O Pátio das Cantigas – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o filme de 2015, veja O Pátio das Cantigas (2015).
O Pátio das Cantigas
O Pátio das Cantigas (PRT/BRA)
O Pátio das Cantigas
Portugal Portugal
1942 •  p/b •  105 min 
Género comédia
Direção Francisco Ribeiro
Produção António Lopes Ribeiro
Roteiro Vasco Santana
Elenco António Silva
António Vilar
Armando Chagas
Barroso Lopes
Carlos Alves
Carlos Otero
Eliezer Kamenesky
Francisco de Castro
Francisco Ribeiro
Graça Maria
Laura Alves
Maria da Graça
Maria das Neves
Vasco Santana
João Silva
Companhia(s) produtora(s) Tobis Portuguesa
Idioma português

O Pátio das Cantigas é um filme português de 1942, realizado por Francisco Ribeiro que tem lugar num típico bairro lisboeta por ocasião das festas dos Santos Populares, através de um fabuloso jogo de equívocos e duplos sentidos numa comédia inesquecível, com Vasco Santana, António Silva e Ribeirinho.[1][2]

Com estreia a 30 de Julho de 2015, o realizador Leonel Vieira fez um remake do filme, protagonizado por Miguel Guilherme, César Mourão, Dânia Neto e Sara Matos.

Num típico pátio lisboeta, por altura das festas dos Santos Populares, um punhado de gente simples vive o seu quotidiano, os seus sonhos, desilusões, paixões, ciúmes e alegrias numa atmosfera quase encantada. Alfredo é um bom rapaz cujo irmão Carlos, um estouvado, namora a frívola Amália. A irmã desta, Suzana, ama por sua vez Alfredo. Narciso, o pai de Rufino e seu sócio na leitaria do bairro, é um bêbado crónico e um virtuoso da guitarra. Rosa, uma bem disposta viúva que vende flores, é por sua vez cortejada por Narciso e pelo intratável e arrogante Evaristo, o merceeiro, pai da invejosa e mimada Celeste. A rivalidade entre Narciso e Evaristo vai ao rubro numa noite de bailarico no pátio que termina numa autêntica batalha campal. Por fim tudo se compõe entre os vários pares amorosos e no pátio a vida segue serenamente.

Crítica cinematográfica e Curiosidades

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  • O Pátio das Cantigas de 1941, é uma das mais célebres e amadas comédias populares do cinema português. Considerado por tudo e todos como uma das obras-primas do cinema português, este filme teve um sucesso sem limites, tanto no cinema, como na televisão e no mercado de DVD's e VHS's, cujo sucesso se prolongou até aos dias de hoje.
  • Convergência de grandes talentos da época, o filme de Ribeirinho, produzido pelo seu irmão António Lopes Ribeiro e pelos dois escrito de parceria com Vasco Santana, assenta acima de tudo num primoroso jogo de diálogos, com duplos sentidos e um irresistível sabor revisteiro, bem como num lote admirável de grandes comediantes.
  • Ribeirinho, A. Lopes Ribeiro e Vasco Santana captaram e registaram com humor e sensibilidade toda a atmosfera lisboeta, bairrista e popular por ocasião das festas dos Santos Populares, a partir de um punhado exemplar de personagens tipificadas, envolvidas nas suas querelas, confrontos e desejos pessoais.
  • O único filme português que conseguiu coligar a propaganda política com o humor e o faro revisteiro do filme, que fez com que essa mesma propaganda fosse totalmente ignorada pelos seus admiradores até aos dias de hoje. Tudo isto, servido por uma realização discreta e eficaz num filme que conta com gags memoráveis, como o de Vasco Santana regressando a casa bêbado e tentando obter lume de um candeeiro da via pública, que lhe vai servir de "guia" até chegar à cama.[3]
  • Mas o que há de mais notável em O Pátio das Cantigas é, sem dúvida, o espantoso jogo da representação, do mau génio e arrogância de António Silva às atribulações do tímido Ribeirinho, passando pelas calinadas, verbais e melódicas («Ó Evaristo, tens cá disto?», ficou célebre), de Laura Alves e, acima de tudo, pela alegria ébria e pela insolência provocadora de Vasco Santana, que teve um dos seus melhores desempenhos neste filme.
  • As gravações do filme, ao contrário do que muitos julgavam, decorreram na cidade de Coimbra.
  • Por acaso, a fadista Amália Rodrigues foi convidada pelo produtor e realizador para entrar no filme, mas António Vilar impediu que tal acontecesse, por causa de achar a cara dela nada fotogénica, e demasiado feia. Isso valeu a António Vilar o título de "vedetista", e o mesmo passou a ser odiado por todos os artistas do cinema nacional.
  • O papel de Maria da Graça originou confusões, pois todos pensavam que ela era mesmo brasileira, quando ela era portuguesa de Lourenço Marques, e não conhecia o Brasil. Na época, Maria da Graça era uma das mais populares cançonetistas da Emissora Nacional. Mais tarde, em 1944, é que Maria da Graça foi para o Brasil, cantar na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Referências

  1. «O Pátio das Cantigas». SAPO Mag. Altice Portugal. Consultado em 27 de Setembro de 2015 
  2. «O Pátio das Cantigas». Cinecartaz. Público. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  3. «Uma Época de Ouro: 1930-1945 – Parte I». Consultado em 26 de março de 2023 

Ligações externas

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