Manipulação psicológica – Wikipédia, a enciclopédia livre
A manipulação psicológica é um tipo de influência social que visa mudar o comportamento ou a percepção dos outros por meio de táticas indiretas, enganosas ou dissimuladas.[1] Ao promover os interesses do manipulador, muitas vezes à custa de outro, tais métodos podem ser considerados exploratórios e desonestos.
A manipulação psicológica é qualquer ação intencional que influencia a pessoa à crença ou comportamento, causando mudanças nos processos mentais que vão além do despertar da compreensão. Para Ruth Faden e Tom Beauchamp, a manipulação psicológica como uma forma de influência é contrária à persuasão: a persuasão melhora a compreensão de alguém sobre sua situação, mas a manipulação não. Faden e Beauchamp consideram a manipulação psicológica como "um título amplo", incluindo "estratégias tão diversas como a sugestão subliminar, a adulação e outros apelos às fraquezas emocionais, como a indução de sentimentos de culpa ou de obrigação".[2]
Requisitos para uma manipulação bem sucedida
[editar | editar código-fonte]Segundo o autor de psicologia George K. Simon, a manipulação psicológica bem-sucedida requer principalmente que o manipulador:[3]
- Esconder intenções e comportamentos agressivos e ser afável.
- Conhecer as vulnerabilidades psicológicas da vítima para determinar quais táticas são mais eficazes.
- Ter um nível suficiente de crueldade para não ter escrúpulos e causar danos à vítima, se necessário.
Consequentemente, a manipulação é provável que seja conseguida através de meios agressivos ocultos.[3]
Modos de controles
[editar | editar código-fonte]De acordo com Braiker
[editar | editar código-fonte]Harriet B. Braiker (2004) identificou as seguintes formas usadas pelos manipuladores para obter controle sobre suas vítimas:[4]
- Reforço positivo: inclui o elogio, charme superficial, simpatia superficial (lágrimas de crocodilo), desculpas excessivas, dinheiro, aprovação, presentes, atenção , expressões faciais como risadas ou risos forçados e reconhecimento público.
- Reforço negativo: envolve prevenir a pessoa de de uma situação negativa como forma recompensa, por ex. "Você não terá que fazer sua lição de casa se me permitir fazer isso com você."
- Reforço intermitente ou parcial: Reforço negativo parcial ou intermitente pode criar um efetivo clima de medo e dúvida. O reforço positivo parcial ou intermitente pode encorajar a vítima a persistir - por exemplo, na maioria das formas de jogo, o apostador provavelmente vencerá de vez em quando, mas ainda assim perderá dinheiro em geral.
- Punição: inclui tagarelar, gritar, o tratamento silencioso, intimidação, ameaças, palavrões, chantagem emocional, fazer sentir culpa, mau humor, choro e se fazer de vítima.
- Aprendizado traumático em um ensaio: uso de abuso verbal, raiva explosiva ou outro comportamento intimidador para estabelecer dominância ou superioridade; mesmo um incidente de tal comportamento pode condicionar ou treinar as vítimas para evitar perturbar, confrontar ou contradizer o manipulador.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Definition of MANIPULATE». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2019 (em inglês)
- ↑ Christian Coons; Michael Weber (1 de julho de 2014). Manipulation: Theory and Practice. [S.l.]: Oxford University Press. p. 61. ISBN 978-0-19-933822-1 (em inglês)
- ↑ a b Simon, George K (1996). In Sheep's Clothing: Understanding and Dealing with Manipulative People. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-935166-30-6 (em inglês)
- ↑ Braiker, Harriet B. (2004). Who's Pulling Your Strings ? How to Break The Cycle of Manipulation. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-07-144672-3 (em inglês)