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Rua da Carioca
Rio de Janeiro, Brasil
Rua da Carioca
Vista da Rua da Carioca, em 2023.
Nomes anteriores Rua do Egito (1697–1741)
Rua do Piolho (1741–1848)
Tipo rua
Inauguração 1697 (327 anos)
Largura da pista 17 metros
Início Rua da Assembleia
Estado Rio de Janeiro
Cidade Rio de Janeiro
Bairro(s) Centro
Fim Praça Tiradentes
Lugares que atravessa
Coordenadas 22° 54' 24.054" S 43° 10' 50.177" O

A Rua da Carioca é um logradouro situado no Centro do Rio de Janeiro, Brasil. Começa no encontro das ruas da Assembleia e Uruguaiana e segue até a Praça Tiradentes.

Início da rua da Carioca no encontro das ruas da Assembleia e Uruguaiana (à direita).
Final da rua da Carioca. À esquerda, a rua do Verde.

Aberta entre 1697 e 1698, inicialmente chamada de Rua do Egito — existe a possibilidade de ter havido, em algum ponto do caminho, um oratório com a imagem da fuga de Maria, José e o Menino para o Egito para escapar ao infanticídio decretado por Herodes e, a mais plausível, porém sem comprovação histórica, por conduzir ao campo dos Ciganos, antigo nome da Praça Tiradentes — ladeava o morro de Santo Antônio, propriedade de frades Franciscanos, razão pela qual foi primeiramente ocupado seu lado direito (lado par da numeração), devido a cerca que se erguia na divisa da propriedade, pelo lado esquerdo (lado ímpar).[1][2]

Passou a ser chamada, em 1741, de Rua do Piolho, devido ao apelido de piolho de um morador local — apelido que se dava a solicitador da época, gente que vivia vasculhando arquivos e cartórios em busca de questões de que pudesse tirar proveito.[1][2]

Manteve esta denominação até 1848, quando a Câmara Municipal deu-lhe o nome de Rua da Carioca, ratificando como já era conhecida popularmente, devido a ser caminho do povo que iam buscar água no chafariz da Carioca, no Largo da Carioca, que era localizado no seu início.[1][2]

Nas obras realizadas pelo prefeito Pereira Passos, a rua também foi retificada, arborizada e alargada para os atuais 17 metros e servia de ligação entre a então Avenida Central (atual Avenida Rio Branco) e o norte da cidade. Essa importância foi substituída com a abertura da Avenida Presidente Vargas.[2]

Os últimos sobreviventes do anos áureos da rua é o Cine-Theatro Íris, no número 51, e o Bar Luiz, no 39. Na rua funcionou a última redação de O Pasquim — semanário alternativo brasileiro (1969–1991). Já no segundo andar do número 53, funcionou o lendário restaurante Zicartola, cujos donos eram Cartola e Dona Zica, chefe da cozinha. Havia um espaço para apresentações onde a "nata" do samba carioca da época se apresentava. Foi, inclusive, o local da primeira apresentação de Paulinho da Viola. Na rua também funcionou o Cine Ideal, nos números 60 e 62, que encerrou sua atividades em 15 de fevereiro de 2014.[2][3][4]

O conjunto da Rua da Carioca foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) por sua importância arquitetônica, histórica e cultural, definitivamente, em 26 de agosto de 1985 — o tombamento provisório aconteceu em 4 de julho de 1983. O Cine-Theatro Íris possui um tombamento próprio.[4][5][6]

Em 2012, a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência detentora da maioria dos sobrados do lado ímpar da rua, vendeu 19 deles — do número 11 ao 47, além do 53 — ao Banco Opportunity. No ano seguinte, a Prefeitura transformou a rua em sítio cultural, protegendo seu conjunto arquitetônico e tombando nove imóveis, de forma definitiva.[7] O objetivo do Banco era a construção de um shopping, mantendo as fachadas tombadas.[6]

Referências

  1. a b c «Centro – Largo da Carioca – Rua da Carioca». Marcillio.com. Consultado em 19 de agosto de 2024. Arquivado do original em 24 de julho de 2021 
  2. a b c d e Loredano, Cássio (20 de janeiro de 2021). «Série "Avenidas e ruas do Brasil" VIII – A Rua da Carioca». Brasiliana Fotográfica. Consultado em 19 de agosto de 2024 
  3. Suzuki, Shin Oliva (19 de junho de 2003). «Especial revive efervescência do Zicartola». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de agosto de 2024 
  4. a b «Rio de Janeiro – Conjunto da Rua da Carioca». INEPAC. Consultado em 19 de agosto de 2024 
  5. «Rio de Janeiro – Cinema Iris». INEPAC. Consultado em 19 de agosto de 2024 
  6. a b Côrtes, Celina (27 de maio de 2018). «Dos 54 estabelecimentos comerciais da Rua da Carioca, 30 ainda resistem, com charme e criatividade». Jornal do Brasil. Consultado em 19 de agosto de 2024 
  7. Pimentel, Márcia (5 de outubro de 2017). «Largo da Carioca: de lagoa aterrada a centro nervoso da cidade». MultiRio. Consultado em 19 de agosto de 2024 

Ligações externas

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