Phacoides pectinatus – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Phacoides pectinatus
Quatro valvas de dois indivíduos da espécie P. pectinatus; espécimes pertencentes à coleção do Museu Nacional de História Natural de Paris, França, coletados em Guadalupe, Pequenas Antilhas.
Quatro valvas de dois indivíduos da espécie P. pectinatus; espécimes pertencentes à coleção do Museu Nacional de História Natural de Paris, França, coletados em Guadalupe, Pequenas Antilhas.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Superordem: Imparidentia
Ordem: Lucinida
Superfamília: Lucinoidea
Família: Lucinidae
Subfamília: Lucininae[8]
Género: Phacoides
Agassiz, 1846[8]
Espécie: P. pectinatus
Nome binomial
Phacoides pectinatus
(Gmelin, 1791)[8]
Sinónimos
Tellina pectinata Gmelin, 1791
Lucina pectinata (Gmelin, 1791)
Lucina jamaicensis Lamarck, 1801
Tellina scabra Holten, 1802
Lucina bicornis Reeve, 1850
Lucina funiculata Reeve, 1850
Phacoides pectinata (sic)
(WoRMS)[8][9]

Phacoides pectinatus (nomeado, em inglês, thick American Lucina[10]; em português, no Brasil, amêijoa[2][4][5][6], lambreta[1][2][3], e derivado da língua indígena tupi, sernambi, sarnambi[1][11][12] – Eurico Santos também dando este último nome para os sambaquis[7] – ou cernambi[13]Nome este também dado a outros moluscos e especialmente para Anomalocardia flexuosa, segundo o Dicionário Aurélio[14][15] – ; por vezes, no passado, cientificamente denominado Lucina pectinata)[3][10][16][17] é um molusco Bivalvia, marinho e litorâneo, da família Lucinidae e considerado a única espécie do gênero Phacoides (táxon monotípico)[18]; classificada por Johann Friedrich Gmelin e denominada Tellina pectinata, em 1791, na obra Caroli a Linnaei Systema Naturae per Regna Tria Naturae, Ed. 13. Tome 1(6). Leipzig.[8] Habita as costas do oeste do Atlântico, da Carolina do Norte até Flórida, nos Estados Unidos, ao golfo do México e mar do Caribe, incluindo Antilhas, costa leste da Colômbia e Venezuela, indo até a região sul do Brasil, em Santa Catarina[3][10][19][20], enterrando-se nos bentos de substrato arenoso-lamoso de águas rasas das regiões estuarinas com fraca maresia, incluindo mangues, até os 10 metros de profundidade[2][3][10][11]; podendo ser encontrado em sambaquis, do Espírito Santo até Torres, no Rio Grande do Sul, e sendo usado para a alimentação humana.[16]; enterrando-se numa profundidade de aproximadamente 15 centímetros e aparecendo em menor quantidade no período chuvoso. A sua distribuição costeira e estuarina facilita a sua exploração comercial, feita através do intenso extrativismo, geralmente quando a maré encontra-se na baixa-mar[21]; chegando a ter certa importância como bem de consumo na região nordeste do Brasil.[2]

Descrição da concha

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Phacoides pectinatus possui concha opaca e suborbicular (que tem forma quase circular), de valvas semelhantes, pouco infladas e moderadamente delgadas, com escultura de finas e visíveis linhas de crescimento; com perióstraco deiscente, castanho claro a escuro, cobrindo valvas de coloração amarelada a alaranjada, principalmente em sua área interna e marginal, até creme ou brancas; dotada de borda arredondada, mais reta em suas extremidades laterais; com umbos pequenos; podendo atingir tamanhos de aproximadamente 9 centímetros de comprimento, quando bem desenvolvida.[2][3][16][17][20]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 1716. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  2. a b c d e f g BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 56-57. 182 páginas 
  3. a b c d e f g RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 252. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  4. a b FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 103. 1838 páginas 
  5. a b IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 83. 790 páginas 
  6. a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.185.).
  7. a b SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 43. 144 páginas 
  8. a b c d e «Phacoides pectinatus (Gmelin, 1791)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  9. «Phacoides pectinatus (Gmelin, 1791) image» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  10. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 320. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  11. a b Mendes Filho, N.E.; Cardoso, D.T.; Silva, M.M.R.; Teles, A.M.; Mouchrek, A.N. (2019). «Resistência antimicrobiana de bactérias isoladas de amostras de sarnambi (Phacoides pectinatus) frente a antibióticos». 59º Congresso Brasileiro de Química (ABQ - Associação Brasileira de Química). 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021. O sarnambi é um molusco provido de duas conchas ovais semelhantes (bivalve), de cor branca e opaca, medindo cerca de 9 cm de comprimento que se enterra no substrato lamoso ou arenoso na região de águas com fraca maresia (MUSEU NACIONAL, 2019). Os moluscos bivalves são organismos filtradores, possuindo, portanto a capacidade de absorver toxinas, poluentes químicos e biológicos, inclusive metais pesados e micro-organismos presentes na água, o que pode comprometer a qualidade microbiológica e nutricional de suas carnes (SANDE et al., 2010). 
  12. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.2555.).
  13. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001; página 679); cernambi; s.m. - substantivo masculino - MALAC - malacologia - B - regionalismo - f. a evitar - forma a evitar -, por SERNAMBI.
  14. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (Op. cit., p.384.).
  15. «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  16. a b c SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 91. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  17. a b ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 10. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 24 de abril de 2021 
  18. «Phacoides Agassiz, 1846» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  19. «Phacoides pectinatus (Gmelin, 1791) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  20. a b «Lucina pectinata (Gmelin, 1791)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 24 de abril de 2021 
  21. Salles, Priscila Brasil Dias; Macedo, Yury Bertolo; Figueiredo, Elaine Lopes (2017). «Caracterização físico-química e microbiológica da carne do molusco Bivalve Sarnambi (Phacoides pectinitus) coletado nas praias em Algodoal e Salinópolis, no Pará». Ponta Grossa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Revista Brasileira de Tecnologia agroindustrial. 11 (1): 2245-2261. ISSN 1981-3686. Consultado em 24 de abril de 2021