Mês embolístico – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mês embolístico ou mês intercalar é qualquer mês incluído em um calendário (normalmente um calendário lunissolar) de forma a corrigir este calendário. Alguns calendários possuem fórmulas bem determinadas para definir em que anos e de que forma este mês é introduzido.

Inscrição com o calendário romano, antes da reforma juliana. Observe a presença dos meses Quintil e Sextil, e a possibilidade de inserção de um mês intercalar.

Nos calendários lunares, como o calendário islâmico, em que cada ano tem sempre doze meses lunares, o início do ano varia a cada ano, não sendo sincronizado com as estações.[1] Para poder sincronizar os anos com as estações, é necessário o acréscimo de um décimo-terceiro mês, o mês embolístico. Os anos onde ocorre esta correção são chamados de anos embolísticos.[2]

O calendário babilônico, que pode ter sido usado desde 2500 a.C., tinha anos de doze meses lunares, e anos embolísticos, com treze meses.[3] Inicialmente, era o rei que decidia quando inserir o mês intercalar, porém mais tarde os astrônomos (chamados de caldeus) estabeleceram uma regra fixa: a cada período de dezenove anos, sete anos seriam embolísticos. Nos anos terceiro, sexto, oitavo, décimo-primeiro, décimo-quarto e décimo-nono de cada ciclo, seria inserido um novo mês Addaru (o décimo-segundo mês), e no décimo-sétimo ano, um novo mês Ulûlu (o sexto mês). Este ciclo é chamado ciclo de Meton, em honra do astrônomo grego, Meton, que o levou para o ocidente, e também é usado no calendário judaico.[4]

No calendário judaico, o ano deve ser periodicamente ajustado ao ciclo solar devido à determinação da Torá de que o mês de Nissan deve cair sempre na primavera (de Israel-hemisfério norte)[5] ou, mais precisamente, de acordo com a determinação dos rabinos da época do Talmud - o equinócio da primavera tem que estar dentro do mês de Nissan. O ciclo de ajustes é de dezenove anos e nos 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º anos deste ciclo é necessário acrescentar um mês de 30 dias denominado Adar I após o mês de Shevat. A maioria dos estudiosos designam erroneamente Adar II como o mês embolístico do calendário judaico quando, na realidade, o mês embolístico exato é Adar I.[6]

Referências

  1. Thomas Rutherford, A system of natural philosophy: being a course of lectures in Mechanics, Optics, Hydrostatics, and Astronomy, Volume 2 (1748), 383. Um período de doze meses lunares é chamado de ano lunar, p.978 [google books]
  2. James Hodgson, An introduction to chronology: containing an account of time; also of the most remarkable cycles, epoch's, era's, periods, and moveable feasts (1747), p.11 [google books]
  3. Franz Cumont, Astrology and Religion among the Greeks and Romans (1912), Lecture I. The Chaldeans [em linha]
  4. Jona Lendering, Calendar, Babylonian [em linha]
  5. John Jackson, Chronological Antiquities: Or, The Antiquities and Chronology of the Most Ancient Kingdoms, from the Creation of the World, for the Space of Five Thousand Years. In Three Volumes (1752) p.23
  6. The Hebrew Month of Adar I - Chabad.org Consultado em 27 de fevereiro de 2023.