Salinas da Margarida – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Município do Brasil | |||
Foto aérea da orla marítima da sede de Salinas da Margarida. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | salinense | ||
Localização | |||
Localização de Salinas da Margarida na Bahia | |||
Localização de Salinas da Margarida no Brasil | |||
Mapa de Salinas da Margarida | |||
Coordenadas | 12° 52′ 15″ S, 38° 45′ 50″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Saubara, Maragojipe, Nazaré, Aratuípe, Jaguaripe, além do limite marítimo com a Ilha de Itaparica, onde estão os municípios de Itaparica e Vera Cruz | ||
Distância até a capital | 270 ou 69 (via ferry-boat) km | ||
História | |||
Fundação | 27 de julho de 1962 (62 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Wilson Ribeiro Pedreira (PSD, 2016–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 148,327 km² | ||
População total (2024) [2] | 15 568 hab. | ||
Densidade | 105 hab./km² | ||
Clima | Tropical Úmido | ||
Altitude | 5 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,617 — médio | ||
PIB (IBGE/2021[4]) | R$ 201 392,68 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2021[4]) | R$ 12 550,18 |
Salinas da Margarida é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2024 pelo IBGE era de 15 568 habitantes.
Está situado na porção sul do Recôncavo baiano, a cerca de 270 km da capital, Salvador. Tem como municípios limítrofes Saubara, Maragogipe, Jaguaripe, além do limite marítimo com a ilha de Itaparica, onde se situam os municípios de Itaparica e Vera Cruz.
História
[editar | editar código-fonte]A região era originalmente habitada pelos indígenas tupinambás. A partir de 1534, na fase inicial da colonização portuguesa, integrou a Capitania da Baía de Todos os Santos - temporariamente abandonada, em razão da morte do seu donatário, Francisco Pereira Coutinho, em 1547, mas logo recuperada (1548) pela Coroa Portuguesa.
A partir de 1556, a região em que se situa o município passa a ser parte da Capitania de Itaparica e Tamarandiva,[5] doada por D. João III ao seu vedor da Fazenda, D. Antônio de Ataíde, primeiro conde da Castanheira.[6]
Na segunda metade do século XVIII, as cinco capitanias criadas a partir de 1534 (Porto Seguro, Bahia de Todos os Santos, São Jorge dos Ilhéus, Peroassu ou Paraguaçu e Itaparica e Tamarandiva) foram incorporadas à Capitania da Bahia de Todos os Santos.[7] As ilhas de Itaparica e Tamarandiva retornaram definitivamente ao erário régio no ano de 1793.[8]
Após a Independência do Brasil, durante o Segundo Reinado, a parte das terras da Capitania de Itaparica e Tamarandiva que era constituída de terrenos de marinha, passa a estar sob a autoridade da Capitania dos Portos da Bahia, e a área correspondente ao atual município de Salinas da Margarida é concedida ao comendador Manoel de Souza Campos,[9] que ali instala duas fazendas: a Santa Luzia e a Conceição. Na época, essa área encontrava-se escassamente povoada, e os assentamentos mais próximos eram os de Barra do Paraguaçu, de um lado, e Encarnação, do outro, proximos dos limites de Salinas.[9] [10]
Conta-se que, em viagem a Portugal, Manoel de Souza Campos teria visitado as salinas de Aveiro, por acreditar na possibilidade de explorar o sal em suas propriedades, dada a notável presença de apecuns ou salgados (zonas de transição, entre o manguezal e a terra firme, caracterizadas pela alta salinidade [11]). Como não tinha experiência no assunto, Souza Campos trouxe de Aveiro o técnico José Soares. Em 1877, através da lei provincial nº 1744 é concedido, por cinco anos, a Manoel de Souza Campos e Horácio Urpia Júnior, o privilégio de estabelecerem salinas para evaporação natural.[9] Em 1881, são inauguradas as primeiras salinas, dentro de uma das propriedades do comendador, no aldeamento conhecido como Ponta da Margarida, depois chamado Porto da Margarida. A origem desse topônimo é todavia incerta: segundo algumas fontes, faria referência ao nome de uma antiga moradora do local;[10] já na versão de alguns habitantes da região, o nome seria alusivo à existência de uma grande quantidade de margaridas, na localidade.[12]
A exploração do sal atraiu muitos trabalhadores, favorecendo o desenvolvimento do povoado. A Companhia Salinas da Margarida chegou a ser a décima maior empresa do Brasil, na virada dos séculos XIX e XX, e o futuro município acabaria por receber o mesmo nome da empresa. [13] Os primeiros povoados surgidos foram Arraial do Dourado e Caperenga, que cresceram impulsionados pela atividade salineira, a partir de 1885.
Além do sal, havia também, em Salinas, a exploração da piaçava nativa e do dendê, mas a pesca sempre foi a sua principal atividade econômica.[9]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O município foi criado em 27 de julho de 1962, tendo os seguintes limites: ao norte, município de Santo Amaro e Baía de Todos os Santos; ao sul, municípios de Jaguaripe e Itaparica; a leste, município de Itaparica; a oeste, município de Maragojipe.
Com as modificações ocorridas no mapa geográfico do estado, em virtude da criação de novas unidades políticas, os atuais limites são: ao norte município de Saubara (parte desmembrada município de Santo Amaro) e a Baía de Todos os Santos; ao sul, municípios de Jaguaripe e Vera Cruz (parte desmembrada do município de Itaparica); a leste, município de Itaparica; a oeste, município de Maragojipe.
Salinas dista de Salvador, por acesso rodoviário direto 265 km e, utilizando-se o sistema ferry-boat, o percurso rodoviário é de 52 km, até o Terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, e mais 13 km de travessia oceânica, até Salvador, dando um total de 69 km. Por via marítima direta o percurso é de 11 milhas.
O município de Salinas da Margarida é banhado pelas águas da Baía de Todos os Santos e está localizado entre a latitude 12º52’16” sul e longitude 38º45’52” oeste abrangendo segundos dados do IBGE, uma área de 148,33 km² tendo em área continental de 65 km². O clima é úmido a subsumido, e sua biodiversidade é de floresta ombrófila densa, com um importante e frágil ecossistema fluviomarinho identificado como manguezal preenchendo grande parcela da costa municipal.
Outro aspecto a observar é a diversidade geomorfológica da paisagem, traduzindo-se em baixada litorânea, planícies marinhas, fluviomarinhas e tabuleiros costeiros (tabuleiro do Recôncavo).
Com uma área de 65 km², Salinas é constituída pelos distritos de Dendê (Porto da Telha), Encarnação, Conceição de Salinas, Cairu e pelo povoado de Barra do Paraguaçu. Os distritos de Mutá e Cações, embora próximos da sede municipal de Salinas da Margarida, pertencem ao município de Jaguaripe.[14]
Praias
[editar | editar código-fonte]- Barra do Paraguaçu
- Porto da Telha
- Ponta do Dourado
- Cairu
- Conceição
- Encarnação
- Pedra Mole
- Camboruí
- Praia do Amor]
Comunidades
[editar | editar código-fonte]- Conceição de Salinas (comunidade quilombola) [9]
- Encarnação de Salinas
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 11 de setembro de 2024
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 7 de agosto de 2013
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2021». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de setembro de 2024
- ↑ Bonfim, Alexandre Gonçalves do; Adan, Caio Figueiredo Fernandes (2013). As capitanias de Itaparica e Tamarandiva e do Paraguaçu e a ocupação territorial do Recôncavo Baiano no século XVI. UESB.
- ↑ Bonfim, Alexandre Gonçalves do. (2017). «As capitanias de Itaparica e Tamarandiva e do Paraguaçu: administração, direito de propriedade e poder na América portuguesa (c1530-c1630)» (PDF). Repositório de Teses e Dissertações da UFBA
- ↑ Luquini, Rita de Cássia da Silva (2015). Os limites das fronteiras internas de domínio do Estado da Bahia: conflitos e atualização. Salvador: UFBA. Instituo de Geociências.
- ↑ Bonfim, Alexandre. Capitania de Itaparica e Tamarandiva. Atlas Digital da América Lusa.
- ↑ a b c d e SACRAMENTO, Elionice Conceição (2019). Da diáspora negra ao território das águas: ancestralidade e protagonismo de mulheres na comunidade pesqueira e quilombola Conceição de Salinas-BA. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Brasília: Universidade de Brasília.
- ↑ a b IBGE. Cidades. Salinas da Margarida. História cidades.ibge.gov.br
- ↑ Apicum: o que é e por que é tão confundido com o mangue. Por Mayk Alves, agro20.com.br, 12 de junho de 2020.
- ↑ Grupo de Pesquisa GeografAR. [1]Comunidade quilombola pesqueira Conceição de Salinas
- ↑ Salinas da Margarida: terra do sal. Por Pablo Reis, albatrozsalinas.tumblr.com, 16 de dezembro de 2018.
- ↑ Prefeitura Municipal de Salinas da Margarida. Dados municipais.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- OLIVEIRA, Almir. Salinas das Margaridas: Notícias Históricas. Araguari, MG, 2000.