Renée de Vielmond – Wikipédia, a enciclopédia livre

Renée de Vielmond
Renée de Vielmond
Renée em 2007.
Nome completo Renée Le Brun de Vielmond
Pseudônimo(s) Renée de Vielmond
Nascimento 14 de julho de 1953 (71 anos)
Rio de Janeiro, DF
Nacionalidade brasileira
Etnia franco-brasileira
Cônjuge José Wilker (1976–1985)
Filho(a)(s) 1
Ocupação
Período de atividade 1966–2007
Prêmios
Troféu APCA

1982: Melhor Atriz — Eros, o Deus do Amor (Ver mais)

Serviço militar
País Brasil

Renée Le Brun de Vielmond (Rio de Janeiro, 14 de julho de 1953) é uma historiadora e ex-atriz brasileira. Em 1998 deixou a carreira na atuação para formar-se em história pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).[1]

Renée é filha de um engenheiro francês e de uma advogada alagoana. Seu bisavô paterno era empresário do ramo industrial, e a família possuía uma fábrica de automóveis em Montrouge, cidade nos arredores de Paris. Sua avó paterna era oriunda de uma família circense, e trabalhava como atriz e acrobata. Suas tias avós, irmãs de sua avó paterna, fundaram o Grande Circo Nerino, em 1913, três anos após chegaram ao Brasil.[2] Aos cinco meses de vida estreou nos palcos, fazendo o papel de Menino Jesus, no auto de Natal do Circo Nerino, circo este onde passava suas férias, e alimentou sua vontade de ser atriz.[2] Seu tio Roger Avanzi foi um dos maiores incentivadores de sua carreira. Proprietário do Circo Nerino, "o mais querido circo do Brasil", Roger fazia o papel do palhaço Picolino. A atriz acompanhava todo o processo de preparação e maquiagem do tio, querendo cada vez mais adentrar no mundo das artes cênicas.[2] Em 1964,o Circo Nerino apresentou seu último espetáculo.

Em 1968, foi convidada pelo diretor teatral Antunes Filho, para fazer um teste como atriz. Após ser aprovada, fez um curso de interpretação com o professor russo Eugênio Kusnet, em São Paulo,e estreou como protagonista no filme "Compasso de Espera", com direção de Antunes Filho, aos dezesseis anos de idade. Nesta época, foi aprovada em um teste de interpretação na TV Cultura( teste conduzido pelo diretor Dionísio de Azevedo), e fez sua primeira telenovela, tendo sua estreia como protagonista da primeira versão da telenovela Meu Pedacinho de Chão,de Benedito Rui Barbosa, em 1971, interpretando a professora Juliana, na TV Cultura.[2] Em 1972 foi contratada pela Rede Globo, e se transferiu para o Rio de Janeiro, para cumprir o contrato assinado com a emissora.[2] Após ingressar na Rede Globo, a atriz passou a ser conhecida por seus mais diversos papeis, fazendo bastante sucesso durante as décadas de 1970 a 1990. Desde então, Renée passou a estar frequentemente no elenco de diversas produções audiovisuais do país, consagrando-se como uma das maiores atrizes brasileiras.[2]

Em 1972 esteve no elenco principal de O Bofe, novela de Bráulio Pedroso, como Débora, sob direção de Lima Duarte. No mesmo ano, transferiu-se para a Rede Tupi, trabalhando em A Revolta dos Anjos,"Feitiço" e "Jerônimo"(de Benedito Rui Barbosa).[2] Após atuar em produções da TV Tupi, Renée voltou a estar em evidência em 1975, quando, de volta à Rede Globo, protagonizou a telenovela Escalada, ao lado do grande ator Tarcísio Meira.[2] A novela, escrita por Lauro César Muniz, foi um extraordinário sucesso, mesclando temas românticos, políticos e forte crítica social em pleno regime militar brasileiro.[2]

Em 1976, interpretou a romântica Léa em Anjo Mau. Em Pecado Rasgado, de 1978,(estréia de Silvio de Abreu na Rede Globo), viveu a jovem empresária Estela, que se apaixonou por seu cunhado(interpretado por Juca de Oliveira), e desenvolveu uma relação obsessiva por ele.

Voltou às novelas em 1981, vivendo a aristocrata Maria Isabel Newman em Brilhante,ao lado de Fernanda Montenegro, novela de Gilberto Braga.[2]

Em 1982, convidada por Walter Avancini, Renée protagonizou a séria "Moinhos de Vento", de Leilah Assumpção.

Em Eu Prometo, de 1983, sob direção de Dennis Carvalho, deu vida à fotógrafa Kelly, na última novela de Janete Clair.[2] Paralelamente à carreira na teledramaturgia, Renée também é conhecida e renomada nos palcos brasileiros. No teatro, dentre outros espetáculos, atuou em "A Gaivota", de Anton Tchecov (1974), direção de Jorge Lavelli, em "Crimes Delicados", de José Antônio de Souza, em 1975, sob direção de Aderbal Freire, e em "O Jardim das Cerejeiras" de Anton Tchecov, em 1989, sob direção de Paulo Mamede.[2]

Na segubda metade dos anos 80, Renée protagonizou tramas na Rede Manchete. Em 1986 deu vida a estilista Fernanda, personagem protagonista de Novo Amor, de Manoel Carlos. Ainda em 1988, protagonizou Olho por Olho, de José Loureiro. Também na Rede Manchete, Renée foi a apresentadora do jornalístico "Programa de Domingo", sob a direção de Fernando Barbosa Lima, com produção da "Intervídeo", de Roberto D Ávila.[2]

Em 1990, a convite de Glória Perez, Renée voltou à Rede Globo para interpretar a esposa enganada Aída de Barriga de Aluguel, um grande sucesso transmitido às 18 horas. Repetindo parceria com Glória Perez

Em 1992 interpretou Helena, na novela De Corpo e Alma.[3]

Em 1994 deu vida à professora Marina, em Pátria Minha. Na trama, Marina era uma mulher divorciada que vivia com suas duas filhas, interpretadas por Paula Lavigne e Carolina Ferraz, no hotel de seu pai Evandro, personagem de Carlos Zara.[4]

Em 1995, em Explode Coração, mais uma vez numa obra de Glória Perez, interpretou Beth, personagem que causou polêmica à época por se envolver com um homem mais jovem, o estudante de medicina Serginho, interpretado por Rodrigo Santoro.[5]

No ano de 1998, decidiu retomar seus estudos e ingressou no curso de História, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Nesta época restringiu-se a fazer apenas algumas participações especiais como atriz e passou a dedicar-se apenas à vida acadêmica.[2]

Em 2007, após anos recusando retomar a carreira de atriz, aceitou participar de Paraíso Tropical à convite do autor Gilberto Braga[6].

Discreta quanto a sua vida pessoal, foi casada com o ator José Wilker. Mariana Vielmond, filha do casal, é escritora e roteirista[7].

Atuante pelas reformas trabalhistas, Renée militou durante muitos anos na defesa dos interesses dos atores, lutando por melhores condições de trabalho, engajada na regulamentação da profissão de ator, se empenhando no debate relativo a direitos autorais de sua categoria.[8]

Em 1979, junto aos Comitês de Anistia, participou da campanha pela libertação da socióloga Flávia Shilling, que foi libertada pela ditadura uruguaia, em 1980.[8]

Em 2002, a atriz recebeu o Título de Defensora da Causa Ambiental, concedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Gerência Executiva de Alagoas.[8]

Ano Trabalho/Obra Personagem Notas Emissora
1971 Meu Pedacinho de Chão Juliana Rede Globo
1972 O Bofe Débora
A Revolta dos Anjos Lilian Rede Tupi
1974 Jerônimo, o Herói do Sertão Lígia
1975 Escalada Marina Rede Globo
1976 Anjo Mau Léa
1978 Pecado Rasgado Stela
1980 Malu Mulher Cintia Episódio: "Nossos Casamentos, Hoje"[9]
1981 Amizade Colorida Sônia Episódio: "Das Dificuldades de Ser Homem"[10]
Plantão de Polícia Nininha Episódio: "O Crime da Letra M"[11]
Brilhante Maria Isabel Newman Carvalho
1983 Moinhos de Vento Valentina
Guerra dos Sexos Dolores Participação
Eu Prometo Kelly Romani / Celina Romani
1986 Novo Amor Fernanda Rede Manchete
1988 Olho por Olho Bárbara Zimmer
1990 Fronteiras do Desconhecido Nayara Episódio: "O Resgate"
Barriga de Aluguel Aída Baronni Rede Globo
1992 De Corpo e Alma Helena
1993 Você Decide Fernanda Episódio: "O Filho da Outra"
1994 Pátria Minha Marina Araújo Garcia de Aboim (Marininha)
1995 Explode Coração Elizabeth (Beth)
1997 Malhação Lorena Episódios: "13–20 de outubro"
1998 Mulher Sônia Episódio: "O Princípio de Tudo"
2007 Paraíso Tropical Ana Luísa Cavalcanti
Ano Título Personagem
1969 Compasso de Espera Cristina
1978 Batalha dos Guararapes Ana Paes[12]
1982 Filhos e Amantes Ruth
Eros, o Deus do Amor Ana III [13]
1992 Os Bigodes da Aranha Mulher elegante
  • 1966 - Anne Frank
  • 1967 - O Pequeno Príncipe
  • 1968/1969 - A Cozinha
  • 1974 - A Gaivota, de Anton Tchecov. (Direção: Jorge Lavelli)
  • 1975- Antígona, de Sófocles.(Direção: José Renato)
  • 1975 - Crimes Delicados, de José Antônio de Souza. (Direção: Aderbal Freire )
  • 1989 - O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchecov. (Direção: Paulo Mamede)
  • 1990 - O Protagonista, de Luis Agustoni. (Direção: Cecil Thiré).

Prêmios e indicações

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Ano Premiação Categoria Nomeação Resultado
1975 Troféu SEPT D'OR,concedido pela Tv Francesa. Melhor Atriz
Escalada
Venceu
1976 Troféu Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) Melhor Atriz Revelação
Compasso de Espera
Venceu
1982 Troféu Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) Melhor Atriz
Eros, o Deus do Amor
Venceu
2007 Prêmio Quem de Televisão Melhor Atriz
Paraíso Tropical
Indicada
2008 Prêmio Contigo! de TV Melhor Par Romântico (com Rodrigo Veronese) Indicada

Referências

  1. Bolsa de Mulher. A História de Renée de Vielmond. Consultado em 19 de fevereiro de 2020
  2. a b c d e f g h i j k l m n «A História de Renée de Vielmond > Artista de berço». VIX. Consultado em 10 de julho de 2021 
  3. Memória Globo. De Corpo e Alma :: Personagens Consultado em 19.02.2020
  4. Pátria Minha :: Galeria de Personagens Consultado em 19.02.2020
  5. Redação Marie Clarie (7.11.2019) Rodrigo Santoro abre o baú e mostra foto de 24 anos atrás. Revista Marie Clarie. Consultado em 19 de fevereiro de 2020
  6. «Renée de Vielmond e Rodrigo Veronese falam da sua despedida em "Paraíso tropical"». Gazeta do Povo. 18 de maio de 2007. Consultado em 8 de julho de 2023 
  7. «Filha de José Wilker larga psicologia para se tornar roteirista». Folha de São Paulo. 8 de maio de 2011. Consultado em 8 de julho de 2023 
  8. a b c «Filme em família». ISTOÉ Independente. 27 de maio de 2011. Consultado em 10 de julho de 2021 
  9. «Malu entrevista casal de amigos e acaba causando uma crise». Canal Viva. Globo.com. 24 de março de 2014. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  10. «Amizade Colorida - Ficha Técnica». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  11. Plantão de Polícia
  12. «Batalha dos Guararapes». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de março de 2020 
  13. «Eros, o Deus do Amor». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de março de 2020 

Ligações Externas

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