporation (IBM).

O censo de 1880 nos Estados Unido necessitou de sete anos para recolha e análise da informação. Segundo as projecções de aumento populacional, o censo de 1890 implicaria mais de 10 anos de tabulação e cálculo manual. Assim, Hollerith começou a trabalhar no desenho de uma máquina tabuladora ou censadora que permitisse reduzir o tempo de análise de dados, procurando mecanizar a tabulação manual.

Hollerith observou que a maior parte das perguntas contidas nos censos se podiam contestar com opções binárias: SIM ou NÃO, aberto ou fechado. Então criou um cartão perfurado, uma cartulina composta por 80 colunas com 2 posições, com a qual se contestava este tipo de perguntas.

Esta noção de programação binária tinha sido usada já em 1801 pelo inventor francês Joseph Marie Jacquard, que tinha conseguido automatizar um tear, conhecido como o tear de Jacquard, mediante o uso de cartões perfurados que aplicavam o conceito de código binário publicado em 1623 pelo filósofo Francis Bacon em seu De Augmentis Scientarum. Um sistema semelhante tinha também sido proposto pelo cientista e inventor britânico Charles Babbage (1791-1871), que desenhou entre 1833 e 1842 uma máquina analítica. Embora a máquina analitica nunca tenha sido terminada e nunca tenha chegado a executar programas de tabulação, as seu desenho já aplicava a mesma lógica de código binário utilizada por Jacquard. Assim, Babbage é considerado por muitos como o verdadeiro “Pai da computação”, antes que Hollerith, ainda que o seu invento nunca se tenha materializado. É de notar que apesar de que sua máquina analítica nunca viu a luz, a matemática Ada Lovelace, filha de lord Byron, se interessou de sobremaneira na máquina de Babbage e escreveu vários programas para seu funcionamento teórico, o que converte a Ada Lovelace na primeira programadora de computadores da história.

Em 1890, o Governo estadunidense elegeu a máquina tabuladora de Hollerith para elaborar o censo. Com este método, o resultado da contagem e análise censal dos 62 622 250 habitantes esteve pronto em apenas seis semanas.

Hollerith patenteou a sua máquina em 1889, que é só uma dentro de suas mais de trinta patentes. Anos depois, em 1896, Hollerith fundou a empresa Tabulating Machine Company, com o fim de expandir comercialmente o seu invento. Em 1911, a dita companhia fundiu-se com Dayton Scale Company, International Time Recording Company e Bundy Manufacturing Company, para criar a Computing Tabulating Recording Company (CTR). O 14 de fevereiro de 1924, CTR mudou seu nome pelo de International Business Machines Corporation (IBM), cujo primeiro presidente foi Thomas John Watson, que curiosamente não estava muito convencido do futuro que podiam ter estas máquinas.

Assim, Herman Hollerith, há mais de um século, passou com sua máquina tabuladora às páginas da história da tecnologia, se inscrevendo como o primeiro homem que conseguiu levar a cabo o tratamento automático da informação, isto é, como o pai da informática.