Martírio de São Lourenço – Wikipédia, a enciclopédia livre
Martírio de São Lourenço | |
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Autor | Gian Lorenzo Bernini |
Data | 1617 |
Técnica | Escultura |
Dimensões | 66 × 108 |
Localização | Uffizi, Florença |
Martírio de São Lourenço é uma escultura do artista italiano Gian Lorenzo Bernini. Ela representa o santo no momento de seu martírio, sendo queimado sobre uma grelha. De acordo com o biógrafo de Bernini, Filippo Baldinucci, a escultura foi concluída quando o artista tinha 15 anos de idade, em 1614.[1] Outros historiados tem datado a escultura entre 1615 e 1618, embora o ano de 1617 seja o mais provável.[2] É menor que o tamanho real, medindo 108 por 66 cm.
A escultura esta guardada na Galleria degli Uffizi em Florença, na Itália, como parte da Coleção Contini Bonacossi.
Financiamento
[editar | editar código-fonte]Há dúvidas sobre o financiamento da escultura. Filippo Baldinucci escreveu que o comprador teria sido Leone Strozzi, um nobre florentino que morava em Roma.[1] O filho de Bernini, Domenico, autor de uma biografia sobre seu pai, sugere que o artista confeccionou a obra não pela sua devoção ao santo, mas sim para vendê-la.[3] Bernini teria sido motivado pelo Cardeal Maffeo Barberini, devido ao crescente interesse pós-tridentino nos primeiros mártires cristãos.[2]
Acredita-se que Strozzi conheceu a escultura enquanto estava na Basílica de Santo André do Vale, juntamente com o Cardeal Barberini. Nesta basílica, havia uma tumba dedicada ao Cardeal Lorenzo Strozzi (que morreu em Avignon em 1571) e tinha o mesmo nome do santo. Strozzi, então, adquiriu a obra na Vila de Viminale e a incluiu no inventário da família Strozzi em 1632 sob a descrição de "São Lourenço sobre uma grelha moderna".[4]
Criação
[editar | editar código-fonte]A escultura foi confeccionada a partir de um único bloco de mármore de Carrara. Uma restauração realizada em 1997 revelou que Bernini utilizou variadas ferramentas para criar texturas diferenciadas na superfície da obra. A parte de trás da grelha não foi polida e finalizada da mesma forma que a parte frontal, o que indica que a escultura deveria ser vista exclusivamente pela frente. Um pedestal esculpido, feito de madeira e pintado com tinta dourada, foi projetado como um suporte para a escultura.[2] Embora possa ter sido confeccionado por Bernini, seu design sugere que foi encomendado pela família Strozzi em uma data posterior.[5]
Histórico recente
[editar | editar código-fonte]No início do século XIX, a escultura foi movida para uma mansão dos Strozzi em Roma. Em 1830, foi transferida para o Palácio Strozzi, em Florença. Já em 1935, tornou-se parte da coleção Contini-Bonacossi, antes de ser adquirida pelo Governo Italiano em 1969. Foi exibida no Palácio Pitti a partir de 1974 e transferida para a Galleria degli Uffizi em dezembro de 1998.[2]
Referências
- ↑ a b Baldinucci, Filippo (1966). Vita Del Cavaliere Gio. Lorenzo Bernino. [S.l.]: Nabu Press. p. 12. ISBN 978-1-148-63920-8
- ↑ a b c d Coliva, Caterina (2002). Bernini scultore: La tecnica esecutiva. [S.l.]: De Luca Editori d'Arte. ISBN 978-88-8016-506-4
- ↑ Bernini, Domenico (2011). The Life of Giano Lorenzo Bernini. University Park: Penn State University Press. p. 15. ISBN 978-0-271-03748-6
- ↑ Lavin, Irving (2007). Visible Spirit: The Art of Gian Lorenzo Bernini, Volume 1. [S.l.]: Pindar Press. p. 69. ISBN 978-1-899828-39-5
- ↑ Bernardini, Maria Grazia; Maurizio Fagiolo dell'Arco, eds. (1999). Gian Lorenzo Bernini: Regista del barocco. [S.l.]: Skira. p. 186. ISBN 978-88-8118-484-2