Mara Abrantes – Wikipédia, a enciclopédia livre
Mara Abrantes | |
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Nascimento | Mara Dyrce Abrantes da Silva Santos 31 de maio de 1934 Rio de Janeiro |
Morte | 28 de abril de 2021 Lisboa |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | cantora, atriz |
Instrumento | voz |
Mara Dyrce Abrantes da Silva Santos, mais conhecida por Mara Abrantes (Rio de Janeiro, 31 de maio de 1934 — Lisboa, 28 de abril de 2021), foi uma cantora e atriz brasileira radicada em Portugal desde 1958.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Mara Abrantes nasceu no Rio de Janeiro, a 31 de maio de 1934. Cresceu no seio de uma família de instrumentistas ligados a diferentes bandas das forças armadas brasileiras, incluindo o seu pai. No ensino primário frequentou as aulas de Educação Musical obrigatórias e integrou, como solista, o Coro do Ministério da Educação. Durante o internato do curso para professora primária recebeu formação artística no Teatro de Preparação de Estudantes.[2][3][4]
Aos 16 anos ganhou um concurso televisivo da TV Tupi de procura de novos talentos, intitulado "A Hora dos Caloiros" e concebido por Ary Barroso, tendo nesta altura adoptado o nome artístico de Mara Abrantes. Esta vitória permitiu-lhe obter pequenos papéis televisivos.[2][3][4][5]
Começou por atuar como cantora no restaurante "A Cantina do César", propriedade do radialista César de Alencar. Outro espaço noturno onde atuou foi o "Estúdio do Teo", onde conheceu Antônio Carlos Jobim em início de carreira e de quem interpretou diversos temas. Foi levada para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro pelo maestro Napoleão Tavares.[2][3][4]
Atuou em diversas rádios e teatros cariocas, especialmente na década de 1950. A Revista do Rádio considerou-a "A escurinha nota dez", em virtude de seus predicados físicos, nos quais ressaltava a cor negra, uma pequena altura e formas esculturais.[2][3][4]
Além de ser convidada regularmente como atracção para Teatro de Revista, entre 1952 e 1956 participou como atriz em 5 filmes, incluindo A Dupla do Barulho (1953) de Carlos Manga.[2][3][4][5]
Em 1954, gravou um disco de 78 rpm com os temas "Sal e pimenta" (letra de Francisco Anísio e música de Hianto de Almeida) e "Um tiquinho mais" (composta por Newton Ramalho e Nazareno de Brito), lançado pela editora Mocambo, tendo esta última canção sido censurada. A proibição da canção pelo governo brasileiro recebeu a atenção dos média e dos críticos, tendo projetado a carreira da cantora além do circuito da vida noturna carioca.[2][3][4]
Em 1958 vem a Portugal, por um período de 3 meses, acabando por ficar. Grava vários discos para a editora discográfica Valentim de Carvalho.[3] Colabora também com o Thilo's Combo. Em 1967 grava uma versão de "Natal Feliz" na editora Alvorada. Lança o EP "Sentimental Demais" gravado com o Conjunto Shegundo Galarza.[2][3][4]
Na editora Marfer grava um EP com os temas "Quem É Homem Não Chora", "Máscara Negra", "Disparada" e "Maria do Maranhão". Grava com a Orquestra Marfer, dirigida por Ferrer Trindade, alguns dos temas do Festival RTP da Canção de 1968. Participa no disco "O Nazareno" de Frei Hermano da Câmara onde desempenhava o papel da “Samaritana”.[2][3][4]
Em 1979 obtém grande sucesso com o single "Os Amantes" que atinge o "Disco de prata". De seguida foi editado o disco "Horóscopo" conhecido pelo refrão "Diga em que dia, em que mês, você nasceu". Em 1980 canta "Amor, Amor à Portuguesa" da banda sonora da novela "Moita Carrasco" do programa "Eu Show Nico" de Nicolau Breyner.[2][3][4]
Em 1981 lança uma versão de "Guerra dos Meninos" de Roberto Carlos com a participação da sua filha Magda Teresa e do Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras. Grava também uma versão de "Tudo Pára" em 1983. A compilação O Melhor dos Melhores, lançada pela Movieplay, inclui os seguintes temas: "Os Amantes", "Um jeito Estúpido de Te Amar", "Horóscopo", "Quem É Homem não Chora", "Serenata Negra", "Samba Magoado", "Mas É Fado", "Moço", "Máscara Negra", "Guerra dos Meninos", "Meu Filho", "Um Resto de Azul", "Na Boca do Povo", "Fecho a Janela", "Café da Manhã", "Que Pena", "Vem Flor" e "Amor, Amor à Portuguesa".[2][3][4]
Mara Abrantes faleceu em Lisboa, no Hospital de Santo António dos Capuchos, a 28 de abril de 2021, aos 86 anos de idade.[1][2]
Discografia
[editar | editar código-fonte]Entre a sua discografia encontram-se: [6]
Álbuns
[editar | editar código-fonte]Compilações
[editar | editar código-fonte]- Colecção O Melhor dos Melhores (n.º 65) (1997, CD, Movieplay)[3]
Singles e EPs
[editar | editar código-fonte]- Sal e Pimenta/Um tiquinho Mais (1954) - Mocambo - 78 rpm
- Por Causa De Você/Cansei de Ilusões (1957) Mocambo 78
- Mara E O Amor (EP, AVD) 7LEM 3021 - Eu Não Existo Sem Você / vai Dizer À Mouraria / O Amor É Louco / Se Alguém Telefonar
- Mara Canta Para Os Entendidos (EP, AVD) 7LEM 3057 - Balada Do Homem Sem Deus / Menina Moça / Poema Madrugada / Só Deus
- A Rua dos Meus Ciúmes (EP, AVD) 7LEM 3074 - A Rua dos Meus Ciúmes / Não Digas A Ninguém / Madragoa / O Primeiro Amor
- Cha-cha-cha da Moça (EP, AVD) 7LEM 3101 - Foi Deus / Eu E O Rio / Cha-cha-cha da Moça / Fado do Adeus [7]
- Suave É A Noite (EP, AVD) - 7 LEM 3110 - Suave É A Noite / Últimos Beijos / Diz-me Porquê / Esse Beijo
- Serenata Negra / O Amor Chegou / SA-SA-RU-Ê/ Depois De Ti - ALVORADA AEP 60 735
- Sentimental Demais / Vivo Para Te Ver / Zanzar Por Aí / Ontem - ALVORADA AEP 60 828
- Quem É Homem Não Chora / Máscara Negra / Disparada / Maria do Maranhão (Marfer, 196) MEL 2-074
- Verão / Balada Para D.Inês / Fui Ter Com A Madrugada / O Sol Também É Teu (Marfer, 1968) MEL 2-093
- Um Resto de Azul / Vem Flor / Hino da Vitória / Corrida de Jangada (Marfer) MEL 2-129
- Fecho A Janela/Hás-de Voltar/Fado da Carta/Mas é Fado (Marfer, 1970) MEL 2-174
- O que Me Importa / Mamãe'cê Viu? / Gosto de Viver / Marcha do Assobio (EP, Alvorada, 1974) EP-S-60-1488
- O Meu Primeiro Amor / Eu Quero Apenas (Single, Osiris) OS 1022
- Gabriela (Single, Imavox, 1977)
- Que Pena / Um Jeito Estúpido de Te Amar (Movieplay, 1978) SP 27020
- Os Amantes / Boi da Cara Branca (Single, Movieplay, 1979)
- Horóscopo / Samba Magoado (Single, Movieplay, 1979) SP 27045
- Amor, Amor À Portuguesa / Não Deixes Que Eu Diga - Moita Carrasco (Single, Movieplay, 1980)
- Guerra dos Meninos/Aquela Nuvem (Single, Movieplay, 1981)
- Tudo Pára/Nessa Festa de Luz (Single, Vadeca, 1983)
- Não Está Sozinho (Quem Tem Deus do Lado)/Questão de Tempo
Outros
[editar | editar código-fonte]- 7LEM 3085 - [Caixinha da Saudade]
- DECCA PEP 1057 - Thilos' Combo - [Dou e Dou]
- ALVORADA AEP 60 774 - Melodias de Sempre Nº1 [Casinha da Colina]
- Natal Feliz
Referências
- ↑ a b «Cantora Mara Abrantes morre aos 86 anos». www.dn.pt. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ a b c d e f g h i j k «Morreu a cantora Mara Abrantes». TVI24. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ a b c d e f g h i j k l «Catálogo - Detalhes do registo de "Mara Abrantes; O melhor dos melhores; 65"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de março de 2016
- ↑ a b c d e f g h i j k «Mara Abrantes – Na Boca Do Povo» (em inglês). Discogs. Consultado em 5 de março de 2016
- ↑ a b Enciclopédia da Música em Portugal no século XX, A-C. Lisboa: Temas e Debates, Círculo de Leitores. 2010. pp. 5–6. ISBN 978-989-644-091-6
- ↑ «Mara Abrantes - Fonoteca Municipal do Porto». fonoteca.cm-porto.pt. Consultado em 14 de outubro de 2024
- ↑ «Cha cha cha da moça - Fonoteca Municipal do Porto». fonoteca.cm-porto.pt. Consultado em 14 de outubro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Arquivos RTP | Tributo em Estúdio a Mara Abrantes, RTP Memória (2021)
- Arquivos RTP | Mara Abrantes entrevistada por Maria João Gama, no programa Heranças d`Ouro (2005)
- «Mara Abrantes». no sítio do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
- Mara Abrantes. no IMDb.
- «Discografia de Mara Abrantes no Discogs» 🔗 (em inglês)