Prêmio Jabuti - Livro do Ano Ficção – Wikipédia, a enciclopédia livre

Prêmio Jabuti - Livro do Ano Ficção
Prêmio Jabuti - Livro do Ano Ficção
Local São Paulo
País  Brasil
Primeira cerimónia 1991
Última cerimónia 2017
Detentor atual CBL
Página oficial

Livro do Ano Ficção é uma das categorias do Prêmio Jabuti, tradicional prêmio brasileiro de literatura que é realizado desde 1959.[1]

A categoria "Livro do Ano Ficção" foi criada em 1991, mesmo ano em que o prêmio passou a ter uma curadoria específica para seu planejamento e execução. Seu objetivo principal foi conceder ao vencedor, além do troféu, uma quantia em dinheiro para um dos livros vencedores das então 13 categorias (no ano seguinte, todas as categorias passaram a receber premiação em dinheiro, sendo que o vencedor da categoria "Livro do Ano Ficção" era agraciado por um valor maior que as demais). A primeira vencedora foi Zulmira Ribeiro Tavares com o romance Joias de Família, tendo ganho o equivalente a US$ 3 mil. Em 1993, foi criada também a categoria "Livro do Ano Não Ficção".[2][3][4]

Diferente das categorias tradicionais do Prêmio Jabuti, que são escolhidas por três jurados cujos nomes ficam em sigilo até a cerimônia de premiação, o vencedor da categoria "Livro do Ano Ficção" é escolhido a partir de votação realizada entre os profissionais do mercado editorial, que escolhem um dos livros vencedores nas categorias ficcionais (em 2017 eram: "Adaptação", "Contos e Crônicas", "Histórias em Quadrinhos", "Infantil", "Juvenil", "Poesia" e "Romance").[5]

Em 2010, a escolha do livro Leite Derramado, de Chico Buarque, como Livro do Ano Ficção causou polêmica pois ele havia sido originalmente classificado em segundo lugar na categoria "Romance" (ainda assim era elegível porque, segundo o regulamento, os três primeiros colocados eram considerados como vencedores de cada categoria e, portanto, aptos para ser votados no Livro do Ano Ficção). A mesma situação já havia ocorrido com outro livro de Chico Buarque anteriormente, quando, em 2004, Budapeste ficou em terceiro lugar na categoria "Romance" e também ganhou como "Livro do Ano Ficção". Em 2008 isso também aconteceu com o livro O Menino que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, segundo colocado na categoria "Infantil".[6][7]

Os protestos após a edição de 2010, em especial a decisão do presidente do Grupo Editorial Record, Sergio Machado, de se retirar do prêmio, levou a comissão organizadora a alterar o regulamento a partir de 2011, tornando elegíveis para ser votados como "Livro do Ano Ficção" apenas contemplados com o primeiro lugar em suas respectivas categorias.[8][9]

Em 2018, as categorias "Livro do Ano Ficção" e "livro do Ano Não Ficção" foram reunidas em apenas uma, chamada simplesmente "Livro do Ano", com uma premiação em dinheiro de valor maior do que nos anos anteriores e contemplando os livros dos Eixos Literatura e Ensaios (portanto, voltando tanto para livros de ficção quanto de não ficção).[10][11][12]

Ano Vencedor(a) Obra Editora Nota(s)
1991 Zulmira Ribeiro Tavares Joias de Família [13]
1992 Chico Buarque de Hollanda Estorvo
Carlito Azevedo Collapsus Linguae
1993 Raquel de Queiroz Memorial de Maria Moura
1994 Isaías Pessotti Aqueles Cães Malditos de Arquelau
1995 José Roberto Torero O Chalaça
1996 Carlos Heitor Cony Quase Memória
1997 José Paulo Paes Um Passarinho me Contou
1998 Carlos Heitor Cony A Casa do Poeta Trágico
1999 Carlos Nascimento Silva Cabra-Cega
2000 Menalton Braff À Sombra do Cipreste
2001 Lygia Fagundes Telles Invenção e Memória
2002 Manoel de Barros O Fazedor de Amanhecer
2003 Arthur Nestrovski Bichos que existem & Bichos que não existem
2004 Chico Buarque de Hollanda Budapeste
2005 Nélida Piñon Vozes do Deserto
2006 Milton Hatoum Cinzas do Norte
2007 Ferreira Gullar Resmungos
2008 Ignácio de Loyola Brandão O Menino que Vendia Palavras
2009 Moacyr Scliar Manual da Paixão Solitária
2010 Chico Buarque de Hollanda Leite Derramado
2011 Ferreira Gullar Em Alguma Parte Alguma
2012 Stella Maris Rezende A mocinha do Mercado Central
2013 Luis Fernando Verissimo Diálogos Impossíveis
2014 Marina Colasanti Breve História de um Pequeno Amor
2015 Maria Valéria Rezende Quarenta Dias
2016 Julián Fuks A Resistência
2017 Silviano Santiago Machado

Referências

  1. «Premios Revelação de Autor: 400 mil cruzeiros; a entrega dos Jabutis-58». Folha de S.Paulo: 12. 26 de novembro de 1959 
  2. «Jabuti de 91 premia o editor Jacó Ginsburg». Folha de S. Paulo: 6 (Letras). 26 de outubro de 1991 
  3. Prêmio Jabuti. 50 anos. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. 2008. p. 61-86. ISBN 978-85-7060-647-1 
  4. José de Souza Muniz Jr. (2013). «Sociologia de um prêmio: novas coordenadas da consagração no campo editorial brasileiro (1991-2000)» (PDF). Acta Científica XXIX Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. ISBN 978-956-19-0828-4 
  5. «Jabuti divulga seus ganhadores». Publish News. 1 de novembro de 2017 
  6. Marco Tomazzoni (18 de novembro de 2010). «Prêmio Jabuti cria polêmica no meio literário». iG São Paulo. Consultado em 4 de junho de 2011 
  7. Ivan Finotti (27 de novembro de 2010). «Após polêmica envolvendo Chico Buarque, editores sugerem mudanças no Jabuti». Folha de S. Paulo 
  8. Mônica Bergamo (12 de novembro de 2010). Salseiro Literário. [S.l.]: Folha de S.Paulo 
  9. «Prêmio Jabuti anuncia 'mudanças significativas' em sua 53ª edição». G1. 22 de março de 2011 
  10. «Jabuti diminui categorias e aumenta valor dos prêmios». Publish News. 15 de maio de 2018 
  11. «Prêmio Jabuti promove mudanças para tentar se manter relevante». O Estado de S. Paulo. 15 de maio de 2018 
  12. «Prêmio Jabuti completa 60 anos e aposta em novo modelo: "vamos fazer escola"». IG. 27 de maio de 2018 
  13. «Livro do Ano». Site oficial do Prêmio Jabuti