Memorial do Rio Grande do Sul – Wikipédia, a enciclopédia livre

Memorial do Rio Grande do Sul
Memorial do Rio Grande do Sul
Fachada principal do Memorial em frente à Praça da Alfândega.
Nomes alternativos Antigo Prédio dos Correios e Telégrafos
Prédio Velho do Correio
Tipo Centro cultural público
Estilo dominante Eclético
Arquiteto(a) Theo Wiederspahn
Início da construção 30 de setembro de 1910
Fim da construção 31 de dezembro de 1913
Página oficial www.memorial.rs.gov.br
Geografia
País Brasil
Localização Rua Sete de Setembro, n.° 1020, Centro Histórico
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Coordenadas 30° 01′ 45″ S, 51° 13′ 49″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Memorial do Rio Grande do Sul é um centro cultural de Porto Alegre, instalado em um prédio histórico situado na Praça da Alfândega, no Centro Histórico da cidade.[1] É um prédio inventariado pela Prefeitura[2] e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.[3]

A instituição

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O Memorial surgiu como fruto de um projeto que buscava privilegiar a cultura e a memória gaúchas. A ideia concretizou-se em setembro de 1996, através de um convênio entre o governo federal e o governo estadual. Pelo acordo de cedência do prédio, antigamente a agência central dos Correios e Telégrafos de Porto Alegre, foi acertada a criação também de um Museu Postal e uma Agência Filatélica, a fim de preservar o vínculo com as suas funções originais.

Desse modo foi organizado um grande centro de informação e divulgação da história do estado, disponibilizando ao público uma rica coleção de objetos, mapas, gravuras, fotos, livros e depoimentos importantes sobre os fatos mais marcantes ocorridos no Rio Grande do Sul. Para apresentação deste material foi imaginada uma moderna museografia que facilitasse sua integração com o público e, com isso, seu pronto entendimento.

  • Linha do Tempo, uma exposição de caráter permanente, instalada no saguão do prédio, indicando os principais eventos que modelaram a história e a identidade do povo gaúcho. É uma exposição interativa que abrange 52 módulos e 36 painéis temáticos com textos, ilustrações e mapas.
  • Colunas Personagens, uma adaptação das grandes colunas do saguão para receberem reproduções de documentos, fotografias, desenhos e biografias que contextualizam historicamente a vida de personagens importantes para a memória estadual.
  • Salas do Tesouro, adaptadas com climatização e outros equipamentos especiais, apresentam em exposições temporárias documentos e manuscritos raros provenientes da coleção de mais de 12 mil itens do Arquivo Histórico do RS.
  • Salas de Vídeo, localizadas nos quatro cantos do primeiro andar, oferecem uma programação temática sobre meio ambiente, imigração, guerras e revoluções, cultura e tradição, complementando e contextualizando as informações da Linha do Tempo.
  • Auditório Oswaldo Goidanich, destinado a eventos diversos como seminários, palestras, conferências, simpósios, lançamentos de livros, filmes e workshops.
  • Sala Verde dos Correios, administrada por uma parceria entre os Correios e o Ministério do Meio Ambiente, apresentando material de pesquisa, publicações e a atividade de outras instituições voltadas à preservação e conscientização ambiental.
  • Museu Postal, onde se preservam relíquias como caixas postais antigas, objetos de escritório e mobiliário usado no antigo Correios e Telégrafos.

Com o apoio da Associação Nacional de Divulgação da História Política e da Cultura do RS, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul e do Banrisul, além de suas exposições permanentes o Memorial desenvolve diversos projetos que visam aproximar a instituição de todos os interessados pela cultura gaúcha. Os principais deles são:

  • Visitas guiadas, facilitando o contato do público com o material exposto.
  • Cadernos de história do memorial, uma coleção escrita pelo professor Voltaire Schilling, em parceria com diversos intelectuais, tratando de temas locais e mundiais. Já foram lançados mais de 30 títulos, com uma tiragem superior a 50 mil volumes, distribuídos gratuitamente na sede ou disponibilizados para download no website do Memorial.
  • Seminários e debates, promovendo encontros mensais sobre assuntos referentes à história afro-brasileira e afro-gaúcha.
  • Vídeo memória, com exibição diária de filmes sobre a cultura local.
  • Memorial vai às praias, organizando exposições em cidades do litoral gaúcho, em parceria com prefeituras ou instituições privadas.
  • Exposições itinerantes, agendadas mediante parcerias estabelecidas com prefeituras ou instituições do Brasil inteiro interessadas em conhecer mais sobre a história do estado.

Histórico do prédio

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A Praça da Alfândega em 1919, com os Correios à direita

O antigo prédio dos Correios e Telégrafos, ou Prédio Velho do Correio, é um dos mais belos e importantes edifícios históricos de Porto Alegre. A sua construção foi iniciada em 30 de setembro de 1910 e concluída em 31 de dezembro de 1913, com engenharia de Rudolph Ahrons e arquitetura de Theodor Wiederspahn. A decoração ficou a cargo da oficina de João Vicente Friedrichs, com participação de Jesús Maria Corona, Franz Radermacher, Wenzel Folberger e Victorio Livi. A empresa de Ahrons foi escolhida por sua reconhecida competência, mas também como forma de aproximação do governo Positivista com a comunidade alemã do estado.

O edifício segue um estilo eclético, com forte influência do barroco alemão, e tem uma fachada movimentada com um pórtico em projeção, uma grande torre de relógio à esquerda, e cúpulas de metal nos cantos, além de profusa ornamentação em motivos florais e abstratos, e algumas esculturas, onde se destaca o grupo de Atlas acima do frontão, ladeado por imagens representando a Europa e a América. Outros grupos complementam a ornamentação da fachada.

Tombado em 1980, o imóvel de 3.600m² de área passou, a partir de 1998, por um processo de restauração completa, objetivando recuperar suas características originais e adequá-lo para a instalação do Memorial do Rio Grande do Sul. Os 3.500m² de fachadas receberam tratamento especial, e internamente recebeu climatização nas áreas destinadas ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e às Salas do Tesouro. Os pátios internos receberam clarabóias e elevadores para permitir uma maior integração com as outras áreas, e o terraço foi liberado de acréscimos espúrios posteriores.

Referências

  1. Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul. «Memorial do Rio Grande do Sul». Consultado em 29 de junho de 2020. Cópia arquivada em 29 de junho de 2020 
  2. "Lei nº 4317 de 16 de setembro de 1977". Prefeitura de Porto Alegre
  3. Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Porto Alegre (RS). IPHAN

Ligações externas

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