Parábola da Dracma Perdida – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Parábola da Dracma Perdida (ou Parábola da Moeda Perdida) é uma das mais conhecidas parábolas de Jesus, apesar de aparecer em apenas um dos evangelhos canônicos. De acordo com Lucas 15:8–10, uma mulher procura uma moeda perdida. Esta parábola é parte de uma trilogia sobre a redenção que Jesus conta depois que os fariseus e os líderes religiosos o acusam de receber e compartilhar suas refeições com "pecadores".[1] As outras duas são a Parábola da Ovelha Perdida e a parábola do Filho Pródigo.
Narrativa bíblica
[editar | editar código-fonte]“ | «Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.» (Lucas 15:8–10) | ” |
Interpretação
[editar | editar código-fonte]Joel B. Green observa que a mulher descrita é uma camponesa pobre e as dez moedas de prata, correspondentes a dez dias de salário, "provavelmente representam a poupança da família".[2] As moedas também podem ter sido o dote da mulher, vestidas como um ornamento.[3][4] Ambas as teorias podem ser verdade, pois explicam a urgência da busca da mulher e a extensão da sua alegria quando a moeda que falta é encontrada.
Como a Parábola das Dez Virgens, esta é uma parábola sobre mulheres que se segue imediatamente após - e chega à mesma conclusão que - uma parábola anterior sobre homens.[5] No original em grego, as "amigas e vizinhas" são também do sexo feminino.[6]
Green sugere ainda que o convite para as "amigas e vizinhas" pode refletir uma refeição de celebração, que lembra as refeições que Jesus compartilhava com os "pecadores".[2] A atividade diligente da mulher na busca pode simbolizar a atividade de Jesus próprio ou de Deus Pai.[3] A alegria dos anjos entende-se como a alegria junto com Deus.[4]
A Edição Pastoral da Bíblia comenta essa mensagem por meio de uma nota de rodapé em Lucas 15:8–10,[7] que diz que:
“ | A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor. | ” |
A Tradução Ecumênica da Bíblia denomina essa parábola como "Parábola da moeda reencontrada" e a comenta por meio de notas de rodapé que explicam que:
- o termo 'dracma' designa uma moeda grega que equivale ao denário romano, que era equivalente a um dia de salário de um trabalhador agrícola, e que quando se considera que aquela mulher tinha somente dez moedas, tratava-se de uma perda significativa;
- a alegria "diante dos anjos de Deus" é a alegria do próprio Deus.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Richard N. Longenecker, The Challenge of Jesus' Parables, Eerdmans, 2000, ISBN 0802846386, p. 201.
- ↑ a b Joel B. Green, The Gospel of Luke, Eerdmans, 1997, ISBN 0802823157, p. 576.
- ↑ a b Ben Witherington, Women in the Ministry of Jesus: A study of Jesus' attitudes to women and their roles as reflected in his earthly life, Cambridge University Press, 1987, ISBN 0521347815, p. 39.
- ↑ a b I. Howard Marshall, The Gospel of Luke: A commentary on the Greek text, Eerdmans, 1978, ISBN 0802835120, p. 603.
- ↑ A Parábola das Dez Virgens segue a Parábola do Servo Fiel e esta segue a Parábola da Ovelha Perdida.
- ↑ Mary Ann Beavis, The Lost Coin: Parables of women, work, and wisdom, Continuum, 2002, ISBN 1841273139, p. 36.
- ↑ Capítulo 15 do EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS, acesso em 11 de NOVEMBRO de 2014.