Objeto – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Objeto (desambiguação).

Objeto (AO 1945: Objecto) (latim: obiectum, significa atirado adiante) é, segundo a etimologia da palavra, o que é posto diante. O correspondente alemão, Gegenstand, apresenta a mesma significação: "o que está diante, em frente". Desta forma, a terminologia filosófica rigorosa percebe "uma relação com alguém, em face de quem o objeto se encontra" e não "como simples sinônimo de coisa".[1]

Em sentido lato, objeto é o "fim do ato", da faculdade ou atitude psíquica - seja atitude duradoura, seja ato por hábito, seja da ciência. É assim, explica De Vries, que se torna objeto o que recebe o sabor do fato, sendo conhecido.[1]

A filosofia escolástica distingue objeto material e formal.[1]

  • O objeto material seria um ente material palpável ao qual se dirige o sujeito. Ou, o que existe em si mesmo com todas as suas notas (que são as propriedades cognoscíveis e que se manifestam).[2]
  • O objeto formal seria o aspecto comum de uma faculdade, ciência ou virtude que seja apreendido explicita ou implicitamente, um aspecto especial (formal), em um todo considerado.

Sentido restrito

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No sentido restrito é qualquer coisa conhecida ou querida, mas unicamente aquilo que está diante do sujeito com independência deste e ao qual este deve se amoldar.[3]

Em outro sentido, não objetivo seria o que pertence ao eu, seja na condição de sujeito[4] e de pessoa. O não objetivo, por intermédio "unicamente da realização de seus atos", "co-relacionados em seus atos intencionais", e tendo como instrumento a percepção, direcionam-se restritivamente ao ente material.[3]

Um outro conceito restrito seria um puro e desinteressado afã de conhecer.[3] O que não deve ser confundido, com isso, o objeto do conteúdo. Objeto transcende o pensamento, é o produto do pensamento, entendido. Assim, dado nem sempre coincide com objeto.[3]

Levando em consideração que ente de razão, é existente somente como conteúdo do pensamento, nunca independente do pensamento.[5] Nesse contexto, objeto pode ser também definido como ente de razão, somente recebendo o nome de ente, no sentido impróprio, e no mesmo contexto, se for concebido de um modo específico.

Referências

  1. a b c De Vries, Josef. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Herder, 1969, p. 299-300
  2. Santos, Mário Ferreira dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. [S.l.: s.n.] p. 1067 
  3. a b c d Josef de Vries, Dicionário de Filosofia, editora Herder, SP, 1969, p. 300
  4. G. Mayos, O PROBLEMA SUJEITO-OBJETO EM DESCARTES, PERSPECTIVA DA MODERNIDADE Arquivado em 21 de julho de 2011, no Wayback Machine., traduzido por Mariá Brochado e Natália Freitas Miranda.
  5. De Vries, Josef. Dicionário de Filosofia. São Paulo Herder: 1969, pág 150