Mar Báltico – Wikipédia, a enciclopédia livre
Continente | |
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Localização | |
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Coordenadas |
Altitude | 0 m |
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Superfície | 400 000 km² |
Profundidade média | 459 m 57 m |
Maior profundidade | 459 m |
Tipo | |
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Países da bacia hidrográfica | |
Afluentes | |
Bacia hidrográfica |
Origem do nome |
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* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas.
O mar Báltico é um mar interior do norte da Europa, circundado pela península Escandinava, pela Europa continental, e pelas ilhas dinamarquesas da Zelândia, Funen e Lolland.[1]
Sem grandes marés e pouco profundo, tem uma área de 420 000 km2 e uma profundidade máxima de 459 m. Comunica com o mar do Norte, através dos estreitos de Escagerraque e Categate, assim como dos estreitos de Öresund, Grande Belt e Pequeno Belt. O Báltico tem dois grandes golfos — o golfo da Bótnia, entre a Suécia e a Finlândia, e o golfo da Finlândia, entre a Finlândia, a Rússia e a Estónia. [2]. Os países com costa no mar Báltico são: Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, Estónia, Letônia, Lituânia, Polônia e Alemanha.[3][4]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Chamado por Públio Cornélio Tácito de Mare Suebicum, por analogia ao povo germânico dos suevos,[nota 1] o primeiro a denominá-lo Mare Balticum foi o escritor germânico do século XI Adão de Bremen.
A origem do nome é controversa, e pode estar ligada à palavra alemã belt ("faixa"), utilizada para designar os dois estreitos dinamarqueses que o conectam ao mar do Norte. Outros acreditam que a origem seja a palavra latina balteus, com o mesmo significado.[6] Mas deve-se notar que os nomes dos belts podem estar ligados à palavra dinamarquesa bælte, que também significa faixa. Além disso, o próprio Adão de Bremen comparou o mar com uma faixa, afirmando que o mar é assim denominado porque ele estica ao longo da terra como uma faixa.[nota 2] Ele também pode ter sido influenciado pelo nome de uma ilha lendária mencionada em A História Natural, de Plínio, o Velho. Plínio menciona uma ilha chamada Baltia (ou Balcia) com referência a notas de Píteas e Xenofonte. É possível que Plínio se referisse a uma ilha chamada Basilia ("reino" ou "real") em Sobre o Oceano (Περι του Ωκεανου), de Píteas. Baltia também pode ser derivada de "faixa" e significar "perto da faixa do mar (estreito)".
Outros ainda defendem que o nome da ilha origina-se da raiz indo-europeia bhel,[7] que significa "branco". Esta raiz e seu sentido básico permaneceram no lituano (como baltas) e no letão (balts). Uma hipótese relacionada sustenta que o nome originou desta raiz indo-europeia por meio de uma língua báltica, como o lituano.[8]
Uma outra explicação é que, derivada da raiz mencionada, o nome do mar é usado para nomear várias formas de água e substâncias similares em várias línguas europeias, o que pode ter sido originalmente associado com as cores encontradas em pântanos. Ou ainda que o nome era relacionado a pântanos e seu sentido original era de "mar fechado, baía" em oposição a "mar aberto.[9] Alguns historiadores suecos, por sua vez, acreditam que o nome derive do deus secundário Balder, da mitologia nórdica.[10]
Na Idade Média, o mar foi conhecido por uma variedade de nomes. O nome mar Báltico só começou a predominar a partir do século XVI. O uso de báltico e outros termos para denotar a região a leste do mar começou apenas no século XIX. Em sueco, finlandês, alemão e dinamarquês, ele é conhecido como "mar do Leste", enquanto em estoniano, é chamado de "mar do Oeste".[10]
História
[editar | editar código-fonte]O Báltico surgiu com o aumento do nível do mar, após o fim da última glaciação, no último período glacial, ocorrida há cerca de 12 000 anos.[11] Originário de um lago pré-glacial de água doce — o lago Glacial Báltico, portanto sem ligação com o oceano da época, o mar Báltico tornou-se um mar após o derretimento de geleiras que o cercavam, seguido de uma elevação da terra ao redor. Neste fenômeno, conhecido como isostasia, a pressão adicionada pela água em uma região gerou uma tensão de elevação da superfície em seu redor, como em uma alavanca. O derretimento do gelo, por sua vez, reduzia o peso sobre o relevo circundante, facilitando sua elevação.
Salinidade
[editar | editar código-fonte]A salinidade do mar Báltico é muito menor do que a da água dos oceanos. Isso ocorre devido ao abundante escoamento de água doce da terra circundante, que contribui com cerca de um quadragésimo do seu volume total por ano: o volume da bacia é de cerca de 21 000 km³ e o escoamento anual é de cerca de 500 km³. As taxas de precipitação e descarga de água doce superam a evaporação, causando uma diluição da água do mar.[12] Em contrapartida, recebe pouca água salgada do oceano Atlântico devido a esta só poder entrar pelos estreitos do Öresund e dos Belt. Suas águas têm salinidade de 10 a 15 g/kg, enquanto a do mar Vermelho é de cerca de 40 g/kg.[13][14]
Poluição
[editar | editar código-fonte]O mar Báltico é um dos mares mais poluídos do planeta. Está cercado por zonas com grande população e produção agrícola e industrial, ao mesmo tempo que tem uma entrada mínima para água fresca do Atlântico. [15]
É constantemente cruzado por inúmeros navios de carga e de passageiros. Enormes ferryboats transportam milhares de turistas entre Estocolmo na Suécia e Helsínquia e Turku na Finlândia. [14]
Na Dinamarca, criadores de porcos vêm despejando milhares de toneladas de esterco suíno no mar Báltico, alterando seu equilíbrio e tornando-o um dos mares mais poluídos do mundo.[16]
Partes do mar Báltico
[editar | editar código-fonte]O mar Báltico é composto por várias partes. Em termos genéricos, este mar vai do Golfo de Bótnia, no norte, até à Escânia sueca e às ilhas dinamarquesas da Zelândia, Fyn e Lolland, no sudeste. Num sentido mais estrito, o mar Báltico vai da região das ilhas Åland até à região da Escânia e das ilhas dinamarquesas. [14]
- O Mar Báltico, no sentido estrito
Ilhas e arquipélagos
[editar | editar código-fonte]- Ilhas Åland (Finlândia, autônomas)
- Bornholm (Dinamarca)
- Gotlândia (Suécia)
- Hailuoto (Finlândia)
- Hiiumaa (Estônia)
- Olândia (Suécia)
- Rúgia (Alemanha)
- Saaremaa (Estônia)
- Arquipélago de Estocolmo (Suécia)
- Usedom ou Uznam (dividida entre Alemanha e Polônia)
- Valassaaret (Finlândia)
- Wolin (Polônia)
Cidades
[editar | editar código-fonte]Estima-se que mais de 85 milhões de pessoas habitem a costa do mar Báltico.[17] As maiores cidades costeiras são:
- São Petersburgo (Rússia) — 4 039 000 hab.
- Estocolmo (Suécia) — 743 000 (área metropolitana — 1 823 000 hab.)
- Helsínquia (Finlândia) — 559 000 hab. (área metropolitana — 980 000 hab.)
- Trójmiasto (Gdańsk, Gdynia e Sopot) (Polônia) (área metropolitana — 753 000 hab.)
- Riga (Letônia) — 760 000 hab.
- Gdańsk (Polônia) — 462 700 hab.
- Estetino (Polônia) — 413 600 hab.
- Kaliningrado (Rússia) — 400 000 hab.
- Tallinn (Estônia) — 387 000 hab.
- Malmö (Suécia) — 259 000 hab.
- Gdynia (Polônia) — 255 600 hab.
- Greifswald (Alemanha) — 60 000 hab.
- Kiel (Alemanha) — 250 000 hab.
- Lübeck (Alemanha) — 216 100 hab.
- Rostock (Alemanha) — 212 700 hab.
- Klaipėda (Lituânia) — 194 400 hab.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Baía de Bótnia
- Golfo da Finlândia
- Golfo de Bótnia
- Kvarken do Norte
- Kvarken do Sul
- Lago Glacial Báltico
- Mar de Åland
- Mar de Bótnia
- Mar do Arquipélago
Notas
- ↑ Ergo iam dextro Suebici maris litore Aestiorum gentes adluuntur, quibus ritus habitusque Sueborum, lingua Britannicae propior.[5]
(À direita do Mar Suevo, residem as nações éstios que usam os mesmos costumes e dos suevos; sua língua lembra a da Bretanha.) - ↑ Balticus, eo quod in modum baltei longo tractu per Scithicas regiones tendatur usque in Greciam
Referências
- ↑ «Östersjön» (em sueco). Enciclopédia Finlândia. Consultado em 12 de maio de 2023
- ↑ SÉGUIER, Jaime de (1964). Dicionário Prático Ilustrado. Porto: Lello & Irmãos. p. 1432
- ↑ Ernby et al. 2001, p. 789.
- ↑ Magnusson & Sjögren 2004, p. 200.
- ↑ Tácito. «Germania» (em latim). Consultado em 5 de janeiro de 2013
- ↑ «Balteus» (em sueco). Nordisk familjebok. Consultado em 5 de janeiro de 2013
- ↑ «Indo-European etymology» (em inglês). StarLing. Consultado em 5 de janeiro de 2013
- ↑ Forbes 1910, p. 7.
- ↑ Dini 2000.
- ↑ a b DiMento 2012, p. 34.
- ↑ Schätzing 2009, p. 178.
- ↑ Miranda 2002, p. 35-36.
- ↑ GEPEQ 2005, p. 27.
- ↑ a b c Lars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Östersjön». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 456. 460 páginas. ISBN 9172273186
- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Miljöproblem i Östersjön». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 84-87. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- ↑ Schätzing 2009, p. 257.
- ↑ DiMento 2012, p. 35.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- DiMento, J. F. C; Hickman, Alexis Jaclyn (2012). Environmental Governance of the Great Seas: Law and Effect (em inglês). [S.l.]: Edward Elgar Publishing. 220 páginas. ISBN 9781848443754
- Dini, Pierto Umberto (2000). Baltu valodas (em lituano). Riga: Jānis Roze. ISBN 9984-623-96-3
- Ernby, Birgitta; Gellerstam, Martin; Malmgren, Sven-Göran; Axelsson, Per; Fehrm, Thomas (2001). «Östersjön». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. 793 páginas. ISBN 91-7227-186-8
- Forbes, Nevill (1910). The Position of the Slavonic Languages at the present day (em inglês). Oxford: Oxford University Press. Consultado em 5 de janeiro de 2013
- GEPEQ (2005). Interações e Transformações: Aluno - Química e a Sobrevivência: Hidrosfera - Fonte de Materiais. 4. São Paulo: EdUSP. 195 páginas. ISBN 9788531407048. Consultado em 15 de janeiro de 2013
- Magnusson, Thomas; Sjögren, Peter A. (2004). «Östersjön». Vad varje svensk bör veta [O que todos os suecos devem saber] (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1
- Miranda, Luiz Bruner (2002). Princípios de Oceanografia Física de Estuários. 42. São Paulo: EdUSP. 411 páginas. ISBN 9788531406751. Consultado em 15 de janeiro de 2013
- Schätzing, Frank (2009). O misterioso mundo dos oceanos. [S.l.]: Leya. 498 páginas. ISBN 9789722038737. Consultado em 15 de janeiro de 2013