Rhinoclemmys punctularia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Rhinoclemmys punctularia | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Reptilia |
Ordem: | Testudines |
Subordem: | Cryptodira |
Superfamília: | Testudinoidea |
Família: | Geoemydidae |
Gênero: | Rhinoclemmys |
Espécies: | R. punctularia |
Nome binomial | |
Rhinoclemmys punctularia | |
Subespécies | |
Sinónimos[3] | |
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Rhinoclemmys punctularia é uma espécie de tartaruga de água doce sul-americana.[4]
Etimologia, Taxonomia e Sistemática
[editar | editar código-fonte]A palavra aperema vem do tupi-guarani aperéma, que significa "casca fedida"[5]. Seu gênero científico (Rhinoclemmys) vêm das palavras gregas rhino (nariz) e klemmys (tartaruga), fazendo alusão ao focinho protuberante da espécie. Também é chamada de morrocoy negro (Venezuela), perema e jaboti-aperema (Brasil)[6].
A família Geoemydidae era originalmente colocada como parte da família Emydidae, sendo a subfamília Batagurinae, como era conhecida no Velho Mundo. Na década de 1980, os geoemydídeos alcançaram o status de família. Atualmente, dados moleculares e fósseis evidenciam uma forte relação com a família Testudinidae, dos jabutis[7].
O gênero Rhinoclemmys compreende 13 espécies e subespécies. A espécie R. punctularia foi descrita inicialmente por François Marie Daudin, um biólogo herpetólogo francês, em 1801. Suas subespécies, R. punctularia punctularia e R. punctularia flammigera, foram descritas mais recentemente, com estudos publicados no final do século XX e durante o século XXI[6].
Distribuição Geográfica e Conservação
[editar | editar código-fonte]Espécie endêmica do Escudo das Guianas ou Planalto das Guianas, cuja distribuição da subespécie Rhinoclemmys punctularia punctularia abrange o leste da Venezuela e os estados do Amapá, Roraima e Amazonas, incluindo algumas regiões ao sul do rio Amazonas no Pará. Também é encontrada em Trindade, onde é extremamente rara e parece ter sido introduzida. A população existente no estado do Amazonas na Venezuela (Rhinoclemmys punctularia flammigera) se encontra isolada e deve ser elevada a espécie[6].
Rhinoclemmys punctularia é considerada como menos preocupante (LC) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e não está inclusa nos Apêndices da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES)[6]. No Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção de 2018, Perema é considerada como Menos Preocupante (LC)[8]. A espécie faz parte do comércio internacional de animais de estimação e também, citada por alguns autores, é muito consumida por indígenas e colonos. No momento atual, a espécie vem sendo impactada pelo desmatamento e perda de habitat[6].
Biologia e História Natural
[editar | editar código-fonte]Descrição da espécie
[editar | editar código-fonte]É uma tartaruga semi-aquática de aproximadamente 26 cm. Possui carapaça bem curvada e de coloração marrom escura a preta. Por ser semi-aquática, suas patas terminam em dedos interligados por membranas. Seus membros possuem uma coloração amarelo-alaranjado com pontos pretos espalhados. Sua cabeça é pequena e alongada, assim como a carapaça, é marrom escura a preta. Porém, apresenta alguns detalhes marmorizados em amarelo, laranja e laranja-avermelhado. Há um par de linhas laranjas que passa pelo pescoço até uma região onde a coloração se torna amarela. Também possui outro par de linhas laranja-avermelhadas que passa da base da cabeça até o pescoço, característica exclusiva dessa espécie. O dorso do pescoço é cinza e sua parte inferior é amarelo claro[7].
Dimorfismo sexual
[editar | editar código-fonte]Os machos são menores do que as fêmeas, possuem um plastrão mais côncavo e comprido e uma calda mais espessa[7].
Habitat
[editar | editar código-fonte]Pântanos inundados, igarapés, brejos e fossas ao longo de rodovias[7].
Hábitos alimentares
[editar | editar código-fonte]Come principalmente frutas de palmeira Moriche (Mauritia), conhecida popularmente como Buriti. Porém em cativeiro, também se alimentam de minhocas, carne vermelha, peixes, vegetais e algas marinhas[7].
Reprodução e ciclo de vida
[editar | editar código-fonte]São ovíparas e seus ovos são grandes, alongados e com casca de 67x38mm. Eles são deixados em fendas de raízes e cobertos com serapilheira. A reprodução ocorre o ano todo e geralmente a tendência é nascer mais fêmeas do que machos[7].
Aspectos Culturais
[editar | editar código-fonte]Há registros que evidenciam o comércio da Rhinoclemmys punctularia como animal de estimação, o que tem se tornado uma prática muito comum para os quelônios e os demais répteis em alguns locais do país e do mundo[9].
Por outro lado, há poucas informações e evidências sobre seu uso para consumo humano. Alguns autores afirmam intensa utilização desta espécie por indígenas e populações tradicionais, enquanto outros relatam apenas o consumo esporádico e restrito[9]. Em alguns materiais foram encontradas afirmações desse consumo principalmente nos estados do Amazonas e Roraima[10].
Considerando o rápido crescimento de impactos induzidos pelo homem na região amazônica, a espécie também vem sendo afetada pelo desmatamento e perda de seu habitat natural[9]. Sabendo disso, julga-se ainda mais importante obter mais informações sobre a estrutura populacional e ecologia desta espécie para compreender o quanto a intensidade de seu “uso” e os impactos dessas atividades causam nas suas populações, especialmente nas áreas mais degradadas do sudeste da Amazônia[10].
Referências
- ↑ a b Rhodin et al. Roger, p. 000.115
- ↑ Fritz & Havaš 2007, pp. 242
- ↑ Fritz, Uwe; Peter Havaš (2007). «Checklist of Chelonians of the World» (PDF). Vertebrate Zoology. 57 (2): 245–246. ISSN 1864-5755. Consultado em 29 de maio de 2012. Arquivado do original (PDF) em 1 de maio de 2011
- ↑ «Rhinoclemmys punctularia». INaturalist (em inglês). Consultado em 18 de dezembro de 2019
- ↑ Michaelis Online, 2023.
- ↑ a b c d e Rueda-Almonacid et al 2007, p. 267-269. Las tortugas y los cocodrilianos de los países andinos del trópico (PDF). Serie de guías tropicales de campo Nº 6. Conservación Internacional. Editorial Panamericana, Formas e Impresos. Bogotá, Colombia.
- ↑ a b c d e f Vogt, Richard C.Tartarugas da Amazônia. Lima, Peru: Wust Ediciones, 2008, p. 84-87.
- ↑ ICMBio/MMA 2018, p. 170. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção de 2018
- ↑ a b c Ferrara; et al. 2017.
- ↑ a b Brito; et al. 2022. Vol. 52, p. 307-314.