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Brasenia schreberi
Brasenia schreberi.
Brasenia schreberi.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
(sem classif.) grado ANA
Ordem: Nymphaeales
Família: Cabombaceae
Género: Brasenia
Schreb., 1789
Espécie: B. schreberi
Nome binomial
Brasenia schreberi
J.F.Gmel., 1791
Sinónimos[3]
Junsai com mucilagem visível.
Junsai à venda num supermercado japonês (2014).
Lagoa infestada por Brasenia ao longo do Attikamek Trail junto ao canal de Sault Ste. Marie (Canadá).

Brasenia é um género monotípico de plantas aquáticas da família Cabombaceae, cuja única espécie extante é Brasenia schreberi, com distribuição natural ampla na América do Norte, Índias Ocidentais, norte da América do Sul (Venezuela, Guiana), leste da Ásia (China, Japão, Coreia, Krai do Litoral), Austrália, subcontinente indiano e partes de África.[3][4][5][6][7][8][9] O nome genérico tem como epónimo Christoph Brasen (1738-1774), um missionário morávio, colecionador de plantas na Gronelândia e Labrador. Ocorre em águas pouco profundas de lagos, rios e poças, particularmente em águas ácidas.

A espécie Brasenia schreberi é uma planta aquática perene com folhas peltadas flutuantes e ramos rizomatosos. É identificada pelas suas folhas verde vivo, pequenas flores púrpuras que florescem de junho e setembro, com uma mucilagem espessa que cobre os órgãos subaquáticos, incluindo a parte inferior das folhas flutuantes, ramos e rebentos em desenvolvimento. Esta mucilagem pode ser uma característica de defesa anti-herbívoros,[10] possivelmente para deter caracóis.

Em resumo, para além dos caracteres gerais da família Cabombaceae, a espécie apresenta a seguinte morfologia:[11]

A Brasenia schreberi apresenta polinização pelo vento. As flores têm um período de floração de dois dias. No primeiro dia, a flor é funcionalmente feminina, ou pistilada, e eleva-se acima da superfície da água e expõe os estigmas receptivos. A flor recua então abaixo da superfície da água e no dia seguinte emerge como uma flor funcionalmente masculina, ou estaminada. A flor está mais elevada do que no dia anterior e os filamentos portadores de anteras estão estendidos para além dos carpelos femininos.[12] As anteras sofrem deiscência, libertando o pólen, e a flor é então retirada para baixo da água, onde o fruto se desenvolve.

Distribuição

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Brasenia um género monotípico distribuído pelas zonas temperadas e tropicais do Novo e do Velho Mundo, exceto na região ocidental do Paleártico, onde só é conhecido do registo fóssil que comprova que espécies de Brasenia ocorreram durante o interglacial da Europa, mas, como muitas outras espécies e géneros de plantas aquáticas, extinguiram-se.[13]

A única espécie do género, Brasenia schreberi J.F.Gmel., Syst. Nat.: 853 (1791), é nativa das regiões temperadas e subtropicais de África, Ásia, Austrália e América.[2] A espécie ocorre na América do Norte, nas Antilhas, no norte da América do Sul (Venezuela, Guiana), no leste da Ásia (China, Japão, Coreia, Primorye), na Austrália, no Subcontinente Indiano e algumas regiões da África.[3][4][5][6][7][8][9]

Brasenia schreberi cresce em águas pouco profundas de lagos, rios e poças, particularmente em meio lêntico com água algo ácida. As populações desta espécie vevem submersas ou flutuando em lagos, lagoas, pântanos ou rios de caudal lento, a profundidades até 3 m, entre 0 e 2000 m acima do nível do mar.

A polinização é anemogâmica.

O género comemora Christoph Brasen (1738-1774), cirurgião e missionário da Igreja Morávia, que foi o primeiro superintendente da missão morava em Nain, no Labrador.[14]

A espécie apresenta uma vasta sinonímia taxonómica que inclui os seguintes taxa:

Os seguintes binomes foram incorporados na espécie como seus sinónimos taxonómicos:

Única espécie do género. Tricomas curtos, simples e unicelulares. Caules 1-2 m. Folhas glabras, 35-135 mm X 20-80 mm de largura, pecíolos até 2 m. Flores 10-25 mm de diâmetro, pedúnculos 5-20 cm. Segmentos do perianto 10-15(-20) X 2-7 mm, ápice obtuso, pétalas mais longas e mais estreitas. Estames com metade do comprimento das pétalas, anteras lineares, 4 mm. Frutos com 6-10 mm de diâmetro, flutuantes. Sementes 2,5-4,0 mm X 2-3 mm.

Os caules jovens da Brasenia, cobertos de mucilagem, são consumidos na China e no Japão onde a Brasenia é cultivada como vegetal. Na China é conhecida como 莼菜, pinyin: chúncài) e é o vegetal usado em Hangzhou na conhecida especialidade local "sopa de escudo-de-água do Lago Oeste" (西湖莼菜汤).[16] No Japão a espécie é conhecida por junsai e os seus rebentos são um ingrediente da conhecida sopa de miso.

As plantas deste género segregam fitotoxinas, que permitem o controlo de outras plantas no seu habitat. Descobriu-se que a mucilagem que produz tem propriedades antialgas e antibacterianas que podem ser úteis como controlo natural de ervas daninhas.[17]

A sua mucilagem é rica em ácido glucurónico, galactose, ramnose e outros componentes peculiares. Utilizada para fins medicinais pelos nativos americanos, tem propriedades anti-helmínticas, adstringentes, antidisentéricas e vulnerárias.

A espécie é uma importante fonte de alimento para as aves aquáticas e de abrigo para os peixes.

  1. Maiz-Tome, L. (2016). Brasenia schreberi. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T185681A78457027. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T185681A78457027.en. Downloaded on 14 July 2018.
  2. a b «Brasenia». Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist of Selected Plant Families. Consultado em 2 de janeiro de 2010 
  3. a b c d Kew World Checklist of Selected Plant Families
  4. a b Biota of North America Program, 2013 county distribution map
  5. a b Flora of China Vol. 6 Page 119, 莼菜属 chun cai shu, Brasenia Schreber, Gen. Pl. 1: 372. 1789.
  6. a b Iwatsuki, K., Boufford, D.E. & Ohba, H. (eds.) (2006). Flora of Japan IIa: 1-550. Kodansha Ltd., Tokyo.
  7. a b Hokche, O., Berry, P.E. & Huber, O. (eds.) (2008). Nuevo Catálogo de la Flora Vascular de Venezuela: 1-859. Fundación Instituto Botánico de Venezuela.
  8. a b Figueiredo, E. & Smith, G.F. (2008). Plants of Angola. Strelitzia 22: 1-279. National Botanical Institute, Pretoria.
  9. a b Acevedo-Rodríguez, P. & Strong, M.T. (2012). Catalogue of seed plants of the West Indies. Smithsonian Contributions to Botany 98: 1-1192.
  10. Keddy, P.A. 2010. Wetland Ecology: Principles and Conservation (2nd edition). Cambridge University Press, Cambridge, UK. Figure 6.9
  11. Williamson, P.S. & Schneider, E.L. 1993. Cabombaceae. En: Kubitzki, K., Rohwer, J.G. & Bittrich, V. (editores). The Families and Genera of Vascular Plants. II. Flowering Plants - Dicotyledons. Springer-Verlag.
  12. Taylor,Mackenzie L. and Jeffrey M. Osborn. 2006. Pollen ontogeny in Brasenia (Cabombaceae, Nymphaeales). American Journal of Botany 93: 344-356
  13. Sculthorpe, C. D. 1967. The Biology of Aquatic Vascular Plants (A Biologia das Plantas Vasculares Aquáticas). Reimpresso em 1985 por Edward Arnold, Londres. p. 404.
  14. Pringle, James S. Possible eponymy of the generic name Brasenia Schreb. in Sida. vol. 16. no. 3. pp. 597-600. 1995. [1]
  15. «Brasenia schreberi». Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist of Selected Plant Families. Consultado em 2 de janeiro de 2010 
  16. «Hangzhou Cuisine». Consultado em 22 Abril 2014. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2014 
  17. Elakovich, Stella D.; Wooten, Jean W. (setembro 1987). «An examination of the phytotoxicity of the water shield, Brasenia schreberi». Journal of Chemical Ecology (em inglês). 13 (9): 1935–1940. ISSN 0098-0331. PMID 24302458. doi:10.1007/BF01014676 

Ligações externas

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