Ocupação de Esmirna – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ocupação de Esmirna
Guerra Greco-Turca de 1919–1922

Guerra de Independência da Turquia


Soldados gregos assumindo suas posições
Data 21 de maio de 1919 - 9 de setembro de 1922
Local atual província de Esmirna
Casus belli Partição do Império Otomano
Desfecho Troca de populações; dissolução do Acordo de Saint-Jean-de-Maurienne
Mudanças territoriais Criação da Zona de Esmirna, uma dependência de Grécia em 30 de julho de 1922, que após a derrota militar em 9 de setembro de 1922 é devolvida à República da Turquia
Beligerantes
 Reino da Grécia Império Otomano Império Otomano
Nacionalistas turcos Nacionalistas turcos
Comandantes
Alto-comissário Aristeidis Stergiadis Mustafa Kemal[♦]
[♦] ^ Comandante durante a devolução

A ocupação de Esmirna, importante cidade no Império Otomano (atualmente na Turquia), foi realizada na sequência do fim da Primeira Guerra Mundial por tropas gregas sob o comando do alto-comissário Aristeidis Stergiadis, de acordo com o determinado pelo Armistício de Mudros, o qual determinou a partição do Império Otomano entre as tropas aliadas. O armísticio previa a criação da Zona de Esmirna (em grego: Ζώνη Σμύρνης; romaniz.: Zóni Smýrnis) para proteger a população etnicamente grega que vivia na cidade e nos seus arredores. A ocupação durou de 21 de maio de 1919 a 9 de setembro de 1922.

A ocupação foi considerada por muitos como um dos catalisadores do Movimento Nacional Turco;[1] o processo foi muito controverso, já que a principal intenção dos Aliados era contrabalançar a expansão italiana na Anatólia, antes do desembarque italiano na costa sul.[2] A expansão grega na província era consistente com a Megáli Idea ("Grande Ideia") e aos poucos estabeleceu-se localmente um movimento nacionalista turco, que acabaria por evoluir para a criação da Grande Assembleia Nacional, alinhada com a Itália.[3]

A ocupação grega de Esmirna foi um evento que teve um significado muito maior que apenas a sua importância militar. As concessões territoriais ocorridas durante este período com os cristãos gregos da Turquia foi apontada como a principal motivação para a inclusão no Tratado de Lausanne da cláusula que regulamentava a troca de populações entre os dois países, visando criar estados etnicamente homogêneos.

Notas

  1. Discurso de Mustafa Kemal em Ancara, em novembro de 1919, de "Soylev ve demecler"
  2. O repúdio italiano e anglo-francês ao Acordo de Saint-Jean-de-Maurienne, de 26 de abril de 1917, significou na prática que os interesses da Itália foram anulados pela ocupação grega, já que Esmirna fazia parte de um território prometido anteriormente à Itália; antes da ocupação, a delegação italiana enviada à [[Conferência de Paz de Paris (1919)|]] de 1919, furiosa com a possibilidade de ocupação grega da Anatólia ocidental, abandonou a conferência, só retornando no dia 5 de maio. Esta ausência temporária da delegação italiana acabou facilitando os esforços que visavam persuadir a França e os Estados Unidos a favorecer a Grécia e prevenir operações italianas na região.
  3. Os acordos entre a Itália e os revolucionários turcos.


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