Euclides da Cunha (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Município do Brasil | |||
Vista parcial da cidade. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Lutamos pelo progresso | ||
Gentílico | euclidense | ||
Localização | |||
Localização de Euclides da Cunha na Bahia | |||
Localização de Euclides da Cunha no Brasil | |||
Mapa de Euclides da Cunha | |||
Coordenadas | 10° 30′ 28″ S, 39° 00′ 50″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Monte Santo, Novo Triunfo, Quijingue, Cícero Dantas, Canudos e Banzaê. | ||
Distância até a capital | 315 km | ||
História | |||
Fundação | 11 de junho de 1898 (126 anos) | ||
Emancipação | 19 de setembro de 1933 (91 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | Lista
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Prefeito(a) | Luciano Pinheiro Damasceno e Santos (PDT, 2017–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 2 028,421 km² | ||
• Área urbana IBGE/2019[2] | 14,41 km² | ||
População total (2024) [3] | 64 547 hab. | ||
Densidade | 31,8 hab./km² | ||
Clima | Tropical semiárido (BSh) | ||
Altitude | 472 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 48.500-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[4]) | 0,567 — baixo | ||
Gini (PNUD/2010[5]) | 0,55 | ||
PIB (IBGE/2021[6]) | R$ 795 415,363 mil | ||
• Posição | BA: 58º | ||
PIB per capita (IBGE/2021[6]) | R$ 13 015,70 | ||
Sítio | euclidesdacunha.ba.gov.br (Prefeitura) |
Euclides da Cunha é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, localizado no Nordeste Baiano. Localiza-se a uma latitude 10º30'27" sul e a uma longitude 39º00'57" oeste, estando a uma altitude de 472 metros. Sua população, de acordo com a estimativa de 2024, era de 64 547 habitantes, segundo o IBGE.[3] Possui uma área total de 2 028,421 km².[7]
Topônimo
[editar | editar código-fonte]O primeiro nome da cidade e município de Euclides da Cunha foi Cumbe, topônimo este que, segundo Ramos (2008, p. 320), é oriundo do quicongo e significa “cidade”.[8]
Em 1938, graças à sugestão do escritor José Aras, o nome do município foi alterado de Cumbe para Euclides da Cunha, em homenagem ao engenheiro militar, jornalista e escritor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (1866-1909), autor da célebre obra “Os Sertões” (1902), que narra e faz uma análise profunda da Guerra de Canudos, ocorrida na região do município.[8][9][10]
História
[editar | editar código-fonte]Os primeiros habitantes da região de Euclides da Cunha foram os indígenas Kaimbés, pertencentes ao grupo dos cariris.[11][12][13]
Em 1639, para catequisar os kaimbés e protegê-los da expansão da pecuária ligada à Casa da Torre, os jesuítas fundaram a missão de Massacará, a primeira do semiárido brasileiro. Em 1759, quando o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Império Português, o convento de Massacará foi destruído. Dos tempos dos jesuítas em Massacará, resta apenas a capela.[12][14]
O território do município de Euclides da Cunha foi colonizado no século XIX, com a chegada e fixação de famílias oriundas de regiões circunvizinhas, sobretudo de Monte Santo e Tucano, que se dedicaram à lavoura e pecuária.[11][15]
Em meados do século XIX, formou-se uma feira livre, onde eram vendidos produtos agrícolas da região, como milho, feijão, fumo e farinha, além de gado bovino e caprino. Com a inauguração, em 1868, do açude Tanque da Nação, localizado nas proximidades da feira livre e construído por José Higino dos Santos Lobo, começou a se formar, ao redor desse comércio, na fazenda do Major Antônio Francisco dos Reis (Major Antonino), o povoado de Cumbe (atual cidade de Euclides da Cunha), cuja origem e desenvolvimento se devem a José Higino e ao Major Antonino. Posteriormente, nessa povoação, ergueu-se uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição.[16][17][18][19]
Com o crescimento populacional, a Lei provincial n° 2.152 de 18 de maio de 1881, elevou o povoado do Cumbe à categoria de freguesia, com o nome Nossa Senhora da Conceição do Cumbe, a qual substituiu a freguesia da Santíssima Trindade de Massacará, extinta pela mesma lei.[11][15][17]
A Lei Estadual nº 253, de 11 de junho de 1898, elevou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Cumbe à categoria de vila, com o nome de Cumbe, desmembrando-se de Monte Santo.[11][15]
A Vila de Cumbe foi extinta por meio dos decretos estaduais nº 7.455, de 23 de junho de 1931, e 7.479, de 8 de julho do mesmo ano, sendo reanexada a Monte Santo como um simples distrito.[11][15]
O município de Cumbe foi recriado novamente por meio do Decreto Estadual n° 8.642, de 19 de setembro de 1933, se desmembrando de Monte Santo, sendo reinstalado em 10 de outubro do mesmo ano.[11][15]
Em 30 de novembro de 1938, por meio do Decreto Estadual n.º 11.089, o município de Cumbe teve seu nome alterado para Euclides da Cunha.[11][15]
A Lei Estadual n° 628, de 30 de dezembro de 1953, criou, dentro do município de Euclides da Cunha, o distrito de Massacará, sediado no povoado de mesmo nome.[15]
A Lei Estadual n° 4.405, de 25 de fevereiro de 1985, desmembrou de Euclides da Cunha e elevou à categoria de município o distrito de Canudos. As leis estaduais n° 4.580 e 4.582, ambas do dia 5 de novembro de 1985, elevaram os povoados euclidenses de Caimbé e Aribicé à categoria de distrito. Desde então, o município é constituído dos seguintes distritos: Euclides da Cunha (sede), Massacará, Caimbé e Aribicé.[15]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O município de Euclides da Cunha está localizado no nordeste do estado da Bahia, a uma distância de 315 km de Salvador.[20] Está inserido no chamado “Polígono das Secas” e possui um clima tropical semiárido, com uma temperatura média anual de 24,3°C e uma precipitação média anual de 466 mm.[20][21]
O relevo euclidense, esculpido em rochas sedimentares da bacia do Tucano-Recôncavo, metassedimentares da faixa de dobramentos sergipana e metamórficas/ígneas do embasamento cristalino, é correspondente a chapadas do Raso da Catarina, cuestas, vales, tabuleiros, pediplanos, serras e morros arredondados, cortados pelos rios e riachos que integram as bacias hidrográficas dos rios Itapicuru e Vaza-Barris. Os solos dos tipos neossolo, alissolo, cambissolo eutrófico, planossolo solódico eutrófico, vertissolo, latossolo vermelho-amarelo álico e luvissolo sustentam a vegetação nativa de Caatinga.[20]
Demografia
[editar | editar código-fonte]Segundo o censo brasileiro de 2010, a população de Euclides da Cunha é de 56.289 habitantes. A zona urbana compreende 27.416 pessoas e a zona rural, 28.873. Do total, 28.319 são homens e 27.970, mulheres. 38.102 pessoas são alfabetizadas. A estimativa para o ano de 2012 é de 56.962 habitantes.[22][23]
- 1991 — 51.812
- 1996 — 50.089
- 2000 — 53.885
- 2007 — 56.625
- 2010 — 56.289
- 2012 — 56.962
- 2022 — 61.456
O colégio eleitoral euclidense compreende, com base nos dados do TSE relativos ao ano de 2018, 42.685 eleitores.[24]
- 2010 — 36.564
- 2012 — 39.301
- 2014 — 40.632
- 2016 — 42.040
- 2018 — 42.685
- 2020 — 45.392
- 2022 — 47.234
Religião
[editar | editar código-fonte]Religiosidade em Euclides da Cunha:[23]
- 80,49% (45.458 hab.): Igreja Católica Apostólica Romana
- 9,15% (5222 hab.): Religiões Evangélicas
- 8,76% (4991 hab.): Sem religião
- 0,30% (187 hab.): Outras
- 0,8% (172 hab.): Espíritas
- 0,5% (121 hab.): Ateus
Economia
[editar | editar código-fonte]Na agricultura há uma expressiva produção de feijão, milho e mandioca. Na pecuária destacam-se os rebanhos ovinos, suínos, asininos, caprinos e muares. É ainda produtor de galináceos e de mel de abelhas. No setor de bens minerais é produtor de cal e calcário.
O valor da receita do município é de R$ 49.156.861, de acordo com o último censo, e o das despesas é de R$ 44.742.010. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo o mesmo censo, é R$ 78.465 para agropecuária, R$ 32.827 para indústria e R$ 202.406 para serviços.[22]
A cidade conta ainda com a exploração mineral do calcário, cal virgem e pedra; conta também com uma fábrica de móveis estofados.
Feriados municipais
[editar | editar código-fonte]- São João (24 de junho)
- Aniversário de Emancipação Política (19 de setembro)
- Consciência Negra (20 de novembro)
- Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro)
Filhos ilustres
[editar | editar código-fonte]- José Higino Lobo, político
- José Aras, escritor
- João Siqueira Santos, historiador
- Pedro Sertanejo, músico
- Salomão do Nascimento Rehem, político
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02)
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Meio Ambiente». Consultado em 16 de março de 2023
- ↑ a b «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 13 de setembro de 2024
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013
- ↑ Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Euclides da Cunha - BA». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de março de 2014
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «Euclides da Cunha (BA) | Cidades e Estados | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ a b Ramos, Ricardo Tupiniquim (2008). Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF). Salvador: UFBA. p. 320. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2023
- ↑ Nossa, Leonencio; Garbin, Luciana (2016). «Canudos revelada». Estadão. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ «Biografia de Euclides da Cunha». eBiografia. 19 de abril de 2023. Consultado em 6 de janeiro de 2024
- ↑ a b c d e f g Campos, Ney (25 de outubro de 2007). «História de Euclides da Cunha». Museu do Cumbe. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ a b Altmicks, Alfons Heinrich (2019). «Massacará: território, territorialidade, identidade étnica, etnodesenvolvimento kaimbé» (PDF). XV Enecult. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ «A cultura da nação Cariri em Paulo Afonso». CBHSF. 7 de maio de 2014. Consultado em 6 de janeiro de 2024
- ↑ Campos, Ney (9 de novembro de 2010). «Massacará». Museu do Cumbe. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ a b c d e f g h «Euclides da Cunha (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ «Euclides da Cunha». Superintendência de Educação a Distância - UFBA. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ a b «Euclides da Cunha». Face Informa. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «Tanque da Nação - História». Museu do Cumbe. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ Campos, Ney (12 de agosto de 2009). «Antonio Francisco dos Reis - Major Antonino». Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ a b c Vieira, Ângelo Trevia; et al. (2005). Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea: Diagnóstico do Município de Euclides da Cunha - Bahia (PDF). Salvador: CPRM/PRODEEM. pp. 3–5
- ↑ «Clima Euclides da Cunha (BA) - Brasil». Climate Data. Consultado em 8 de setembro de 2024
- ↑ a b [1], IBGE Cidades.
- ↑ a b [2], IBGE Censo de 2010.
- ↑ [3], TSE/Eleições 2012.