Dinastia sefaua – Wikipédia, a enciclopédia livre

A dinastia sefaua[1] (Sayfawa/Sefuwa) era a linhagem real dos maís (reis) do Império de Canem e depois do Império de Bornu. Surgem no século XI, com a usurpação do trono de Canem por Humé, e mantem-se no trono por séculos.[2]

Nome Reinado Notas Ref.
Humé 1075—1086 Fundador da dinastia, descendente de Ceife, de quem o nome dinástico deriva. É tido como primeiro monarca de Canem a converter-se ao islamismo e ascendeu ao trono mediante usurpação. [1][3]
Dunama I 1086—1140 Sucessor de Humé, sob seu governo o Canem tornou-se soberano no lago Chade. Fez 3 hajes à Meca, tendo se afogado no mar Vermelho no terceiro. Diz-se que possuía um efetivo de 100 000 cavaleiros. [1][2]
Bir 1140—1166 Sucessor de Dunama. Sucede-o no trono e então é sucedido por Abedalá. [2]
Abedalá I 1166—1182 Sucessor de Bir. Sucede-o no trono e então é sucedido por Salmama. [2]
Salmama I 1182—1210 Sucessor de Abedalá. Sucede-o no trono e então é sucedido por Dunama. [2]
Dunama II 1210—1248 Filho de Salmama. Expandiu as fronteiras de Canem e capturou Zuila, o principal polo no Fezã do comércio transaariano. Fez haje a Meca e ordenou a construção de uma madraça no Cairo. Também lhe é atribuída a introdução dos corcéis do Egito e Norte da África em Canem e uma expedição fracassada contra os cuararafas. [2][4]
Cadai 1248—1277 Sucessor de Dunama. Entrou em conflito com o irmão Bir II no reinado de Dunama. Como maí, enviou presentes ao califa Maomé I (r. 1249–1277) em Túnis e fez guerras de expansão, mas foi morto em combate. [5][6]
Bir II 1277—1296 Sucessor de Cadai. Entrou em conflito com o irmão Cadai no reinado de Dunama. Como maí, teve um reinado pacífico e faleceu na capital Anjimi. [5][6]
Ibraim I 1277—1296 Sucessor de Bir. Continuou a política de seus sucessores e conduziu um haje à Meca. Foi morto em combate. [5][6]
Abedalá II 1315—1335 Sucessor de Ibraim. Governou dois decênios e faleceu pacificamente na capital. [5][6]
Salmama II 1335—1339 Sucessor de Abedalá. Foi morto em combate contra os saôs. [5][7]
Curi I 1339—1340 Sucessor de Salmama e filho de Abedalá II. Foi morto em combate contra os saôs. [5][7]
Curi II 1340—1341 Sucessor de Curi e filho de Abedalá II. Foi morto em combate contra os saôs. [5][7]
Maomé I 1341—1342 Sucessor de Curi e filho de Abedalá II. Foi morto em combate contra os saôs. [5][7]
Idris I 1342—1366 Sucessor de Maomé e filho de Ibraim I. Conseguiu chegar a termos com os saôs e adotou uma política mais conciliatória com as tribos sujeitas a Canem. [5][7]
Daúde I 1366—1377 Sucessor de Idris e filho de Ibraim I. Entra em guerra civil com seus sobrinhos que queriam suceder o pai. Essa guerra atraiu a atenção dos bulalas, que invadiram Canem e derrotaram Daúde. [5][7]
Otomão I 1377—1379 Sucessor de Daúde. Foi morto em combate contra os bulalas. [5][7]
Otomão II 1379—1381 Sucessor de Otomão e filho de Idris I. Foi morto em combate contra os bulalas. [5][7]
Abacar I 1381—1382 Sucessor de Otomão e filho de Daúde I. Foi morto em combate contra os bulalas. [5][7]
Omar I 1382—1387 Sucessor de Abacar e filho de Idris I. Com o agravo da situação, decide abandonar Canem e sua corte foi transferida para Bornu, onde se funda o Império de Bornu. [5][7]

Referências

  1. a b c Silva 2010.
  2. a b c d e f Lange 2010, p. 274.
  3. Lange 2010, p. 268-269; 274.
  4. Silva 2014.
  5. a b c d e f g h i j k l m n Silva 2009.
  6. a b c d Lange 2010, p. 262.
  7. a b c d e f g h i j Lange 2010, p. 263.

Lange, Dierk (2010). «Cap. X - Reinos e povos do Chade». In: Niane, Djibril Tamsir. História Geral da África – Vol. IV – África do século XII ao XVI. São Carlos; Brasília: Universidade Federal de São Carlos 

  • Silva, Alberto da Costa (2009). A Enxada e a Lança - A África Antes dos Portugueses. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3947-5 
  • Silva, Alberto da Costa (2014). A Manilha e o Libambo - A África e a Escravidão, de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3949-9