Potassa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Potássio policristalino, tendo como referência uma moeda de um centavo americano (A moeda é 19 milímetros de diâmetro e cor de cobre)

O termo Potassa refere-se a diversos sais minerais extraídos da natureza ou produzidos artificialmente que contenham potássio em sua composição, em forma solúvel em água.[1] A palavra "potassa" deu origem ao termo "potássio".[2]

Antes da era industrial, a potassa costumava ser fabricada misturando-se água e cinzas de lenha numa panela ou caldeirão.[2] Hoje em dia, praticamente toda a potassa utilizada é extraída de reservas minerais naturais ou produzida industrialmente através de reações químicas em larga escala.

Atualmente, a produção mundial de potassa excede noventa milhões de toneladas ao ano (o equivalente a quarenta milhões de toneladas de óxido de potássio), cuja maior parte é utilizada como fertilizante agrícola, que constitui a maior destinação do uso industrial de potássio no mundo.

A descoberta do elemento potássio, ocorrida em 1807, realizou-se através da eletrólise da potassa cáustica (hidróxido de potássio).

O termo "potassa" refere-se a compostos de potássio e a materiais que o contêm, dos quais o mais comum é o carbonato de potássio. A palavra "potassa" se originou do equivalente holandês "potaschen ", que significa "cinzas de panela".[3][4]

O antigo método de fabricação do carbonato de potássio ( K2CO3) realizava-se procedendo-se primeiramente à coleta ou à produção de cinzas de lenha, lixiviando-se as cinzas em seguida, e por fim, evaporando-se o material resultante em grandes panelas de ferro, restando então um resíduo branco, o qual era denominado, em holandês medieval, "pot aschen" (cinzas de panela). Aproximadamente um décimo do peso de cinzas comuns de lenha podem ser transformados em potassa.[5][6]

Mais tarde, o termo "potassa" passou a ser aplicado a sais de potássio de ocorrência natural, e ao produto comercial deles derivado,[7] embora mais provavelmente seus nomes tenham sido derivados do ânion do ácido que substitui o carbonato na molécula da substância, um uso comum, embora equivocado, de "potassa" em vez de "potássio".

A tabela a seguir arrola uma série de compostos de potássio que são considerados tradicionalmente como tipos de potassa:

Nome comum Nome químico (fórmula)
Fertilizante de potassa c.1942: carbonato de potássio (K2CO3);

c.1950: cloreto de potássio (KCl), sulfato de potássio (K2SO4) ou nitrato de potássio (KNO3).[8][9]

Não inclui óxido de potássio (K2O), que as plantas não absorvem.[10]

No entanto, a quantidade de potássio é frequentemente contada em equivalência a K2O (ou seja, quanto potássio haveria se estivesse na forma de K2O), para permitir a comparação entre diferentes fertilizantes usando diferentes tipos de potassa.

Potassa cáustica hidróxido de potássio (KOH)
Carbonato de potassa carbonato de potássio (K2CO3)
Clorato de potassa clorato de potássio (KClO3)
Muriato de potassa cloreto de potássio (KCl:NaCl = 95:5 ou superior)[1]
Nitrato de potassa ou salitre nitrato de potássio (KNO3)
Sulfato de potassa sulfato de potássio (K2SO4)
Permanganato de potassa permanganato de potássio (KMnO4)
Produção e Reservas de Potassa (equivalência em K2O) (2017, em milhões de toneladas)[11]
País Produção Reservas
Canadá 12,0 (28,57%) 1.000 (25,64%)
Rússia 7,2 (17,14%) 500 (12,82%)
Bielorrússia 6,4 (15,24%) 750 (19,23%)
China 6,2 (14,76%) 360 (9,23%)
Alemanha 2,9 (6,90%) 150 (3,85%)
Israel 2,2 (5,24%) 270 (6,92%)
Jordânia 1,3 (3,10%) 270 (6,92%)
Chile 1,2 (2,86%) 150 (3,85%)
Espanha 0,7 (1,67%) 44 (1,13%)
Estados Unidos 0,5 (1,19%) 210 (5,38%)
Reino Unido 0,5 (1,19%) 40 (1,03%)
Brasil 0,3 (0,71%) 24 (0,62%)
Outros países 0,5 (1,19%) 90 (2,31%)
Total mundial 42,0 (100,00%) 3.900 (100,00%)

Referências

  1. a b Potash, USGS 2008 Minerals Yearbook
  2. a b Davy, Humphry (1808). «On some new phenomena of chemical changes produced by electricity, in particular the decomposition of the fixed alkalies, and the exhibition of the new substances that constitute their bases; and on the general nature of alkaline bodies». Philosophical Transactions of the Royal Society of London. 98: 32. doi:10.1098/rstl.1808.0001Acessível livremente 
  3. van der Sijs i.a., Nicoline (2010). «POTAS (SCHEIKUNDIG ELEMENT)». Etymologiebank (em neerlandês). Consultado em 14 de agosto de 2016 
  4. «Verbete: potassa». Dicionário Caldas Aulete [Digital]. Consultado em 29 de abril de 2021 
  5. Stephen M. Jasinski. «Potash». USGS 
  6. «Potash». The Canadian Encyclopedia. 4 de março de 2015. Consultado em 31 de agosto de 2019 
  7. «The World Potash Industry: Past, Present and Future» (PDF). New Orleans, LA: 50th Anniversary Meeting The Fertilizer Industry Round Table. 2000 [ligação inativa]
  8. Dennis Kostick (setembro 2006). «Potash». 2005 Minerals Handbook. [S.l.]: United States Geological Survey 
  9. J. W. Turrentine (1934). «Composition of Potash Fertilizer Salts for Sale on the American Market». American Chemical Society. Industrial & Engineering Chemistry. 26: 1224–1225. doi:10.1021/ie50299a022 
  10. Joseph R. Heckman (17 de janeiro de 2002). «Potash Terminology and Facts» (PDF). Rutgers University. Plant & Pest Advisory. 7: 3  Reprinted from Agri-Briefs, from the Agronomists of the Potash & Phosphate Institute, Winter 2001–2002, No.7
  11. «Potash Mineral Commodity Summaries 2018» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 10 de janeiro de 2019 

Ligações externas

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