Manuel de Mesquita – Wikipédia, a enciclopédia livre

Manuel de Mesquita
Nascimento 17 de janeiro de 1879
Santa Cruz da Graciosa
Morte 22 de março de 1944 (65 anos)
Angra do Heroísmo
Cidadania Portugal, Reino de Portugal

Manuel de Mesquita (Santa Cruz da Graciosa, 17 de Janeiro de 1879Angra do Heroísmo, 22 de Março de 1944) foi um militar do Exército Português, no qual atingiu o posto de tenente-coronel, e político que, entre outras funções político-militares, foi administrador do concelho de Angra do Heroísmo e por duas vezes governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (de 26 de Dezembro de 1923 a 29 de Junho de 1924; e de 19 de Fevereiro de 1928 e 9 de Junho de 1931). No seu segundo mandato teve que lidar com a Revolta das Ilhas, em Abril de 1931, sendo substituído na sequência das acusações de não ter agido da melhor forma durante aquele movimento.[1]

Também exerceu como presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, tendo sido durante o seu mandato que foi emitido um parecer rejeitando o processo para a formação da Província Autónoma dos Açores, que tinha sido proposta por uma comissão formada pelo Decreto n.º 13.912, de 30 de Junho de 1927.[2] Em 4 de Setembro de 1927, o jornal A Cidade publicou um artigo com o nome Reforma administrativa – a representação da Câmara de Angra, no qual foi transcrita uma carta de Manuel de Mesquita ao Director Geral da Administração Política e Civil, que tinha feito parte de uma comissão para modificar a estrutura administrativa, onde defendeu a manutenção dos três distritos, instaurados em 1835, como ainda adequados para a situação geográfica e económica do arquipélago.[2]

Em 14 de Julho de 1930, o jornal A União noticiou que Manuel de Mesquita, na qualidade de governador civil, e o delegado especial do governo nos Açores tinham organizado uma reunião acerca do desenvolvimento de um novo regime ditatorial, o Estado Novo.[3] Na acta de 26 de Março de 1931 do Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo surge uma referência sua que o ambiente geral era de contentamento com o governo da ditadura, principalmente entre as mais altas camadas sociais, comentário que demonstra a situação em que se encontrava a Ilha Terceira nas vésperas da Revolta de Abril de 1931.[3] É novamente referido na acta de 23 de Abril de 1931, onde propôs que fosse considerado como um feriado o dia das comemorações do fim da revolta na ilha.[3] Em Agosto de 1931 foi dos oficiais chamados a Lisboa para serem questionados pela sua participação na tentativa de golpe, sendo então major de infantaria, tendo o seu processo sido depois arquivado.[2]

Referências

  1. Manuel de Mesquita na Enciclopédia Açoriana.
  2. a b c ROCHA, José Olívio Mendes (2008). «Autoritarismo e Resistência nos Açores – O Papel do Delegado Especial do Governo da República nos Açores, 1927-1931» (PDF). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira. Volumes LXIV – LXV. Angra do Heroísmo: Instituto Histórico da Ilha Terceira. p. 69-70, 182. Consultado em 27 de Março de 2023 
  3. a b c GRAÇA, Maria Luísa Bretão Nunes da (2019). A Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo: Da Ditadura Militar ao Advento do Estado Novo (1926-1933) (Tese de Mestrado). Ponta Delgada: Universidade dos Açores: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. p. 137-152. Consultado em 27 de Março de 2023 

Ligações externas

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