Maria Padilha (entidade) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Maria Padilha, também conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada, senhora da magia,[1] é uma falange ou agrupamento de Pombajira ou inzilas[2] (em quimbundo: pambu ia-njila; lit. "encruzilhada")[3] pertencente ao sincretismo das religiões afro-brasileiras Umbanda[1] e Quimbanda.[1]
O arquétipo da falange teria sido inspirada na Maria de Padilla, amante do rei de Castela.[1][4]
História
[editar | editar código-fonte]Em 1334, na cidade espanhola de Sevilha (na província homônima), uma mulher (influente cortesã ou prostituta grã-fina) que determinou o destino de uma corte europeia.[1] Dona Maria Padilla, de amante à rainha, influenciou o rei Dom Pedro I de Castela (1334–1369) nas mais importantes decisões, como no modo de governo e na negociação de seu casamento com Branca de Bourbon, visando uma aliança com a França.
Após um ano de falecimento de Maria Padilla, o rei nunca se conformou com sua morte prematura e, diante de todos os nobres da corte de Sevilha, declarou que esta foi a sua única e verdadeira esposa.[1]
Oferendas
[editar | editar código-fonte]Entre as oferendas mais comuns para esta falange estão: padê de farofa com dendê, champanhe, cigarros, brincos, pulseiras, colares e velas, além de rosas vermelhas.[4] Suas cores preferidas geralmente são o vermelho e o preto.[4]
Sub-falanges
[editar | editar código-fonte]Entre as diversas sub-falanges estão:
- Maria Padilha do Cruzeiro das Almas - Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã[5]
- Maria Padilha da Encruzilhada - Linha de Ogum[5]
- Maria Padilha do Cemitério - Linha de Omolu-Obaluaê[5]
- Maria Padilha da Calunga - Linha de Oxum/Iemanjá[5]
- Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas - Linha de Omolu-Obaluaê[5]
- Maria Padilha da Navalha - Linha de Oxum[5]
- Maria Padilha das Sete Saias - Linha de Oxum[5]
Na cidade brasileira de Teresina (Piauí), existe desde o início do século XXI uma tradicional festa em homenagem à entidade, comandada pelo pai de santo Tony de Iemanjá.[6]
Em 2016, durante o ensaio técnico da Acadêmicos do Salgueiro, entre os preparativos para o carnaval, a atriz Viviane Araújo, rainha de bateria da escola de samba, se vestiu como Maria Padilha, causando muita repercussão e alguns episódios de intolerância religiosa nas redes sociais.[7]
Referências
- ↑ a b c d e f CartaCapital (30 de março de 2018). «Maria Padilha: ela é bonita, ela é mulher...». Consultado em 19 de agosto de 2021
- ↑ Daniela Fescina (23 de outubro de 2013). «O que é a pombagira?». Superinteressante. Consultado em 25 de agosto de 2024
- ↑ Nunes 1970, p. 221.
- ↑ a b c vidatarot.com.br. «Pomba gira Maria Padilha, quem é e como ela pode te ajudar». Consultado em 19 de agosto de 2021
- ↑ a b c d e f g Samir Castro. Reinado dos Exús. [S.l.: s.n.] 35 páginas. Consultado em 19 de agosto de 2021
- ↑ cidadeverde.com (25 de agosto de 2014). «Décima edição da festa de Maria Padilha reúne terreiros de Teresina». Consultado em 19 de agosto de 2021
- ↑ Catraca Livre (27 de janeiro de 2016). «Viviane Araújo responde seguidores que a criticaram por homenagear Maria Padilha». Consultado em 19 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 19 de agosto de 2021